Professores da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP) decidiram paralisar as aulas de graduação até a terça-feira 26. Apoiam, assim, a greve estudantil que teve início nesta quinta-feira, 21, deliberada por alunos de várias unidades em assembleia na terça-feira 19.
A greve tem como objetivo pressionar a reitoria da USP e a direção da FFLCH a realizar novas contratações de docentes. Além disso, os grevistas exigem melhores condições para a chamada permanência estudantil.
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A USP perdeu 818 professores entre 2014 e 2023, resultando em 15% a menos de docentes, sem uma diminuição no número de alunos. A falta de professores levou a atrasos na graduação, levando os estudantes a protestarem.
Contratação só para o ano que vem
A reitoria da universidade anunciou a contratação de 879 novos profissionais, mas a maioria só deve chegar no próximo ano. Os alunos pedem uma solução mais rápida e um sistema de contratação automática de professores para evitar problemas futuros.
Eles também reivindicam melhores condições de permanência, incluindo o fim do teto de concessão de bolsas e aumento nos benefícios. A Associação de Docentes da USP (Adusp) apoia a greve e critica a postura do diretor da FFLCH, Paulo Martins.
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Os professores também mencionam que o cancelamento de aulas noturnas e a presença da guarda universitária foram medidas desnecessárias. A Adusp planeja promover assembleias em outras unidades da universidade, para avaliar possíveis adesões de professores à paralisação.
Diretor e vice-reitora se reúnem
Os alunos da FFLCH não foram os únicos uspianos a paralisar suas atividades desde esta quinta-feira, 21. Estudantes do Instituto de Psicologia, por exemplo, também estão de greve.
Procurada pelo jornal O Estado de S. Paulo, a assessoria de imprensa da FFLCH comunicou que o diretor Paulo Martins reuniu-se com a vice-reitora da instituição de ensino nesta quinta-feira, 21. Em seguida, ele deve se pronunciar com relação às paralisações e às demandas de discentes e docentes.