Na terça-feira (14), sete pessoas e dois cachorros foram resgatados no topo de um prédio em Canoas (SP) após um drone encontrá-los ilhados. Saiba como a operação funciona. Como drones ajudam militares no resgate de pessoas ilhadas no Rio Grande do Sul
Além de quase 10 helicópteros e cerca de 80 militares, o Comando de Aviação do Exército (Cavex), de Taubaté (SP), tem contado com o apoio de drones para as operações de resgate das vítimas das enchentes do Rio Grande do Sul.
➡️ Até quarta-feira (15), a Defesa Civil do RS já havia confirmado mais de 140 mortes pela tragédia. Há ainda mais de 100 desaparecidos. Mais de 800 pessoas ficaram feridas e mais de 600 mil precisaram sair de casa.
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De acordo com o Cavex, 22 drones auxiliam o Exército Brasileiro na operação desde o início de maio. No meio militar, o equipamento é conhecido como SARP – Sistema de Aeronave Remotamente Pilotada.
Os drones têm sido usados para fazer varreduras nas cidades mais afetadas pela catástrofe climática e encontrar pessoas ilhadas. O equipamento é operado por um militar, conta com câmeras para capturar imagens e tem autofalante.
Como drones ajudam militares no resgate de pessoas ilhadas no Rio Grande do Sul
Divulgação/Cavex
Quando uma vítima é encontrada pelo drone, a imagem é gerada de forma instantânea para o operador, que controla o equipamento. Por meio do controle remoto, o operador consegue enviar mensagens de voz, que são transmitidas para a vítima.
“O Exército Brasileiro está com alguns SARPs nas áreas de atuação. É o Sistema de Aeronave Remotamente Pilotada, vulgo drone. Eles vão voando sobre os locais. Tem um operador que fica com o controle remoto e com o vídeo. O SARP tem alto falante, então o que o operador fala no microfone, o equipamento passa para quem perto do drone”, explica o Coronel Costa Pereira, comandante do 2° Batalhão de Aviação do Exército.
Na terça-feira (14), sete pessoas e dois cachorros foram resgatados no topo de um prédio de Canoas (RS) após um dos drones do exército encontrar o grupo ilhado.
Sete pessoas são resgatadas no telhado de prédio por helicóptero do Exército no RS
Ainda segundo o Cavex, as sete pessoas – sendo cinco da mesma família – estavam no prédio desde o início das enchentes. Eles haviam estocado comida, água e produtos básicos.
Neste caso, o SARP se aproximou do grupo e emitiu uma mensagem sonora de um dos militares, que perguntou se as pessoas estavam bem. O operador pediu para que eles respondessem com cartazes ou papel.
As vítimas, então, escreveram em um caderno que precisavam de ajuda. A imagem foi captada pelos militares, que enviaram uma aeronave ao local para fazer o resgate.
Sete pessoas são resgatadas no telhado de prédio por helicóptero do Exército no RS
Divulgação/Cavex
“Em um dos voos de reconhecimento foi vista uma família em cima de uma casa. O SARP aproximou, viu a família e o operador entrou em contato com eles por meio do microfone, do autofalante. O SARP não escuta, só fala, então falamos para a família escrever as necessidades em um papel”, diz o Coronel Costa Pereira.
Sete pessoas são resgatadas no telhado de prédio por helicóptero do Exército no RS
Divulgação/Cavex
“Eles estavam pedindo ajuda e escreveram em um papel. Eram sete pessoas e alguns animais. O SARP aproximou, filmou e tirou foto do papel. Com isso identificamos o que era. Isso tudo foi processado e chegou para a célula de operações áreas.”
De acordo com o comandante, o helicóptero escolhido para a operação estava fazendo transporte de suprimentos, mas conseguiu chegar ao prédio onde as sete vítimas estavam ilhadas por meio da coordenada compartilhada pelo drone.
Sete pessoas são resgatadas no telhado de prédio por helicóptero do Exército no Rio Grande do Sul
Divulgação/Cavex
“A gente acionou uma aeronave Cougar, do 2° Batalhão de Aviação do Exército, que estava em voo. Eles estavam fazendo transporte de suprimentos. Essa aeronave foi para a base aérea de Canoas, onde embarcou uma equipe de busca e salvamento, e rapidamente se dirigiu ao local. O SARP indicou as coordenadas e a gente passou para a tripulação. As pessoas foram içadas para dentro do helicóptero e resgatadas”, conclui o coronel.
O grupo foi encaminhado para a Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Canoas, onde atualmente funciona um abrigo. Todos estão bem.
Cavex de Taubaté envia mais três helicóptero para operação de resgate de vítimas da chuva no RS
Rauston Naves/TV Vanguarda
Atualmente, nove aeronaves e cerca de 80 militares estão no RS. O grupo tem como foco ações de busca e salvamento. Não há previsão de retorno para Taubaté.
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Reuters/Amanda Perobelli
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