oque é um cartão de crédito?

neste poste vamos saber mais sobre CARTÃO DE CRÉDITO

e como conseguir um cartão de crédito internacional, Cartão de crédito é um meio de pagamento eletrônico.É tipo um cartão de plástico más que pode conter ou não um chip e na maioria das vezes apresenta na frente o nome do portador do cartão ou o número do cartão e data de validade,já no verso, um campo para assinatura do cliente ou já assinado digitalmente e o número de segurança (CVV2) e a tarja magnética (geralmente preta ou prata).Sendo a maioria de cartões de crédito possui forma e tamanho padronizados para se adequar, como especificado pelo padrão do ISO 7810.O cartão de crédito foi criado com intuito de facilitar as compras em empresas e reduzir a grande quantidade de dinheiro “vivo” em movimento, o mesmo caiu rapidamente no gosto dos brasileiros.O cartão de crédito por sua vez poderá ser usado como meio de pagamento para comprar várias coisas, sendo ele um bem ou até mesmo contratar um serviço.O titular do cartão poderá recebe mensalmente no endereço indicado as suas faturas para pagamento e ainda pode escolher se opta por pagar o total cobrado ou somente o mínimo ou algum valor que seja acima do mínimo,deixando o pagamento do restante da fatura para o mês seguinte mediante cobrança de juros.Todo cartão de crédito possui um limite de compras que é definido pelo banco emissor do cartão.As compras já efetuadas reduzem o limite disponível até que,quando o saldo fica negativo, novas compras são negadas.O pagamento da fatura faz assim a liberação o limite do CARTÃO DE CRÉDITO para ser utilizado novamente.

Quem foi Maomé, a figura-chave do islã – 30/01/2023

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Líder religioso ficou conhecido em português como Maomé. Para muçulmanos e estudiosos do islã, contudo, a transliteração não é bem-vinda ? pode soar até como ofensiva.

Líder religioso e político do Oriente Médio, Abul Al-Qasim Muhammad ibn Abd Allah ibn Abd Al-Muttalib ibn Hashim (571-632) entrou para a história como Maomé ? ou Muhammad, com preferem seus seguidores ?, o fundador do islã.

“Sabe-se que ele foi um líder que fez uma revolução muito significativa no território que hoje majoritariamente pertence à Arábia Saudita”, resume o cientista da religião Atilla Kus, pesquisador e mestre pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), e autor do livro A Constituição de Medina.

“Ele nasceu em Meca e, aos 40 anos, começou a pregar uma nova religião que foi denominada, no livro sagrado Alcorão, como ‘islam’ – islã, como se costuma dizer no Brasil.”

O pesquisador é enfático: “Não há registros que indiquem que ele não existiu”. E diz que, como acontece com outros fundadores de religiões, o próprio fato de que tantos passaram a seguir o que foi deixado por ele também é um indicativo que, sim, ele existiu.

Kus diz que os 1,8 bilhão de adeptos do islã são “a maior evidência de que ele existiu e liderou um movimento religioso na primeira metade do século 7 da era comum”.

Há documentos antigos, escritos pouco tempo após a morte dele, chamados de “sira” e que são considerados, por muçulmanos e também por alguns estudiosos do islã, como as biografias de Maomé. Segundo a antropóloga Francirosy Campos Barbosa, professora na Universidade de São Paulo (USP-Ribeirão Preto) e autora do livro ‘Hajja, hajja: a experiência de peregrinar’, “muito do que sabemos sobre a vida” dele é devido a esses registros.

Ela ressalta que pesquisadores não muçulmanos também costumam se apoiar nesses escritos, como é o caso da historiadora da religião Karen Armstrong, ex-freira, graduada na Universidade de Oxford, que lecionou na Universidade de Londres. Entre seus livros, estão títulos como ‘Muhammad: a Biography of the Prophet’ e ‘Muhammad: Prophet For Our Time’.

“Muhammad tornou-se profeta aos 40 anos. E o que se sabia é que ele era um membro do Hachemita, nome que vem da linhagem de seu pai Hashim, e dos Coraichitas, grupo influente em Meca”, relata Barbosa. “Sobre a infância e adolescência, sabemos que ele perdeu seus pais ainda criança, e foi criado por seu tio, Abu Talib. Tornou-se mercador como muitos homens de sua época.”

Aos 25 anos, ele se casou com Khadija, vivendo com ela até se tornar viúvo, com 50 anos. Khadija era uma comerciante 15 anos mais velha do que Maomé. Tiveram vários filhos. “Mas vários deles também morreram. Uma das suas filhas mais conhecidas é Fátima”, comenta Barbosa.

