Um quadro mantido em segredo dentro de uma mala de madeira, com preço de venda de R$ 16 mihões, marcou a SP-Arte, principal feira do setor no país, encerrada no domingo (7). A tela tem a assinatura “Tarsila 25”, e se parece com produções de Tarsila do Amaral, mas, segundo especialistas, não seria da modernista.
O dono do quadro, que não quis se identificar, afirma que o quadro teria sido um presente de casamento dos pais e estava no Líbano desde os anos 1970 —por isso, não entrou no catálogo oficial da pintora, finalizado em 2008. A família de Tarsila, uma das mais valorizadas artistas brasileiras hoje, contratou um perito para tentar validar a obra.
Tarsila não teve filhos, e o legado dela é administrado por sobrinhos-netos. Ao mesmo tempo que atuaram para torná-la o nome pop que é hoje, os herdeiros travam uma briga judicial envolvendo os direitos da produção da artista. A disputa se acentuou depois que obras dela passaram a movimentar cifras na casa das dezenas de milhões.
O episódio desta sexta (12) do Café da Manhã explica essas tramas novelescas do mundo das artes: o quadro de milhões que pode ser falso, os interessados no dinheiro que obras como essa movimentam e o racha na família que envolve o legado de uma artista. O podcast entrevista João Perassolo, repórter da Folha, e Silas Martí, editor da Ilustrada.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gustavo Simon e Magê Flores, com produção de Carolina Moraes, Laila Mouallem, Lucas Monteiro e Victor Lacombe. A edição de som é de Thomé Granemann.