Morreu neste sábado (25) a jornalista, tradutora e poeta Edith Elek, aos 78 anos, em decorrência de uma insuficiência cardíaca. Ela estava internada no Hospital Sírio-Libanês, na Bela Vista, bairro da região central da capital paulista.
Primeira integrante de sua família a nascer fora da Hungria, Elek traduziu do húngaro importantes obras de autores do leste europeu —entre eles os romances “Jogo de Cena em Bolzano”, de Sándor Márai, publicado no Brasil em 2017, e “A Porta”, de Magda Szabó, lançado no ano passado.
Elek fez parte da primeira turma da faculdade de jornalismo da Universidade de São Paulo, a USP. Trabalhou no jornal O Estado de S.Paulo e em revistas do grupo editorial Bloch, desempenhando diferentes funções.
Afirmando sua paixão pelos livros, ingressou, nos anos 1990, no mercado editorial. Trabalhou como editora na Ágora. Nesse período, foi a responsável pela publicação do livro “Comunicação Não Violenta”, do americano Marshall Rosenberg. Ainda um sucesso, as ideias da obra se popularizam em debates que não se restringem ao campo da psicologia.
Na década seguinte, passou a traduzir obras de autores húngaros para as principais editoras do país, como a Companhia das Letras, a Intrínseca e a Nova Fronteira.
Em paralelo, cultivou o apreço pela literatura, publicando, há três anos, seu primeiro e único livro de poemas, “Pedaço de Mim”, publicado pela 7Letras, no qual aborda os assuntos da existência —a solidão, o amor e a arte.
Além da poesia, Elek pintava aquarelas, num processo que definia como terapêutico. Em 2021, Elek publicou, também pela 7Letras, “Cantiga de Exílio: Minha Pequena Tribo Húngara e Eu”, livro de memórias centrado em sua relação biográfica com a Hungria.
Avó amorosa e dedicada, Elek não perdia uma festa dos netos. Admiradora do poeta, cantor e compositor canadense Leonard Cohen, manteve até o fim o interesse pelas novidades que os livros trazem.
Ela deixa os filhos Madalena e Cassiano Elek Machado, que editou os cadernos Ilustríssima e a Ilustrada da Folha, e três enteados, Paulo, Renata e Rogério Wassermann. Também deixa oito netos —Laura, Alexandre, Thomas, Gabriel, Max, Félix, Elena e Ulisses.