“Na época, Meca já era uma cidade importante, um caminho de trocas comerciais, por onde passavam grandes caravanas de mercadores”, acrescenta a antropóloga. O local já era ponto de peregrinação para quem visitava a Caaba, local considerado sagrado por tribos beduínas da região mesmo antes do islã ? e depois ressignificado com o advento da nova religião.

“Essa cidade-estado era controlada pelos Coraichitas. No entanto, muitos moradores da península arábica eram adoradores de deuses e faziam seus cultos na Caabra”, contextualiza a pesquisadora. “Muhammad era conhecido pela sua bondade desde criança, seu tratamento justo com as pessoas, sua honestidade que sempre se destacava. Ele tinha o hábito de se afastar para o Monte Hira para rezar e estar mais perto de Deus.”

Foi numa dessas idas à montanha que Maomé viveu a epifania que daria origem ao seu papel religioso. Ele teria sido surpreendido pelo anjo Gabriel. “Que disse a ele: Iqra, ou seja, leia!”, pontua Barbosa.

“Lê, em nome do teu Senhor Que criou; Criou o homem de algo que se agarra. Lê, que o teu Senhor é Generosíssimo, Que ensinou através do cálamo, Ensinou ao homem o que este não sabia”, diz o trecho do Alcorão.

“A partir dessa experiência, o profeta passa a conduzir a sua vida espiritualmente. Se por um lado trouxe muitos seguidores, também trouxe muitos que os perseguiram, passando a ser considerado um subversivo religioso”, comenta a pesquisadora.

“Ele pregava a existência de um só Deus e isso provocava imensamente a população da época, que adorava vários. Durante 23 anos o Alcorão foi revelado ao profeta, uma parte em Meca e a outra parte em Medina, para onde teve que imigrar devido a perseguições que sofria do povo de Meca. Aos poucos Muhammad foi se tornando de líder carismático a um líder político. A própria Constituição de Medina é um exemplo da sua forma equilibrada de dialogar com muçulmanos e não muçulmanos.”

Islã e islamismo

Para os muçulmanos, é importante delimitar a diferença dos termos islã e islamismo. “É muito comum e é um vício de linguagem se referir ao islã como islamismo, porém é um equívoco, pois islamismo é, academicamente, a nomenclatura que se usa para referenciar o movimento político que se sustenta no islã”, explica Kus. “O nome da própria religião é islam, ou islã – esta como foi feita a adaptação no português brasileiro.”

“O termo mais correto é islam, que significa paz. Este é o nome da religião”, complementa Barbosa. “É comum usarmos islamismo quando nos referimos a ações político-religiosas de alguns grupos muçulmanos.”

Outra questão recorrente quando se fala sobre a religião muçulmana é a possibilidade da representação, por meio de imagens, do profeta Maomé. Costuma-se dizer que qualquer retrato que aluda a ele seja algo terminantemente proibido. Mas, segundo os pesquisadores, isso não é tão radical como possa parecer.

“A imagem é permitida desde que não seja um objeto de adoração”, explica Kus. “No islã, o uso de figuras humanas em desenhos e imagens foi proibido por muito tempo porque as pessoas poderiam adotar aquilo como uma divindade. Portanto, [no contexto religioso,] a representação imagética de Muhammad também é proibida por esse motivo.”

A antropóloga Barbosa ressalta que “a imagem de todo profeta” tem a reprodução proibida dentro do islã. “Não apenas de Muhammad. Há mais de 144 mil profetas segundo o islam e nenhum deles pode ter sua imagem reproduzida. Inclusive Jesus, que é um dos profetas da religião.”

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“Como o islã é uma religião monoteísta, de crença em Deus único, a preocupação é de que imagens de pessoas importantes para o islã possam virar cultos, o que passem a ser adorados. Isso faz com que o entendimento seja de proibir imagens de profetas e mensageiros”, contextualiza ela.

O cientista da religião Kus ressalta que a determinação foi dada pelo próprio profeta, “para que as pessoas posteriormente não adotassem a imagem dele como uma divindade e, assim, caíssem no único pecado imperdoável no islã: o de atribuir parceiros a Deus”.

“Por outro lado, depois de um certo avanço científico e intelectual, na jurisprudência islâmica permitiu-se a pintura de figuras humanas”, comenta ele. Como exemplo, ele cita a pintura do sultão Mehmed 2º (1432-1481), do Império Otomano, realizada no século 15.

Charlie Hebdo

A representação de Maomé ou Muhammad por meio de imagens é uma situação muito controversa mesmo dentro do islã. Em 30 de setembro de 2005, o jornal dinamarquês Jyllands-Posten publicou 12 caricaturas do profeta muçulmanos e, com isso, desencadeou uma série de protestos.

