Debate da Rádio Gaúcha, do Grupo RBS, reuniu quatro pré-candidatos já confirmados pelos partidos. Nomes devem ser registrados até o dia 15 de agosto na Justiça Eleitoral. Debate em Porto Alegre: Maria do Rosário (PT), Felipe Camozzato (Novo), Juliana Brizola (PDT) e Sebastião Melo (MDB)
jefferson Botega/Agência RBS
O primeiro debate para a Prefeitura de Porto Alegre foi realizado nesta terça-feira (6), pela Rádio Gaúcha, do Grupo RBS. Quatro pré-candidatos participaram do programa, que também foi transmitido pelo g1.
O primeiro debate dos pré-candidatos à prefeitura de Porto Alegre foi realizado pela Rádio Gaúcha e transmitido pelo g1 RS, nesta terça-feira (6).
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Participaram Felipe Camozzato (Novo), Juliana Brizola (PDT), Maria do Rosário (PT) e Sebastião Melo (MDB), que tiveram seus nomes referendados pelas convenções partidárias e devem ter os registros confirmados junto à Justiça Eleitoral até 15 de agosto.
Veja quem são os candidatos a prefeito de Porto Alegre
Temas como prevenção de enchentes, transporte público e educação dominaram o debate. Os candidatos também falaram de corrupção e urbanização da cidade. Confira, abaixo, como foi o debate.
O debate reuniu os pré-candidatos de partidos e federações que têm representação no Congresso Nacional. Esse critério não contemplou os demais pré-candidatos: Carlos Alan (PRTB), Fabiana Sanguiné (PSTU) e Luciano do MLB (Unidade Popular).
Debate entre quatro pré-candidatos à Prefeitura de Porto Alegre
Jefferson Botega/Agência RBS
O debate foi apresentado pela jornalista Andressa Xavier, da Rádio Gaúcha, e foi dividido em quatro blocos:
1º bloco: todos responderam pergunta única da produção do programa
2º bloco: cada pré-candidato questionou um adversário, numa rodada com pergunta, resposta, réplica e tréplica;
3º bloco: cada pré-candidato respondeu uma pergunta gravada de moradores da capital e outra, feita ao vivo, de comunicadores do Grupo RBS;
4º bloco: cada pré-candidato questionou um adversário, numa rodada com pergunta, resposta, réplica e tréplica.
Primeiro bloco
No primeiro bloco, os candidatos responderam a uma única pergunta sobre o tema da enchente que atingiu Porto Alegre em maio.
Juliana Brizola disse que a prefeitura falhou na manutenção do sistema anticheias.
“Acho que faltou cuidado. Acho que faltou zelo. E é muito importante que a gente pense uma reconstrução do sistema de proteção dos 68 km de diques, das comportas, que ali a gente viu que, enfim, até as próprias borrachas estavam com problemas de vedação, e a gente também entende que tem que otimizar e ampliar o sistema de bombeamento”, disse a candidata do PDT.
Maria do Rosário afirmou que vai promover a limpeza de bueiros e manutenção de comportas.
“Ao buscar os recursos federais e buscar reconstrução, eu vou fazer o básico inicialmente, gente. Eu vou mandar limpar os bueiros. Porque o assoreamento dos bueiros de Porto Alegre são um absurdo. E, além disso vou mandar vedar todas as comportas. Revisar as comportas e todas as casas de bomba. É o básico gente”, afirmou a candidata do PT.
Sebastião Melo afirmou que o sistema anticheias é antiquado e que a prefeitura atua para reconstruir a cidade.
“Ele foi concebido na década de 1960, as tecnologias da época não são as de hoje. Eu não tenho adversários políticos, eu tenho adversários: são os problemas. E nós salvamos vidas, estamos reconstruindo vidas, cidade. Tivemos 15 mil pessoas nos abrigos e agora é hora de reconstruir a cidade”, afirmou o candidato do MDB.
Felipe Camozzato defendeu a revisão do sistema anticheias, que considerou antiquado.
“Para que a gente possa garantir que um evento como esse não voltará a ocorrer, nós precisamos de uma revisão geral do sistema. Desde o seu sistema de como antes. Tem partes dos nossos diques que, desde lá de 1974, com a execução do sistema de proteção contra as cheias pelo DNOS, ele foi executado diferente do projeto. Costumo dizer que ele foi projetado por alemães e executado à brasileira”, falou o candidato do Novo.
Segundo bloco
No segundo bloco, os candidatos fizeram perguntas entre si, com tema livre.
Maria do Rosário questionou Sebastião Melo sobre suas responsabilidades na gestão da crise da enchente.
“O atual prefeito não assume a responsabilidade. Ele cobra, reclama sempre dos outros, sempre dos outros. Agora, ele tem a caneta, é o chefe do Executivo e não fez nada”, disse Rosário.
“Eu sei onde eu estava no primeiro pingo d’água: acolhendo pessoas, cuidando dos abrigos, cuidando das pessoas, cuidando dos animais”, respondeu Melo.
