Eles alegam que tiveram que sair de casa devido aos alagamentos na Zona Norte da Capital. Sem poder público definir para onde devem ser levados, ordem judicial não pode ser cumprida, diz a Defensoria Pública. Prédio no Centro de Porto Alegre expulsos de casa pela enchentes na Zona Sul da Capital
GZH
A Justiça determinou a reintegração de posse do prédio de um antigo hotel ocupado por pessoas desabrigadas pelas enchentes que atingiram Porto Alegre durante os temporais que assolaram o Rio Grande do Sul.
📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp
O imóvel, que estava vazio, fica na Rua Coronel Fernando Machado, no Centro Histórico. De acordo com Alexsandro Fernandes, uma das pessoas que está à frente da ocupação, há cerca de 120 pessoas no local, que conta com duas torres com 6 e 8 andares, desde o final de maio.
Ele diz que são, na maioria, moradores dos bairros Humaitá, Sarandi e Arquipélago, na Zona Norte da Capital, e Eldorado do Sul, cidade da Região Metropolitana de Porto Alegre. Todas as áreas foram fortemente atingidas pelas enchentes.
Não foi informada a razão desse prédio ter sido escolhido para a ocupação. A ideia do grupo é permanecer no local até que possa voltar para casa ou seja viabilizada uma moradia definitiva pelo poder público – os ocupantes não querem ir para abrigos públicos.
A Justiça tentou cumprir a ordem de reintegração de posse na segunda-feira (3), mas, após negociação com os ocupantes, ela foi adiada. Segundo a Defensoria Pública, que representa as famílias, a legislação determina que seja indicado um local para que essas pessoas vão após a desocupação, e que o transporte seja disponibilizado – nada disso estava disponível.
A Defensoria Pública obteve na Justiça a suspensão da reintegração de posse até quinta-feira (6). Está prevista para esta quarta (5) uma audiência pública na Assembleia Legislativa do estado para tratar do caso. Somente depois é que será divulgado quais serão os destinos dessas famílias e do prédio.
O g1 tenta contato com os proprietários do prédio. A reportagem também buscou uma posição da prefeitura a respeito do caso, mas uma resposta não chegou até a publicação desta reportagem.
VÍDEOS: Tudo sobre o RS