Ao menos oito cidades auxiliam municípios gaúchos com doações, maquinários e voluntários. Temporais e enchentes no RS já afetaram 2,2 milhões de pessoas e causaram transtornos em 461 municípios. Voluntários apoiam moradores de municípios atingidos no RS
Reprodução/RBS TV
A população de ao menos sete municípios do Rio Grande do Sul está sendo ‘adotada’ por cidades de São Paulo, Santa Catarina e até do próprio estado. O auxílio inclui doações, maquinários e apoio de voluntários (confira abaixo exemplos da rede de apoio).
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Em Nova Santa Rita, na Região Metropolitana da capital, 60% da cidade ficou submersa com as cheias dos Rios Caí, Jacuí e Sinos. Com ruas e casas submersas, nem toda população conseguiu se ajudar.
O desastre comoveu a prefeitura de Indaial (SC), que levou psicólogos, assistentes sociais e caminhões com doações – em especial colchões, cobertas e fraldas.
“Nós estávamos isolados e essa ajuda de Indaial veio numa hora fundamental e deu aquele empurrão necessário para que a gente pudesse aqui manter no município de Nova Santa Rita a ordem. Todas as pessoas aqui do município estão muito bem alimentadas e muito bem alojadas”, afirma o prefeito de Nova Santa Rita, Rodrigo Battistella (PT).
Cidades de fora do RS ‘adotam’ população de municípios atingidos
Com mais de 90% da cidade alagada, Eldorado do Sul é outro município da Região Metropolitana de Porto Alegre que foi atingido – e adotado.
Mais de 40 mil habitantes foram afetados pela enchente, o que mobilizou a prefeitura de Bombinhas (SC) com caminhões, máquinas, automóveis aquáticos, materiais de construção e um grupo de 25 voluntários.
Lista de ‘cidades adotadas’:
Roca Sales adotada por Sananduva (RS)
Arroio do Meio adotada por Chapecó (SC)
Guaíba adotada por Joinville (SC)
Estrela adotada por Blumenau (SC) e Osasco (SP)
Novo Hamburgo adotada por Itapetininga (SP)
Rolante adotada por Timbó (SC)
Nova Santa Rita por Indaial (SC)
Sinimbu por Tucunduva (RS)
90% do estado afetado
Homem caminha por rua alagada em Porto Alegre (RS), nesta quarta-feira (15).
Diego Vara/Reuters
A Defesa Civil estima que dos 497 municípios que compõem o estado, 461 tiveram transtornos causados pelas enchentes em todo o Rio Grande do Sul – o que representa pouco mais de 90% do estado. Além disso, mais de 2,2 milhões de pessoas foram afetadas.
As chuvas levaram 397 cidades a solicitar estado de calamidade pública. As consequências da chuva foram avaliadas pelo governo, que reduziu o número para 46. Ainda sim, o estado registra 320 cidades em situação de emergência.
Até esta quinta (16), as cheias dos rios já deixaram 151 mortos, 104 desaparecidos e 806 feridos. São 617 mil pessoas fora de casa – 540,1 mil desalojados (em casas de amigos ou parentes) e 77,2 mil em abrigos.
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Cheia avança no Sul do RS
Água da Lagoa dos Patos avança sobre ruas de Rio Grande
Reprodução/RBS TV
Na Região Sul do estado, a situação é de alerta. O nível da Lagoa dos Patos subiu 30 centímetros em 48 horas e atingiu 2,75 metros na manhã desta quinta, segundo a Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O nível mais alto a que a laguna chegou foi 2,88 metros em 1941, de acordo com a instituição.
Em razão disso, a água atingiu casas e comércios, principalmente em Pelotas e São Lourenço do Sul, que tiveram reconhecidos pelo governo o estado de calamidade pública.
Mais de 2 mil pessoas saíram de casa em área de risco em Pelotas. O acesso à Praia do Laranjal, no município, foi bloqueado por motivos de segurança, medida que não havia sido tomada até então.
Em São Lourenço do Sul, o nível da água atingiu 2,80 metros – 1,50 metro acima da cota de inundação, de 1,30 metro. Em algumas ruas, chega ao nível da cintura das pessoas. Em outras, chega até às janelas de casas. Cerca de 150 moradores saíram de casa e estão em abrigos do município.
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