Nível máximo: Guaíba deve alcançar entre 5,3 e 5,5 metros até a noite desta terça, estima UFRGS


Moradores do bairro Lami, na Região Sul de Porto Alegre, precisaram sair de casa. Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) diz que situação em outras regiões não deve se agravar apesar da cheia. As águas invadem a Avenida Guaíba e o calçadão da Praça Araguaia em razão das fortes chuvas e do vento sul na região do Guaíba
DONALDO HADLICH /CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO
O Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) estima que Guaíba, em Porto Alegre, deve atingir seu nível máximo entre a tarde e a noite desta terça-feira (14), e que o lago deve alcançar entre 5,3 e 5,5 metros.
📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp
“Tudo depende das condições [meteorológicas e de infraestrutura]. Vento, chuva, se as estações [de bombeamento de água] estiverem em funcionamento. São variáveis que prejudicam a modelagem. Há incerteza. Mas essa é a expectativa”, relata o professor Fernando Dornelles, do IPH.
O número de mortos nos temporais e enchentes que assolam o estado desde o final de abril chegou a 148 até esta terça-feira (14). O boletim da Defesa Civil ainda contabiliza 124 desaparecidos e 806 feridos.
O Guaíba está em elevação desde o fim de semana e a tendência é que continue subindo principalmente por conta das bacias hidrográficas que alimentam ele d’ água: rios Taquari, Caí, dos Sinos e Gravataí deságuam no Guaíba.
“Tem muita água nessas regiões. Houve uma elevação importante no final de semana, o Taquari atingiu seu pico e pico leva dois, dois e meio para chegar ao Guaíba”, diz Dornelles.
LEIA TAMBÉM:
Como ajudar as vítimas dos temporais no RS
Saiba como receber alertas e informações úteis de órgãos oficiais
Arte mostra rios que desembocam no Guaíba
Reprodução
Sobre a possibilidade de regiões já alagadas, como a Norte, Central e Sul da Capital, sofrerem ainda mais com a cheia do Guaíba, Dornelles sinaliza que a tendência é que não haja agravamento, apesar de moradores do Lami, no extremo sul de Porto Alegre, terem precisado sair de casa por conta do avanço da água do lago.
“O que aconteceu na Zona Sul é bastante influenciado pelo vento, que tem influência importante no Guaíba, e [o vento] deve enfraquecer. Ele causa grande elevação junto à margem. Mesmo o Guaíba subindo no cais, a gente pode ter uma redução [do nível] na Zona Sul sem problemas”, explica o pesquisador.
No entendimento dele, o prognóstico é que, com as casas de bombas religadas e em funcionamento, a tendência é que a água sobre as regiões alagadas reduza.
Apesar da expectativa positiva, o IPH aponta que a redução do nível do Guaíba deve ser “lenta, bem gradual”. Como as bacias estão cheias, a água deve escoar e manter o nível alto. A previsão de chuva para o final de semana, por exemplo, também influencia nisso.
Evacuação do Lami durante enchente em Porto Alegre
RBS TV/Reprodução
Guaíba de novo a 5 metros
Na segunda-feira (13), o Guaíba voltou a superar os 4,76 metros da enchente histórica de 1941. Durante a tarde, o nível do lago já ultrapassava 5 metros, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA).
O Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) projeta que o nível máximo do Guaíba pode alcançar em torno de 5,50 metros nesta terça – mais que o recorde batido na última semana, de 5,35 metros.
VÍDEOS: Tudo sobre o RS

Deixe um comentário