Morreu neste domingo (24) Matteo Messina Denaro, 61, ex-chefe da Cosa Nostra, organização criminosa centenária, informaram meios de comunicação italianos.
Ele estava internado na ala para detentos de um hospital em Palermo, onde recebia tratamento para um câncer no cólon.
Denaro, que esteve foragido durante três décadas anos, acabou capturado pela polícia em um hospital na Sicília em janeiro enquanto passava por um procedimento hospitalar.
Mafioso mais procurado da Itália, Denaro foi condenado a prisão perpétua pelos assassinatos de dois promotores italianos, Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, em 1992, e pela participação em ataques a bomba em Florença, Roma e Milão, episódios que culminaram em dez mortes, no ano seguinte.
A polícia afirmou que Denaro, mesmo foragido, ainda dava comandos para as ações da máfia na área ao redor da cidade de Trapani, um reduto sob seu controle. Ele é acusado por promotores de ser responsável por vários outros assassinatos na década de 1990 no país.
Em 1993, ajudou a organizar o sequestro de um menino de 12 anos, Giuseppe Di Matteo, para dissuadir o pai do garoto, um informante da polícia, de depor contra a máfia, segundo a Promotoria. A vítima foi mantida em cativeiro por dois anos antes de ser estrangulada; seu corpo foi depois dissolvido com ácido.
O mafioso estava foragido desde 1993, e a polícia por vezes chegou perto de prendê-lo quando monitorava pessoas próximas a ele. Em 2013, sua irmã, Patrizia, e alguns de seus associados foram detidos. Ele também teve parte de seu esquema financeiro desmontado.
Especialistas dizem que a Cosa Nostra foi substituída pela ‘Ndrangheta, a máfia calabresa, como grupo criminoso mais poderoso da Itália. “Especialmente desde os anos 1990 a máfia siciliana não é tão forte quanto costumava ser”, disse Federico Varese, professor de criminologia na Universidade de Oxford. “Eles não conseguiram entrar no mercado de drogas e são secundários em relação à ‘Ndrangheta.”
Nos últimos anos, a polícia prendeu mais de cem pessoas ligadas a Denaro, incluindo sua irmã e outros parentes, e bloqueou mais de € 150 milhões (R$ 836 milhões) associados à Cosa Nostra.