A narrativa da época era de que o órgão de imprensa havia violado de forma proposital o preceito islâmico de não representação iconográfica do líder religioso. Seguidores do islã no país passaram a exigir um pedido formal de desculpas e pelo menos dois dos cartunistas precisaram de resguardo porque passaram a enfrentar ameaças de morte. Houve protestos de muçulmanos em Copenhague e um pedido de diplomatas muçulmanos para que o chefe de estado dinamarquês condenasse publicamente o jornal.

Em janeiro do ano seguinte, o Jyllands-Posten publicou um pedido de desculpas. Contudo, diversas outras publicações europeias, baseadas em princípios da liberdade de imprensa, decidiram republicar as caricaturas. Houve incidentes em embaixadas. Em 4 de fevereiro, manifestantes muçulamos na Síria incendiaram as sedes locais da Noruega e da Dinamarca. No dia seguinte, seguidores do islã atearam fogo no consulado dinamarquês em Beirute, no Líbano.

Em 7 de janeiro de 2015, o alvo foi o jornal satírico francês Charlie Hebdo. Um atentado ocorrido na redação da publicação, em Paris, acabou deixando 12 mortos e cinco feridos. O jornal vinha, reiteradamente e há anos, publicando ilustrações de Maomé e de temáticas islâmicas, sempre com fundo humorístico.

Segundo a antropóloga Francirosy Campos Barbosa, “a criação de imagens é uma questão controversa entre os muçulmanos devido às narrações proféticas que proíbem fortemente imagens associadas à idolatria e que rivalizam com a criação de Alá”.

“No entanto, o profeta fez uma concessão em relação a imagens e os estudiosos modernos permitiram imagens se elas servissem a um propósito útil”, explica. “Todos os estudiosos muçulmanos permitem fotos e imagens de coisas que não têm alma, como árvores, pedras, paisagens e assim por diante. Essa concessão foi dada por Ibn Abbas quando lhe foi pedido um julgamento sobre imagens.”

Parente de Muhammad, Ibn Abbas é considerado, pelos muçulmanos, um dos primeiros especialistas em Alcorão.

A proibição das imagens, conforme explica Barbosa, é baseada nos hádices do profeta. São diversos os que versam sobre isso. “Segundo algumas opiniões, é totalmente proibido fazer imagens de coisas com uma alma. Essa é a opinião mais estrita e a mais segura para os muçulmanos que desejam evitar imagens ilegais”, contextualiza a especialista. “No entanto, existem fortes evidências que sugerem que não são as imagens em si mesmas que são ilegais, mas é a intenção para a qual elas são usadas.”

“Desde o início, o profeta Muhammad havia proibido o desenho da imagem dele, pelo medo de que as pessoas pudessem adotá-la como ícone de adoração, de idolatria”, diz Kus.

Maomé ou Muhammad?

O líder religioso acabou ficando conhecido, em português, como Maomé. Para muçulmanos e estudiosos do islã, contudo, a transliteração não é bem-vinda ? pode soar até como ofensiva. Não há um consenso, contudo.

A antropóloga Barbosa cita um estudo realizado pela Universidade Jean Moulin Lyon 3, da França, para argumentar que houve uma “deformação” do nome do profeta do islã que remonta à Idade Média.

Nas primeiras traduções latinas do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos, Muhammad foi transcrito como Mahumet ou Mahomet. “Alguns muçulmanos na França acreditam que ‘Mahomet’ tenha sido forjado a partir de um raiz xenófoba denegridora, ou que tenha vindo de ‘ma houmid’, expressão que significaria ‘o indigno de louvor'”, aponta Barbosa.

Ela lembra que esse nome não foi o único a ser distorcido durante a transição do árabe para o látim. “Nomes de grandes estudiosos muçulmanos sofreram o mesmo destino, sem que isso tenha dado origem à menor disputa. Como o filósofo Ibn Sina [estudioso que viveu entre 980 e 1037], que se tornou Avicena”, comenta ela. “A corruptela do nome foi seguida em Portugal. Muhammad para Mahumet e, daí, Maomé.”

“Eu acredito que o uso do nome Maomé é inapropriado e errado, pois por mais que os prenomes sejam traduzíveis, os nomes de pessoas que marcam a história geralmente são preservados em sua forma original”, argumenta Kus.

É uma verdade parcial. Kus usa como exemplo o fato de que o atual monarca do Reino Unido seja tratado, no Brasil, como Rei Charles 3º, e não Rei Carlos 3º. Entretanto, muitos países “traduzem” o nome do britânico, chamado de Carlos em Portugal, Carlo na Itália e Karel na Eslovênia, por exemplo.