Juliana Brizola escolheu Felipe Camozzato para falar de suas prioridades para a educação.
“A escola de tempo integral, onde até o final do meu mandato vamos garantir pelo menos cinquenta por cento das matrículas”, afirmou Brizola.
“A primeira delas é a gente ampliar os valores pagos hoje com creches conveniadas para que elas possam qualificar o seu ensino e a sua recepção de alunos”, respondeu Camozzato.
Terceiro bloco
No terceiro bloco, os candidatos responderam a perguntas de jornalistas do Grupo RBS e de cidadãos.
Um morador do bairro Partenon, na Zona Leste, questionou Felipe Camozzato sobre suas propostas para a saúde.
“A telemedicina, ela ajuda a gente a resolver parte das filas de atendimento. É uma reclamação generalizada de que as filas estão demoradas para agendar com especialistas ou mesmo para ter uma consulta. Já existe o problema também na falta de médicos em muitas das unidades básicas de saúde. A telemedicina seria um grande aliado pra fazer com que a gente pudesse acelerar o atendimento”, falou o candidato do Novo.
Uma moradora do bairro Rubem Berta, na Zona Norte, questionou Maria do Rosário sobre suas propostas para o transporte público.
“O transporte público não está bem. Porque é preciso ter um prazo menor de rodagem do ônibus, voltar aos 10 anos, garantir que ele tenha qualidade e cuidar a tabela de horário. É a primeira coisa que eu vou fazer. Garantir que as linhas voltem também ao que eram antes da pandemia. E vamos fazer através do orçamento participativo de verdade, um diálogo com a cidade para verificar as novas linhas que precisam ser colocadas”, disse a candidata do PT.
Um morador do bairro Humaitá, na Zona Norte, questionou Juliana Brizola sobre suas propostas para a urbanização da região, atingida pela enchente
“Então eu acredito que tem que se pensar no bairro Humaitá e tantos outros bairros que foram atingidos nesses sentidos e que talvez tenhamos problemas para voltar, de fazer uma mudança. Mas não pode ser qualquer mudança, jogar as pessoas pra qualquer lugar sem nenhuma infraestrutura que é o que, muitas vezes acontece com projetos habitacionais. Sem estrutura, sem creche, sem hospital, enfim, precisamos dar dignidade pra essas pessoas que sofreram tanto”, falou a candidata do PDT.
Uma moradora do bairro Lageado, na Zona Sul, questionou Sebastião Melo sobre suas propostas para a educação.
“Nosso governo colocou mais de seis mil crianças de zero a cinco [anos] para dentro do sistema. Aí tem as [escolas] conveniadas, tem as próprias e tem as vagas que foram compradas. Isso é um grande avanço para nossa cidade. Nomeamos mais de 1,5 mil professores nesses últimos três anos e meio. Nós hoje temos salas tecnológicas no nosso sistema, telas interativas”, disse o candidato do MDB.
Quarto bloco
No último bloco, os candidatos voltaram a debater sobre temas livres.
Felipe Camozzato questionou Maria do Rosário sobre a posição do PT acerca do governo de Nicolás Maduro, na Venezuela.
“É o que a senhora quer trazer para Porto Alegre, essa fome, essa miséria, esse autoritarismo, como é que se traduz na defesa do seu partido a um regime tão sanguinário?”, perguntou o candidato do Novo.
“Eu defendo a democracia em qualquer circunstância. Não sou candidata na Venezuela, sou candidata em Porto Alegre. Estou me dedicando tanto à cidade”, respondeu Rosário.
Sebastião Melo questionou Juliana Brizola sobre propostas para a educação. No fim do bloco, a candidata do PDT citou uma investigação sobre supostos desvios na Secretaria da Educação, e o candidato do MDB pediu direito de resposta.
“Mas tem dinheiro para Ferrari, tem dinheiro para desvio de verba pública”, provocou Brizola.
“Diferentemente de outros eu não coloco corrupção para debaixo do tapete”, respondeu Melo.
Considerações finais
O debate terminou com as considerações finais de cada candidato.
“Nós somos um governo liderado por muitos partidos, que produziu muitos avanços aqui na cidade, seja no cuidado com a cidade, da inovação, do empreendedorismo, da saúde pública”, concluiu Sebastião Melo.
“Trago aqui 15 anos de experiência de vida pública. A minha expectativa é que a gente possa trazer propostas, debater a cidade e discutir soluções, para que os problemas reais da nossa cidade possam ser resolvidos”, finalizou Juliana Brizola.
“Estou aqui como pré-candidato a prefeito. Representando um caminho verdadeiro, competente, comprometido em resolver os problemas da nossa cidade, que não são poucos. Um prazer estar aqui”, encerrou Felipa Camozzato.
“Quem nos acompanha em casa a cidade vive um momento muito grave. E eu estou aqui me colocando como quem quer colocar sua experiência, o seu tempo de maturidade a serviço da população”, concluiu Maria do Rosário.
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