Paloma e Andrigo morreram em um deslizamento de terra em Boa Vista do Sul, cerca de 500 metros de casa. Os temporais e cheias que atingiram o Rio Grande do Sul já deixaram 169 mortos. Paloma e Andrigo tinham dois filhos, de cinco e seis anos
Arquivo pessoal
Há um mês, os filhos do casal Paloma Melo da Silva e Andrigo Oliveira de Ávila, vítimas da enchente que atingiu o RS em maio, tentam conviver com a dor da perda. Arthur Miguel tem 5 anos, e Anthony Gael, 6.
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Veja quem são as vítimas da tragédia
“Eles sentem falta, choram. Eles contam que o papai e a mamãe viraram estrelinhas,” diz Cláudia Lima, mãe de Paloma, sobre o acompanhamento psicológico que os netos estão recebendo.
Paloma e Andrigo tinham 25 anos e morreram em um deslizamento de terra em Boa Vista do Sul, na Serra, enquanto voltavam do trabalho. Segundo a avó das crianças, um bombeiro que resgatou os corpos relatou que eles estavam abraçados.
O acidente completa um mês neste sábado (1º). O casal está entre os 169 mortos na tragédia.
Arthur Miguel e Anthony Gael estavam em casa com os avós paternos, cerca de 500 metros do ponto onde os pais, trabalhadores de uma granja no município, foram soterrados.
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O casal possuía personalidades contrastantes que se complementavam, conforme a avó materna.
“Eram dois extremos, ele era calmaria e ela, agitação, mas eles se davam muito bem”.
O sonho de Paloma, interrompido pela tragédia, era simples: ter uma vida estável para criar seus filhos. “O sonho dela era ter o seu canto, poder criar os filhos bem e, mais tarde, ter a menininha que eles tanto queriam”, conta Cláudia.
Paloma (primeira à esquerda) ficava realizada ao reunir a família, segundo Cláudia
Arquivo pessoal
A avó materna confessa que está buscando forças nos dois netos deixados pelo casal: “O que está me ajudando, me dando força, é saber que ela me deixou duas sementinhas”.
Arthur e Anthony seguem morando na casa dos avós paternos, em Boa Vista do Sul.
Os filhos do casal moram com os avós paternos em Boa Vista do Sul
Arquivo pessoal
Tragédia
De acordo com o relato de Cláudia, o acidente aconteceu quando uma árvore caiu no caminho devido às chuvas intensas, bloqueando a estrada. Com a ajuda do pai, Andrigo tentou remover a árvore, mas um deslizamento de terra ocorreu e o casal acabou soterrado. “O Andrigo correu, na verdade, para salvar ela e acabou que não deu tempo”.
Um bombeiro, amigo do casal, encontrou-os abraçados.
“O relato do bombeiro, que era amigo deles lá, era de que encontrou os dois abraçados, os dois juntos, mais ou menos 500 metros de onde eles moravam, que era com os pais do Andrigo”, diz Cláudia.
Os temporais e cheias que atingiram o Rio Grande do Sul desde 29 de abril já deixaram 169 mortos.
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