Caso ocorreu em Parobé, na Região Metropolitana, em agosto de 2023. Mariane Rosa da Silva Aita, de 39 anos, morreu cerca de dois meses após cesárea. Mariane Rosa da Silva Aita, de 39 anos
Arquivo pessoal
O Ministério Público (MP) denunciou, nesta quarta (24), um médico obstetra que deixou uma gaze no corpo de uma mulher durante o parto em um hospital de Parobé, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Mariane Rosa da Silva Aita, de 39 anos, morreu cerca de dois meses após a cesárea, em agosto de 2023.
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O nome do médico não foi divulgado pelo MP. O homem é acusado de homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, durante o exercício da profissão.
“O Ministério Público concluiu que há, sim, indícios suficientes da prática do crime de homicídio culposo no exercício da medicina, ante a conduta negligente e imperita do médico”, diz a promotora Sabrina Cabrera Batista Botelho.
Na época da ocorrência, o Hospital São Francisco de Assis afirmou, em nota, que a morte da paciente se deu por “complicação pós-cirúrgica descrita na literatura e não previsível”. A instituição disse que “todas as medidas adotadas foram corretas” e que trabalha “há mais de 40 anos pautada nos ditames éticos e legais vigentes para oferecer a melhor assistência”. A entidade afastou o médico dias após a apuração do caso pela polícia.
Mariane deixou seis filhos, entre elas a criança de dois meses, e o marido.
Relembre o caso
Polícia apura caso de paciente que morreu após ter gaze esquecida dentro do corpo no RS
O caso começou a ser investigado pela Polícia Civil quando a paciente morreu, no dia 23 de agosto de 2023, dois meses após realizar um parto por cesárea. Exames de imagem apontaram que havia gaze dentro do corpo de Mariane.
Conforme o marido de Mariane, Cristiano da Silva, de 44 anos, algum tempo após receber alta hospitalar, a mulher começou a se queixar de dores na região abdominal.
“Não conseguia dormir, chorava de dor. A dor importuna, né?”, relatou Cristiano.
Diante da recorrência das reclamações, eles buscaram atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Novo Hamburgo. Na época, a Fundação de Saúde de Novo Hamburgo confirmou que foi realizada uma ultrassonografia em Mariane, no dia 14 de agosto de 2023, que constatou o material no organismo da mulher.
Segundo o marido, após a realização de exames na UPA, foi dada a recomendação para que eles retornassem ao hospital. Ao voltar para o local em que foi feito o parto e apresentar os laudos, Cristiano afirmou que um funcionário da casa de saúde “saiu correndo” e que o documento “não foi devolvido”. O hospital negou a informação.
Mariane ficou internada e passou por duas cirurgias. Ela teria feito um primeiro procedimento logo após dar entrada no hospital, para retirar um abscesso, e um segundo, que não teria sido comunicado aos familiares, segundo a versão do marido. No dia seguinte, foi confirmado o óbito.
O caso foi registrado pela família na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Parobé. O corpo da mulher foi encaminhado para necropsia, a pedido da Polícia Civil, após o velório.
Velório de Mariane Aita foi realizado, e corpo foi encaminhado para necropsia
Reprodução/RBS TV
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