E mesmo no Brasil há uma tradição de transliterações, considerando outras figuras históricas. Nas escolas, por exemplo, é comum que o príncipe neerlandês Willem Van Oranje (1544-1584) seja referido como Guilherme de Orange. E, navegando por searas religiosas, Moisés é plenamente aceito como a versão em português de Moshé, assim como Jesus é a maneira como se nomeia Yeshu.

Outro ponto levantado por Kus, contudo, merece reflexão: para muitos seguidores do islã, Maomé pode ter sido uma tradução mal-feita. “Acredito que devamos usar Muhammad ao invés de Maomé porque, com se pode ver, um nome não tem nada a ver com outro”, argumenta o pesquisador. “Pelo que tenho visto, português e francês são os únicos idiomas que fizeram essa adaptação nada a ver com o nome original.”

Segundo Kus, uma possível explicação seria por conta de “nomes de escravizados africanos que eram muçulmanos”. “Um deles tem uma autobiografia, e se chamava Mahomah Baquaqua. Porém, as adaptações desses nomes não eram para substituir o original Muhammad. Era para derivar novos nomes para que as pessoas não ofendessem o nome do profeta”, explica ele.

Nesse sentido, usar Maomé para se referir ao líder religioso seria um contrassenso, à medida que a transliteração torta teria sua origem justamente quando a ideia fosse não se referir a ele.

“Penso que isso pode ter sido uma transliteração do nome para facilitar a pronúncia”, comenta a antropóloga Barbosa. “No entanto, nenhum muçulmano no Brasil vai se referir ao profeta com esse nome. O incorreto para os muçulmanos é dizer que se segue a Maomé, ou se referir a eles como maometanos.”

É uma polêmica que já foi discutida na imprensa. Entre 2001 e 2006, por exemplo, naquele contexto pós-atentados do 11 de Setembro, a Folha de S. Paulo adotou a grafia Muhammad em vez de Maomé. Conforme explicou o jornalista Marcelo Beraba, então ombudsman do jornal, em coluna publicada em 19 de março de 2006, isso ocorreu porque havia o entendimento de “que Maomé era uma palavra ofensiva para os muçulmanos”. E isso passou a constar inclusive do Manual de Redação utilizado pela publicação.

Em seu texto, no entanto, Beraba justificou a volta do uso de Maomé argumentando que “uma transliteração malfeita não significa que o termo transliterado seja uma ofensa”. Em linhas gerais, contudo, a volta do termo outrora consolidado se apoiou, depois de tantas reclamações de leitores, na tradição. “O questionamento principal [dos leitores] tinha como base a tradição. Por que deveríamos adotar uma grafia novas se tínhamos uma consagrada, Maomé?”, argumentou o jornalista.

Diálogo interreligioso

Interessante notar que o islã, nascido após o judaísmo e o cristianismo, conserva em suas bases um diálogo com essas religiões predecessoras. “Isso vem desde os primórdios”, diz Kus. “Segundo a tradição islâmica, quando o profeta Muhammad recebeu as primeiras revelações corânicas aos seus 40 anos de idade e ficou espantado pela realidade sobrenatural que lhe aconteceu, Khadija, sua esposa, o levou até um primo próximo que era um estudioso cristão das escrituras sagradas.”

Esse primo, Waraqa ben Nawfal, teria sido quem lhe deu amparo sobre o ocorrido e o orientado sobre os próximos passos. “Além disso, os primeiros muçulmanos foram bem recebido por reis cristãos como Najashi As-ham, da Abissínia, e Heracleio, do Império Bizantino”, pontua Kus. “Já a relação com os judeus é muito mais estrita, conforme vemos na Constituição de Medina, que é meu objeto de estudo no meu livro de mesmo nome.”

Ele ressalta que a maioria das figuras bíblicas, como Adão, Noé, Moisés, Jesus e Maria, faziam parte “de ensinamentos” do Alcorão, sempre “como exemplos de fé e profetas de Deus”. “Particularmente, Noé, Abraão, Moisés e Jesus são citados como os maiores profetas e mensageiros enviados na história de toda a humanidade”, comenta Kus.

“Jesus é conhecido e respeitado pelo islam como a palavra de Deus encarnada e concebida por Virgem Maria de forma milagrosa. Maria é a única mulher citada por nome como um exemplo de fé e devoção e possui um capítulo do Alcorão propriamente dedicado a ela.”

Barbosa ressalta que Jesus e Moisés são mais vezes citados no Alcorão do que o próprio Muhammad.

-Este texto foi originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-63635739

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