Desastre provocado por chuvas e enchentes matou 148 pessoas, deixando 127 desaparecidas e 806 feridas no estado. Mais de 2,1 milhões foram atingidas, tirando de casa 615 mil. Imagem de drone mostra carros submersos em Eldorado do Sul, no Rio Grande do Sul, nesta segunda (13).
Reuters/Amanda Perobelli
Das mais de 2,1 milhões de pessoas afetadas pelas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul após temporais que se estenderam por mais de 10 dias, mais de 35 mil são refugiados que vieram recomeçar a vida no Brasil.
A estimativa é da Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Segundo a agência, esse é o contingente de pessoas que foram atingidas direta ou indiretamente pela tragédia.
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“Estas pessoas informam que perderam casas, pertences e documentos, com negócios e outras atividades de geração de renda destruídos pelas águas”, informa a Acnur.
Conforme o Acnur, o RS é um dos estados brasileiros com maior presença de pessoas refugiadas e migrantes, especialmente venezuelanos e haitianos, muitos deles vivendo em áreas de risco, que agora só podem ser alcançadas de barco.
Abrigo para venezuelanos
A Secretaria Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH) estima que o RS abrigue mais de 21 mil venezuelanos que foram realocados de Roraima, na fronteira com a Venezuela, desde abril de 2018.
Uma dessas famílias reside em Caxias do Sul, na Região da Serra, que tem registrado deslizamentos de terra em decorrência das chuvas.
Na segunda-feira (13), uma área no bairro Galópolis, onde moram 47 famílias, precisou ser evacuada por determinação da prefeitura. A família de venezuelanos estava entre elas e foi encaminhada para um abrigo público.
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Auxílio para refugiados
O Serviço Jesuíta para Migrantes e Refugiados (Sjmr), parceiro da ONU, tem atuado para auxiliar refugiados atingidos pelas enchentes. O coordenador da organização em São Leopoldo e Florianópolis, Elias Gertrudes, conta que, entre as principais necessidades, estão comida, itens de higiene e combustível, colchões e cobertores.
A Acnur informa que vem fornecendo apoio técnico para facilitar a comunicação de refugiados ou migrantes para que tenham acesso em seu próprio idioma e a informações oficiais sobre recomendações de proteção e riscos nos lugares onde vivem.
Nos próximos dias, a agência disse que deve auxiliar na emissão de documentos para essas pessoas, caso tenham sido perdidos ou danificados, para garantir que elas continuem a ter acesso a benefícios sociais e serviços públicos.
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Anselmo Cunha/AFP
PIX aos afetados
O governador Eduardo Leite anunciou os critérios das famílias que se enquadram para receber o PIX SOS Rio Grande do Sul e que podem iniciar o processo de recuperação e reconstrução de suas residências. O Comitê Gestor do PIX definiu que serão destinados R$ 2 mil por família afetada.
Receberão os benefícios:
Desabrigadas ou desalojadas como consequência do evento climático, residentes nos municípios que tiveram situação de calamidade reconhecida pela Defesa Civil;
Inscritas no CadÚnico ou no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF);
Que não tenham sido contempladas pelo programa Volta por Cima;
Tenham renda familiar de até três salários mínimos.
Tragédia no RS
O Rio Grande do Sul registra 148 vítimas dos temporais e cheias que atingem o estado desde o final de abril. A Defesa Civil ainda contabiliza 127 desaparecidos e 806 feridos.
O número de pessoas fora de casa é de 615,6 mil. No total, 77,4 mil estão em abrigos e 538,2 mil estão desalojados (em casa de amigos e parentes).
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