Famílias de crianças atípicas são acolhidas em casa de irmãs franciscanas durante cheias em Porto Alegre


Cerca de 50 famílias são atendidas em Porto Alegre. Ao todo, RS soma 78,1 mil pessoas acolhidas em abrigos em razão das cheias, que já deixaram 154 mortos. Abrigos especiais para crianças atípicas
Cerca de 50 familiares com crianças atípicas estão abrigadas uma casa de irmãs franciscanas em Porto Alegre, em razão dos temporais no estado, que já deixaram 154 mortos desde o final de abril. São crianças com baixa visão, cadeirantes e, em especial, autistas, que têm cuidado redobrado.
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De acordo com a irmã Maria Mar, uma das responsáveis pelo espaço, a realidade das pessoas que estão lá é de quem perdeu tudo durante as enchentes. Na maioria dos casos, são moradores que escaparam levando apenas documentos e a roupa do corpo.
“Tem crianças que pedem, eu quero voltar para casa, eu quero voltar para casa, eu quero voltar para casa, então a gente tenta dar essa acolhida, acolher com muito amor, para que eles se sintam acolhidos por nós”, diz.
Essas famílias estão entre as 618,3 mil pessoas fora de casa em razão dos temporais. Desse total, 540,2 mil estão desalojados (em casas de amigos ou parentes) e 78,1 mil foram acolhidas em abrigos.
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Criança atendida em abrigo durante cheias em Porto Alegre
Reprodução/RBS TV
O abrigo tem uma programação pensada especialmente para as crianças, que vivenciam um ambiente diferente de casa. Entre as principais tópicos do dia a dia estão brincadeiras, momentos de diálogo e atividades pensadas para amenizar a situação.
Segundo a psicopedagoga e irmã Mariane Lombardi, os abrigados apresentam um nível de consciência sobre a situação em que se encontram. Sabem que perderam brinquedos, automóveis e até a própria casa.
“São coisas assim que a gente vai identificando também ao longo dos desenhos, das brincadeiras, eles vão se expressando”, revela.
A alimentação também passa a ser um ponto importante para os autistas, que geralmente precisam ter uma rotina, agora fora do ambiente em que estavam acostumados. Nessa situação, podem recusar até mesmo alimentos que consumiam antes da tragédia, segundo a nutricionista Gabriela Pires.
“Agora a gente está num momento de mapear as individualidades das crianças, entender de que forma que eles comem em casa, para que se torne mais familiar e mais confortável para eles aqui. Então agora a gente está fazendo as entrevistas com as famílias, para conseguir montar um cardápio que atenda todas as crianças”, afirma.
Desenho se torna ferramenta para superar enchente
Reprodução/RBS TV
Números dos temporais no RS
As chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde 29 de abril já deixaram 154 mortos, 806 feridos e 94 desaparecidos até o último boletim da Defesa Civil divulgado nesta sexta (17), às 18h.
O governo estima que a população afetada pelo evento climático seja de 2,3 milhões de pessoas. Dos 497 municípios do RS, 461 registraram transtornos.
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