Polícia identifica 2 membros de grupos na internet que pai de santo usava para divulgar pornografia infantil no RS


Eles devem ser responsabilizados junto do religioso, que é suspeito de se aproximar de crianças em situação de vulnerabilidade para cometer os crimes em Viamão, diz Polícia Civil. Defesa de pai de santo não quis se pronunciar. Pai de santo Cleber Otavio Silva da Silva, preso em Viamão
Reprodução
A Polícia Civil identificou dois integrantes de um grupo na internet usado por um pai de santo para divulgar conteúdo pornográfico infantil e organizar orgias com crianças e adolescentes em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
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As identidades deles não foram divulgadas. Conforme a Polícia Civil, ambos devem ser indiciados junto com Cleber Otavio Silva da Silva, de 45 anos, que está preso preventivamente desde 5 de maio.
Pelo menos 10 vítimas de abusos sexuais que teriam sido cometidos por ele foram identificadas. São crianças e adolescentes com idades entre 11 e 16 anos das cidades de Viamão, Canoas e Porto Alegre. Ele é suspeito de produzir conteúdo pornográfico com elas. A advogada dele preferiu não se pronunciar sobre o caso.
“É uma coisa doentia. Além de produzir as imagens, ele divulgava. Ele repassava, ele tinha comunidades, grupos de WhatsApp, onde ele marcava encontros sexuais. Ele tinha toda uma identificação e um comportamento voltado para esse tipo de coisa”, afirma a delegada Marina Dillenburg, responsável pela investigação.
Os dois integrantes identificados devem ser responsabilizados por crimes como estupro de vulnerável, bem como armazenamento, produção e distribuição de material pornográfico infantil.
Silva, bem como o companheiro dele, de 19 anos e que também está preso, devem ser indiciados pelos mesmos crimes até o final desta quinta-feira (20), de acordo com a delegada Marina.
Pai de santo é preso por suspeita de estupro e pedofilia em Viamão
Como o caso foi descoberto
Segundo a delegada Marina, Silva atuava como pai de santo em regiões de Viamão onde residiam famílias em situação de vulnerabilidade, e “aliciava crianças que estavam abandonadas pelos pais”.
“Abandonadas, pois as crianças viviam na maior parte do tempo nas ruas e sem o suporte familiar, sem estrutura familiar. [Ele] se aproximava delas e passava a ser um pai, um mentor espiritual, guru. Depois de captar essas crianças, [ele] entrava com processo para ter a guarda provisória”, explica a delegada.
Uma dessas crianças, de 11 anos, denunciou o pai de santo. Ela apresentou mudanças de comportamento em um abrigo de acolhimento institucional, que abriga menores de idade afastados da família por determinação judicial, de acordo com uma assistente social do espaço.
“Agressividade, comportamento hostil, mudança de comportamento. A criança está bem, daqui a pouco ela tem um sopetão de agressividade. Esse foi o principal alerta que a gente teve”, conta Cida de Jesus, coordenadora de abrigos no município.
O caso chegou à Polícia Civil, que começou a investigar.
Os abusos
A investigação da Polícia Civil indica que o pai de santo cometia os crimes há pelo menos 10 anos. Após a aproximação, começavam os abusos.
“Ele submetia essas crianças, além dessa tortura física, sexual, ele também fazia tortura no sentido de que eles tinham que passar por sessões religiosas e de curas”, afirma a delegada.
Além disso, ele tentava adotar as crianças com o objetivo de conseguir a guarda definitiva delas.
“Ele estava prestes a conseguir a guarda definitiva de duas crianças quando foi preso, mas já tinha a provisória. Estava tentando a terceira, que foi a ‘vítima número 1’, a que relatou os abusos no abrigo”, diz a delegada.
Para que elas não denunciassem o caso, eram chantageadas e manipuladas.
“Elas realmente acreditavam que se não fizessem as coisas, transar ele entre eles, um feitiço aconteceria. Se não fosse o relato dessa criança no abrigo, ele estaria sendo pai legalmente dessas crianças e continuaria a cometer os abusos”.
Como denunciar
A Polícia Civil segue em alerta para a possibilidade de existirem outras vítimas de abuso. A Delegacia de Viamão pode ser contatada pelo WhatsApp (51) 98608-1550. O telefone geral para denúncias no RS é o 197.
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