Presidente deu a declaração na noite desta segunda durante reunião ministerial “emergencial” sobre a situação das chuvas no estado no Palácio do Planalto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reclamou de falta de articulação entre ministros nas ações relativas às enchentes no Rio Grande do Sul, inclusive com anúncios de medidas antes delas serem discutidas no governo federal. Lula deu a declaração na noite desta segunda-feira (13) em uma reunião ministerial “emergencial” sobre a situação das chuvas no estado no Palácio do Planalto.
“Cada ministro que for falar, e cada ministra, tentar falar sempre a mesma coisa que está acontecendo. Não ficar dizendo coisa que não está acontecendo ou ficar inventando coisas que ainda não discutiu. Ou seja, não dá para cada um de nós que tem uma ideia anunciar publicamente uma ideia. Uma ideia é um instrumento de conversa do governo para a gente transformar uma ideia em uma política real. Não é cada um que tem uma ideia ir falando da sua ideia, falando que vai fazer. Isso termina não construindo uma política pública sólida e uma atuação homogênea do governo no caso do RS”, disse Lula.
A reunião contou com a presença de todos os 37 ministros do governo federal, segundo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
Reunião incluiu o presidente Lula, ministros, o governador Eduardo Leite e o ministro do STF, Edson Fachin.
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Mais cedo, o presidente se reuniu com ministros e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), por videoconferência, e anunciou a suspensão da dívida do RS por três anos – a medida ainda precisa ser aprovada pelo Congresso. O governo também anunciou medidas relativas a parcelas de financiamentos habitacionais e ajuda a desabrigados pelas enchentes.
Questão climática
Durante a fala inicial da reunião, Lula afirmou que a questão climática é “mais séria do que muita gente tenta acreditar que é”.
“Muitas vezes os negacionistas passam para a sociedade a ideia de que esse negócio do clima, do aquecimento do planeta, de chuvas torrenciais é coisa de ambientalista ou de intelectual, quando na verdade o mundo está passando por um processo de transformação que somente nós seres humanos seremos capazes de controlar se tivermos capacidade, competência, sabedoria para nos comportamos de acordo com aquilo que a ciência nos ensina”, afirmou.
Entenda a dívida de R$ 104 bilhões do Rio Grande do Sul
Na reunião, o presidente pediu para ministros falarem sobre ações que seus ministérios estão desenvolvendo para o Rio Grande do Sul e pediu especificamente para os seguintes ministros abordarem temas dos quais estão tratando:
Fernando Haddad, da Fazenda, sobre o socorro financeiro ao estado;
José Múcio, da Defesa, sobre as ações das Forças Armadas no RS;
Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública, para falar sobre a atuação da Força Nacional, da PF e daPRF;
Paulo Pimenta, da Secom, e Waldez Goes, da Integração e Desenvolvimento Regional, para fazer uma exposição da situação no RS – Lula disse que os dois foram os ministros que mais estiveram no RS;
Rui Costa, da Casa Civil, que organiza e sistematiza a atuação do governo para fazer uma avaliação das questões que a pasta está tratando.
Lula também afirmou que na terça-feira (14) o governo federal vai anunciar mais medidas de ajuda ao Rio Grande do Sul voltadas para ajudar as pessoas, depois do anúncio de medidas para empresas e produtores rurais.
“É uma infinidade de problemas que a gente vai ter que cuidar e não é uma coisa de curto prazo, é uma coisa de médio e, eu diria, até de longo prazo. Pois recuperar aquele estado vai ser bastante difícil, é um compromisso nosso de deixar o RS como era antes da chuva”, afirmou o presidente.