Maior tragédia climática da história do RS deixou mais de 130 mortos. Conforme a Defesa Civil, 125 pessoas estão desaparecidas. Dos 497 municípios do estado, 446 foram atingidos. Enchentes no RS
Anselmo Cunha/AFP
Mais de 2,1 milhões de pessoas foram afetadas pelo temporais e cheias que atingem o Rio Grande do Sul desde o final de abril. De acordo com o boletim divulgado pela Defesa Civil no início da noite deste sábado (11), o estado tem 136 mortes confirmadas, 125 desaparecidos e 806 feridas.
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Saiba quem são as vítimas e os desaparecidos
O estado ainda registra 618,4 mil pessoas fora de casa. Desse total, são 81 mil pessoas em abrigos e 537,3 mil pessoas desalojadas (na casa de parentes ou amigos). Do total de 497 municípios gaúchos, 446 relataram problemas decorrentes da chuva.
Mortes: 136
Desaparecidos: 125
Feridos: 806
Pessoas em abrigos: 81.043
Pessoas desalojadas: 537.380
Pessoas afetadas: 2.115.416
Municípios afetados: 446
Chuva volta ao estado
Voltou a chover em Porto Alegre e outras partes do estado, como no Vale do Taquari, umas das regiões mais afetadas pelos temporais da semana passada. A previsão para a próxima semana é de que faça frio, inclusive com possibilidade de geada.
Volta a chover em Lajeado no Rio Grande do Sul
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê volumes acentuados no Rio Grande do Sul durante o fim de semana, com possibilidade de até 140 milímetros no domingo. As regiões mais afetadas devem ser a Norte e o Leste do estado.
Domingo (12): chuvas seguem intensas com volumes entre 80 e 140 milímetros; ventos de sudeste/leste e mar agitado.
Segunda (13): chuvas persistem localmente fortes nessas regiões.
Mapa mostra projeção de chuva no RS
Reprodução/Governo do RS
Lagoa dos Patos enchendo
A Prefeitura de Rio Grande, na Região Sul do RS, disse que a Lagoa dos Patos atingiu 2,37 metros na manhã desta sexta-feira (10). O último boletim apontou que o nível das águas ficaram 1,42 metro acima do normal, com resistência em baixar por conta de um vento leste, de 26km/h.
Rua alagada em Rio Grande por causa do aumento do nível da Lagoa dos Patos
RBS TV/Reprodução
Nível do Guaíba fica abaixo de 4,60 metros
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, segue apresentando redução nas últimas horas. Conforme medição feita pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) às 17h15, o patamar estava em 4,58 metros. A marca fica abaixo daquela registrada na enchente história de 1941, de 4,76 metros.
Cientistas do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS alertam para a possibilidade de elevação do nível do Guaíba após as chuvas deste fim de semana no Rio Grande do Sul.
Os pesquisadores afirmam que há “possibilidade de repique por efeito das chuvas previstas a partir de final de semana podendo retornar a marca dos 5 metros”. O cenário pode ser prejudicado caso o vento que sopra do sul se confirme, elevando o lago em cerca de 20 centímetros.
Depois de baixar, nível do Guaíba deve subir novamente
Governo reforça segurança nos abrigos
O governo do Rio Grande do Sul anunciou, nesta sexta-feira (10), um reforço de segurança nos abrigos que acolhem pessoas que saíram de casa em razão dos temporais e cheias que já deixaram 116 mortos no estado. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirma que 11 pessoas foram presas por crimes praticados dentro de abrigos.
O secretário da Segurança, Sandro Caron, afirmou que o foco das autoridades é tanto o combate a saques nas ruas quanto a atuação nos locais de acolhimento. A Brigada Militar e a Polícia Civil receberam ordens de “prender todos aqueles que praticarem crimes nos abrigos”.
“Ao todo, desde o início da operação, nós prendemos 54 pessoas, sendo que 11 dessas prisões foram referentes a crimes praticados em abrigos, inclusive, em relação a crimes sexuais noticiados, todos os autores foram presos”, disse Caron.
Governo do RS reforça segurança nos abrigos; 11 pessoas foram presas
A Polícia Civil afirma que está fazendo rondas nos maiores abrigos durante 24 horas, e que as menores estruturas são monitoradas em ações pontuais. O governador Eduardo Leite (PSDB) destacou que o estado vai auxiliar as prefeituras nos abrigos.
“Já determinei também a entrada em campo fortemente do governo do estado na organização de abrigos específicos nas cidades que estão mais pressionadas”, falou Leite.
O governo anunciou a convocação de 1 mil policiais militares aposentados para reforçar a segurança em abrigos. Esses agentes não podem ser destacados para o policiamento nas ruas.
Brigada Militar efetuou 54 prisões desde o início da operação
Divulgação/BM
Auxílio para hospitais no RS
O governador Eduardo Leite anunciou em entrevista coletiva, nesta sexta-feira (10), mais de R$ 50 milhões destinados para a área da saúde no estado.
O governo destinará R$ 41,6 milhões para recursos de reestruturação e apoio para hospitais que estão realizando atendimento de retaguarda às vítimas dos desastres.
R$ 750 mil para cada hospital totalmente interditado (até o momento são cinco)
R$ 500 mil para cada hospital parcialmente interditado (até o momento são três)
R$ 100 mil para cada hospital com 30 a 49 leitos SUS (portaria contempla 90 hospitais)
R$ 200 mil para cada hospital com mais de 50 leitos SUS (portaria contempla 113 hospitais)
Além disso, Leite anunciou R$ 10 milhões para a saúde mental com repasse extraordinário para a contratação de novas equipes multiprofissionais de saúde mental na atenção primária.
Equipes de resgate atuam do lado de fora de hospital inundado em Porto Alegre em 08/05/2024
REUTERS/Diego Vara
SOS Enchentes
O governo reorganizou o site de prestação de assistência e serviços à população, sosenchentes.rs.gov.br. A plataforma contempla os locais que recebem os donativos, os bloqueios das rodovias, rotas alternativas de municípios, a situação da energia elétrica, entre demais serviços.
Ainda na entrevista coletiva desta sexta-feira, o governador anunciou a antecipação do 13º salário para servidores públicos estaduais para pagamento até 15 de junho.
Enchentes no RS
Anselmo Cunha/AFP
Conexão Porto Alegre e interior
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) liberou o tráfego de veículos de emergência sobre a ponte do Rio dos Sinos, em São Leopoldo, e conectou rotas da Região Metropolitana de Porto Alegre ao interior do Rio Grande do Sul pela BR-116. O trajeto é considerado essencial para atender as demandas de veículos de emergência aos locais afetados pelas enchentes.
A rota emergencial é destinada a caminhões, ambulâncias e demais transportes de resgaste e abastecimento de alimentos e insumos. Os veículos, portanto, podem dar andamento ao transporte de suprimentos, além de aumentar a rapidez em eventuais ações de resgate, às localidade atingidas.
O trecho fica em São Leopoldo, a 33 km de Porto Alegre. Na Capital, a prefeitura demoliu uma passarela de pedestres para a construção de um “corredor humanitário” para a passagem de veículos no Centro Histórico.
Libera libera ponte sobre Rio dos Sinos, na BR-116
A prefeitura de Porto Alegre prevê para este final de semana o término da construção de uma travessia provisória que vai funcionar como “corredor humanitário” para a chegada de caminhões, veículos de emergência e donativos para atingidos por enchentes na Capital.
Ela vai ficar entre a Avenida Castelo Branco e o Túnel da Conceição, na Região Central da cidade, próximo à Estação Rodoviária, que está alagada.
GIF home corredor humanitário
g1