Apoio financeiro no valor de R$ 5,1 mil é pago a famílias que abandonaram a própria residência, de forma temporária ou definitiva, nos municípios em situação de calamidade ou emergência. Rua completamente alagada pelas enchentes em Canoas, no RS
REUTERS/Amanda Perobelli
O governo federal disponibilizou a lista atualizada de famílias do Rio Grande do Sul que receberam o Auxílio Reconstrução. O apoio financeiro no valor de R$ 5,1 mil é pago para quem abandonou a própria residência de forma temporária ou definitiva, nos municípios em situação de calamidade ou emergência.
A relação pode ser conferida no Portal da Transparência, mantido pela Controladoria-Geral da União (CGU), a partir da consulta “Benefícios ao Cidadão”. Estão disponíveis os valores pagos em maio, junho e julho (até o dia 12). Os dados incluem o nome do beneficiário, parte do CPF e o município.
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Conforme o levantamento, já foram pagos mais de R$ 1,3 bilhão para 257,3 mil famílias do estado. Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, concentra o maior número de beneficiários, com 78,6 mil moradores.
Pessoas em meio a lama após enchente histórica que atingiu o RS
Gustavo Mansur/Palácio Piratini
Os temporais e as cheias que atingiram o Rio Grande do Sul deixaram 182 vítimas, segundo o mais recente boletim da Defesa Civil, divulgado em 10 de julho. Vinte e nove pessoas seguem desaparecidas e 806 ficaram feridas.
Dos 497 municípios do estado, 478 registraram transtornos relacionados aos temporais, afetando quase 2,4 milhões de pessoas.
As ruas, avenidas, estradas e rodovias atingidas pela inundação somam uma distância suficiente para atravessar Brasil de norte a sul ou de leste a oeste, segundo o Mapa Único do Plano Rio Grande (MUP).
1,2 mil pedidos em nomes de mortos
Dos 629,6 mil pedidos para receber o Auxílio Reconstrução, 1.262 foram feitos no nome de pessoas que constam como mortas nas bases de dados do governo federal.
No entanto, nem todos os cidadãos que constam com indício de óbito estão, de fato, mortos. Um morador de São Leopoldo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, não consegue há dois meses acesso ao benefício porque foi dado como morto, mesmo vivo.
Além disso, fraudadores tentam tirar vantagem do benefício. Entre os cadastrados no programa, um homem que estava preso à época da inundação e a dona de uma salão de beleza fechado seis meses antes da tragédia. Na tentativa de conter as fraudes, o governo federal anunciou uma “malha fina” para identificar irregularidades
A RBS TV teve acesso a um relatório, indicando que metade dos candidatos a receber o benefício federal caiu numa espécie de “malha fina”. Entre as inconsistências identificadas, 150,6 mil cadastros estão fora da área alagada e 152,7 mil não tiveram endereço confirmado.
Exclusivo: JN tem acesso ao relatório do Governo Federal sobre pedidos de auxílio reconstrução depois das enchentes no RS
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