Canoas, Porto Alegre e São Leopoldo lideram lista de municípios com as maiores perdas estimadas na atividade econômica, mostra estudo da Unisinos. Estado depende dos últimos quatro meses para recuperar desempenho, dizem analistas. Imagem aérea de Canoas, na região de Porto Alegre, no dia 9 de maio
Diego Vara/Reuters
O Rio Grande do Sul pode perder até 4,2% no crescimento econômico do Produto Interno Bruto (PIB) esperado no ano até agosto, devido a enchente que assolou o Estado, segundo uma pesquisa conduzida pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), divulgada nesta quinta-feira (6).
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A expectativa de crescimento do PIB do Rio Grande do Sul para 2024 estavam entre 4,0% e 4,5%. Ou seja, a pesquisa aponta para um crescimento nulo da atividade econômica estadual até agosto.
“Assim, o resultado do ano da atividade econômica, entre crescimento ou queda, estaria atrelado ao que pode ocorrer nos quatro últimos meses de 2024”, apontou Marcos Lélis, pesquisador da Escola de Gestão e Negócios.
Os temporais e cheias que atingiram o Rio Grande do Sul durante o mês de maio já deixaram 172 mortes. Em boletim divulgado às 9h de quarta-feira (5), a Defesa Civil do Estado ainda informou que 2,3 milhões de pessoas foram afetadas em todo o estado, com impactos em 476 dos 497 municípios gaúchos.
“A gente está estimando que o Rio Grande do Sul como um todo deve perder próximo entre R$ 27 bilhões R$ 30 bilhões”, afirma Marcos Lélis.
Alerta em Eldorado do Sul e Canoas
A análise dos desempenhos nos municípios apontam aqueles que tiveram o maior número de pessoas atingidas, podem ter um maior impacto econômico. É o caso de Eldorado do Sul, que pode contrair até 36,3% em maio de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior.
Entre as cidades com maiores economias que foram atingidas, Canoas e São Leopoldo estão à frente da lista com uma previsão de queda de 19,8% e 18,3%, respectivamente, em maio deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior. Veja a lista abaixo
Outras cidades da Região Metropolitana também podem sofrer abalo significativo – 11% em Guaíba e 10,7% em Triunfo. Porto Alegre pode ter retração de 5,3%. “Salienta-se que esses municípios podem representar, aproximadamente, 53% das perdas de atividade econômica do Estado”, destacou o professor.
Municípios com as maiores perdas estimadas na atividade econômica
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Além disso, o evento climático de maio de 2024 ameaça consumir os ganhos da supersafra agrícola do ano, que prometia ser um alívio para a economia gaúcha após anos de estiagens severas. O estado, que vinha enfrentando secas intensas nos últimos anos, agora lida com inundações históricas.
Os impactos climáticos desde 2022 têm causado uma perda significativa no crescimento econômico acumulado do Rio Grande do Sul, entre 2021 e 2024, estimada em 9,4% quando comparada ao Brasil. Assim, o PIB do Rio Grande do Sul em 2024 pode ser 1,2% inferior ao de 2021, consequência de duas secas e uma inundação.
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