'Cidade provisória' em Canoas recebe as primeiras 30 famílias de desabrigados por enchentes


No total, são 150 pessoas. Abrigo em Canoas conta com 126 unidades habitacionais e tem capacidade de acolher cerca de 630 pessoas. Estimativa da prefeitura é de que mais de 180 mil pessoas tenham sido atingidas no município. Primeiras famílias começam a chegar nas “cidades provisórias” para atingidos por enchentes
O governo do Rio Grande do Sul inaugurou em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, durante a manhã desta quinta-feira (4), a primeira cidade provisória do estado. Com isso, as primeiras 30 famílias de desabrigados pelas enchentes que atingiram o estado puderam conhecer como são as moradias temporárias onde vão residir até que casas definitivas sejam viabilizadas pelo Poder Público. No total, são 150 pessoas.
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Uma dessas famílias é a da autônoma Franciane Teixeira de Oliveira. Ela contou à reportagem da GloboNews que ficou por 60 dias no abrigo instalado na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra).
“É uma expectativa de poder se organizar melhor daqui para frente. Pode organizar melhor as roupas, cobertas. Colocar um cadeado e poder sair para fazer as coisas”, relatou.
Autônoma é uma das primeiras pessoas a serem abrigadas em cidade provisória
Reprodução/GloboNews
Só na Região Metropolitana, cerca de 15 mil pessoas seguem acolhidas em abrigos públicos dois meses após as enchentes, segundo dados do Painel de Abrigos do SOS RS, do governo do estado.
Chamado oficialmente de “Centro Humanitário de Acolhimento (CHA) – Recomeço”, o local fica na Avenida Guilherme Schell, próximo da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap). Ele conta com 126 unidades habitacionais cedidas pela Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e tem capacidade para acolher até 630 pessoas. Além disso, foi erguido um pavilhão com fraldário, cozinha comunitária, lavandeira, centro de convivência e espaço kids.
Confira imagens do Centro Humanitário de Acolhimento
Centro Humanitário de Acolhimento, o Recomeço, em Canoas
Divulgação/ Governo do RS
Centro Humanitário de Acolhimento – Canoas
Medidas de uma unidade habitacional
Tamanho: 17,5 m² (2,83 metros de altura, 5,68 de comprimento e 3,32 de largura);
Peso: 140 kg;
Saídas: porta, quatro janelas, quatro espaços de ventilação e sistema simples de iluminação;
Estrutura: paredes e teto de espuma poliolefina, um material isolante rígido à prova d’água e com propriedades que protegem do sol e do calor, sustentados por uma estrutura em aço que é fixada ao chão por ganchos que funcionam como âncoras;
Tempo de montagem: de 4 a até 5 horas;
Resistência: suporta ventos de até 101 km/h e chuva leve e tem pintura com proteção contra radiação solar;
Validade: os abrigos podem atender à sua finalidade com qualidade por até três anos.
Veja como é ‘casa temporária’ para desabrigados no RS
Critérios para seleção das famílias
Se a família é monoparental (se possui filhos e apenas um dos pais)
Se há idosos na família
Se há pessoas com deficiência (PCDs)
Se há gestantes na família
Se há pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) na família
Número de membros da família
Especificidades de cada família, a fim de assegurar o acolhimento adequado às mais vulneráveis
Onde serão instalados os centros de acolhimento
Além desse CHA, o governo do RS tem programadas outras duas inaugurações: no dia 10 de julho, uma em Porto Alegre e, na semana seguinte, Canoas recebe mais uma cidade provisória.
No total, são cinco CHAs três em Porto Alegre e dois em Canoas.
Na Zona Norte, as estruturas ficarão no estacionamento do Complexo Cultural Porto Seco, no bairro Santa Rosa de Lima, que recebe os desfiles de Carnaval na Capital, e no Vida Centro Humanístico, localizado na Avenida Baltazar de Oliveira Garcia. Este último é um centro de atividades e eventos que já abrigava 400 pessoas temporariamente.
Vida Centro Humanístico
Cesar Lopes/PMPA
Já na Zona Sul, a instalação ficará no Centro de Eventos Ervino Besson, no bairro Vila Nova, que geralmente é palco de eventos realizados juntamente com o município.
Centro de Eventos Ervino Besson, na Zona Sul de Porto Alegre
Cesar Lopes/PMPA
Em Canoas, são dois centros de acolhimentos, que, somados, têm capacidade para receber até 1,7 mil moradores. Um deles é o que foi inaugurado nesta sexta.
Espaço próximo à Refinaria Alberto Pasqualini
Joel Vargas/Ascom GVG
O outro local destinado aos afetados pelas enchentes é um campo do Centro Olímpico Municipal (COM).
Centro Olímpico Municipal de Canoas
Júlio Fontes/Prefeitura de Canoas
Impacto da tragédia ambiental na cidade
Canoas é o município com mais óbitos por causa da enchente, somando 31 mortos.
A estimativa da prefeitura é de que cerca de 180 mil pessoas tenham sido atingidas no município, sendo que 104 mil foram para abrigos institucionais e voluntários. A cidade tem 347.657 habitantes, segundo o censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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