O combustível A será repassado para as distribuidoras com um aumento de R$ 0,23 por litro, passando de R$ 3,08 para R$ 3,31
A partir desta quarta-feira (25), o preço médio de venda da gasolina nos postos do Distrito Federal e em demais estados do país deverá sofrer aumento de mais de R$ 0,20 por litro. De acordo com a Petrobras, o combustível A será repassado para as distribuidoras com um aumento de R$ 0,23 por litro, passando de R$ 3,08 para R$ 3,31. A elevação do preço na bomba fica a critério de cada posto de gasolina, mas é possível que o impacto seja imediato.
O preço, portanto, deverá crescer aproximadamente 7,46%. Em alguns pontos do DF nesta semana, o preço da gasolina havia baixado para menos de R$ 5,00 por litro, reduzindo significativamente o valor do combustível – em mais de R$ 0,30 em alguns postos. O novo aumento, porém, deverá fazer com que a demanda diminua nos postos de combustível, uma vez que o preço poderá chegar a R$ 5,40, dependendo da política de cada empresa.
Conforme informado pelo presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicombustíveis) da capital do país, Paulo Roberto Tavares, cada empresário possui uma estratégia diferente para absorver ou não os aumentos no preço da gasolina, escolhendo o quanto irá repassar para o consumidor final. A concorrência do mercado costuma determinar cada variação neste caso.
De acordo com o personal trainer, Jair Tiussi, de 38 anos, os preços estão bem variados no DF, variando cerca de R$ 0,60 em alguns postos de combustível. Mas mesmo assim, ele considera o preço exagerado. “Minha profissão ficou bastante prejudicada. Ficou difícil gerenciar [as contas com o preço da gasolina]”, afirmou o profissional.
“Antes eu almoçava em casa, mas agora não faço mais isso para poder economizar no trajeto. Às vezes fico três ou quatro horas fora só para não precisar ficar indo e voltando, gastando gasolina. […] Tirei uma folga na semana passada, mas não viajei com meus filhos porque o preço atual está sem condições”, destacou.
No caso de Jair, com as aulas que dá, ele afirma que não consegue repassar o preço do trajeto no valor final da hora/aula, uma vez que, por conta da constante variação, não pode ficar refazendo o preço do serviço todas as vezes. “Eu não consigo repassar essa diferença”, disse. “Muitas pessoas devem estar até com um problema mais grave do que eu por conta do deslocamento”, acrescentou.
Para o marinheiro Erivan da Silva, 52, porém, o preço ainda está suportável dentro das contas da casa. “Se não passar de R$ 5,50, ainda dá para continuar andando com meu carro, trabalhando bem. Difícil foi na época em que estava acima de R$ 7, R$ 8 – ali foi complicado”, relembra. Entretanto, apesar de ainda conseguir manter as contas estáveis, ele entende que o preço poderia ser mais baixo.
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“Notei uma diferença no fim do mês. […] Sempre estou procurando promoções, mas estou pensando que [no futuro] as coisas vão melhorar, as coisas vão se ajeitar”, destacou otimista. Apesar de discordar do perfil governamental do novo presidente eleito, o marinheiro tem esperança de que Lula tentará trabalhar em políticas que mantenham o preço mais baixo da gasolina no país.
De acordo com ele, todos os dias são 60 quilômetros de ida e volta entre a casa, no Paranoá, e o trabalho, no Lago Sul. Apesar de entender que o preço atual da gasolina ainda é possível de se manter dentro do limite nas contas de casa, ele defende que preferiria ir de ônibus para o serviço do que arcar com os valores mais altos da gasolina. O transporte público, porém, segundo ele sem qualidade, o faz escolher continuar utilizando o carro.