O otimismo que tomou conta do mercado, ante à expectativa de que o ciclo de aperto monetário empreendido pelos bancos centrais estaria perto do fim, sem contar a perspectiva de crescimento da demanda, combinado com restrição da oferta, formaram a ‘receita perfeita’ para a alta firme das cotações futuras do petróleo, na sessão desta segunda-feira (31).
Essa conjunção de fatores deu o impulso necessário para que o contrato do WTI (referência ianque) para setembro subisse 1,51% (+ US$ 1,22) a US$ 81,80 o barril, negociado na New York Exchange (Nymex). No mês, o contrato mais líquido da commodity acumula valorização de quase 16%. Já o tipo Brent (referência global) avançou 0,67% (+US$ 0,57), a US$ 85,56 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), perfazendo uma alta acumula superior a 13% no mês.
Para o analista da Oanda Edward Moya. “os preços do petróleo estão terminando um mês sólido em alta, já que as perspectivas de demanda permanecem impressionantes e ninguém duvida que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) manterá este mercado apertado”, acrescentando que “o mercado de petróleo está vendo o melhor mês desde o início de 2022, já que a maioria dos principais bancos centrais parece estar no fim de seus ciclos de aperto”.
No paralelo, o mercado assimilou uma previsão menor do que previsto no índice de gerentes de compras (PMI) dos Estados Unidos, redobrando a ‘aposta’ de uma pausa breve do Federal Reserve (Fed), em setembro próximo.
Como plano de fundo da ascensão do insumo energético, o mercado trabalha com a possibilidade de aumento da demanda, reforçada após a publicação de um relatório pelo Goldman Sachs (NYSE:GS) de que, após o mercado bater o recorde histórico de 102,8 mil de barris por dia em julho corrente, o banco de investimentos dos EUA previu que, neste ano, será atingida a marca de 550 mil barris por dia. Em nota, o Goldman acentua que “essa atualização reflete, principalmente, a demanda firme e de alta frequência de petróleo e as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) da Índia e dos EUA, o que mais do que compensa o rebaixamento das estimativas para China”.