Prefeitura da capital afirma que é necessário remover de famílias que vivem em casas construídas sobre dique. Bairro Sarandi é o mais atingido pelas cheias em Porto Alegre, com 26 mil pessoas afetadas. Água retirada por bomba volta para as ruas na zona norte da capital
Imagens registradas pela RBS TV mostram o dique do bairro Sarandi rompido, na Zona Norte de Porto Alegre. Na quarta-feira (29), moradores reclamaram que a água bombeada para fora da região está voltando justamente pelo buraco de 10 metros na estrutura que deveria proteger a população das cheias.
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Em 29 de abril, um período de chuvas intensas teve início na Região dos Vales do Rio Grande do Sul. Nos dias que seguiram, as enchentes e os transtornos atingiram a Região Metropolitana, Vale do Taquari e Sul do estado. Ao todo, 169 pessoas morreram e 2 milhões foram afetadas.
O Sarandi é o bairro com a maior população atingida pelas enchentes na capital. São 26 mil pessoas afetadas.
“A água subiu desde que puxaram as bombas. Eles puxam a água e volta. A água tá fazendo um círculo”, relata Arnaldo Henrique Souza Rosmann, microempresário e morador do bairro.
Dique rompido entre moradias na Zona Norte de Porto Alegre
Reprodução/RBS TV
Ruas da região seguem com casas submersas há 27 dias. Após o rompimento do dique, diversas famílias ficaram ilhadas. Uma balsa foi improvisada por moradores que precisam se locomover.
A Prefeitura de Porto Alegre afirma que precisa retirar 37 famílias e destruir as casas onde elas vivem para reconstruir o dique rompido. A Guarda Municipal foi acionada pelo município, e houve confusão com os moradores.
“É preciso fazer essa reconstituição de maneira urgente, enquanto estamos com o tempo seco. Existem algumas ocupações irregulares que foram feitas ao longo dos anos, que foram feitas sobre o dique, inclusive cavando ele”, afirma o procurador-geral adjunto de Porto Alegre, Nelson Marisco.
O município afirma que pode pagar benefícios para que as pessoas deixem a região, mas alguns moradores dizem que a quantia proposta não é suficiente.
“Eles querem dar um valor, e não sabemos se vai encontrar uma casa com esse valor”, comenta Marcio Silva dos Santos, porteiro e morador do bairro.
Guarda Municipal acionada no bairro Sarandi, em Porto Alegre
Reprodução/RBS TV
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