Uma cascata de lorotas

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A história se passou em Nova York, no verão de 2021, conta George Anthony Devolder Santos, mais conhecido como George Santos. Ele tinha acabado de deixar um edifício comercial, depois de um compromisso de trabalho, quando foi interceptado por dois bandidos na esquina da Quinta Avenida com a Rua 55. Os criminosos levaram seu relógio, sua pasta e ainda tiveram tempo de exigir seus sapatos. “Isso às três da tarde”, ele diz. E acrescenta: “E, antes que vocês me perguntem, não foram negros; eram brancos.”

A Quinta Avenida é uma das vias mais movimentadas de Nova York. Para se ter uma ideia: são 27 mil pedestres atravessando a cada três horas a quadra entre as ruas 54 e 55, onde ficam o hotel cinco estrelas Peninsula e as joalherias de luxo Harry Winston e Breguet. Além disso, Nova York é uma das cidades mais vigiadas do mundo: tem 25,5 mil câmeras de segurança espalhadas em praças, ruas, avenidas, entre outros dispositivos instalados em órgãos públicos e espaços privados.

Apesar dessa agitação e desse aparato de vigilância, o crime cometido contra Santos não ficaria a dever ao que acontece nas periferias do mundo. “E ninguém fez nada. É surreal o que a gente vive aqui.” Os dois ladrões fugiram sem serem importunados pela polícia nem por ninguém.

O assalto sofrido por Santos no coração de Manhattan é um dos casos extraordinários que ele conta na entrevista exclusiva feita por mim e Flora Thomson-DeVeaux, diretora da Rádio Novelo. A conversa ocorreu em 7 de dezembro passado, depois de ele ter sido eleito deputado federal nos Estados Unidos pelo Partido Republicano e antes que viesse à luz uma série de denúncias sobre fraudes que teria cometido. O conteúdo da entrevista feita pela piauí em associação com a Rádio Novelo é relatado nesta reportagem e também está disponível em áudio a partir de hoje no episódio Castelo de Cartas do podcast Rádio Novelo Apresenta.

 

O deputado fala na entrevista sobre suas origens familiares. Santos diz que seus avós maternos eram judeus ucranianos, que, escapando da perseguição nazista, primeiro fugiram para a Bélgica e depois para o Brasil. Ferrenho opositor da presença de imigrantes ilegais nos Estados Unidos, ele se vangloria do fato de que seus pais teriam se mudado para lá, no começo dos anos 1980, com visto de trabalho. Chega a fazer um paralelo entre imigração e envolvimento amoroso: “Imagina você iniciar um relacionamento com uma mentira ou fazendo uma coisa errada, né?”

Seu pai, Gercino Antonio dos Santos Jr., era pintor de paredes. Sua mãe, Fatima Alzira Caruso Horta Devolder, falecida em 2016, trabalhou como faxineira, cozinheira e babá nos Estados Unidos. Santos nasceu em 1988 no bairro do Queens, onde vivem muitos imigrantes brasileiros em Nova York. Ele conta que passou os primeiros anos de vida em um porão sem janelas. Mas, depois, sua trajetória de self-made man seria um abrir incessante de portas que culmina com a eleição pelo Partido Republicano, em novembro passado.

Na entrevista feita por vídeo, Santos, com sorriso de canto de boca, desses que enfeitam o rosto de quem está prestes a soltar algo positivo sobre si mesmo, revela que decidiu doar integralmente seu salário como deputado, de 174 mil dólares (cerca de 890 mil reais) por ano, a quatro ONGs, cujos nomes não quis citar.

Há um detalhe que torna esse gesto ainda mais grandiloquente. Nos Estados Unidos, parlamentares não podem exercer qualquer trabalho paralelo durante o exercício do mandato. Isso significa que Santos, aos 34 anos, precisa ter amealhado dinheiro suficiente para viver sem precisar do pró-labore parlamentar. Ele assegura que vai se manter durante o mandato de “dividendos e distribuição de investimentos” e credita sua bonança financeira ao fato de ter estudado economia e administração de empresas no Baruch College, uma universidade pública em Nova York, além de ter atuado como executivo no Goldman Sachs e no Citigroup, dois dos mais reluzentes grupos financeiros de Wall Street. Na entrevista, não me dou por satisfeito com o currículo e peço mais detalhes sobre os dividendos e a origem de sua riqueza. “Pergunta indiscreta”, diz. “Digamos que a gente vive uma vida confortável hoje.”

Com as palavras “a gente”, Santos está se referindo também a seu companheiro, o farmacêutico Matheus Gerard, de 26 anos, natural de Pelotas (RS), e às quatro cachorras do casal: Anastácia, Aurora, Electra e Elsa. A família vive em Whitestone, segundo ele, um bairro de classe média alta do distrito do Queens. Pergunto, brincando, se os cães têm nomes de drag queens. Santos se irrita. “Pega leve. Aurora vem de A Bela Adormecida; Elsa, de Frozen; Anastácia, do desenho do mesmo nome; e Electra é a filha de Poseidon.” O deputado é assumidamente gay e decididamente conservador. Ele defende que os professores de escolas públicas sejam proibidos de tratar de assuntos relacionados à educação sexual nas aulas de crianças de até 12 anos.

Como os bolsonaristas, Santos adora disparar fake news. “Existe um total de trezentas performances de drag queens por dia nas escolas da cidade de Nova York”, ele diz. É um devaneio. No primeiro semestre de 2021, ocorreram 49 performances, uma média de uma a cada quatro dias em um universo de 1.851 escolas.

Depois, misturando alhos com bugalhos, afirma que 20 mil mulheres do estado de Nova York se submeteram ao aborto no terceiro trimestre de gestação, em 2021. Thomson-DeVeaux e eu rebatemos Santos sobre essa questão. Nos Estados Unidos, há menos 1% de abortos no terceiro trimestre de gravidez – e isso ocorre apenas quando a vida da gestante está em risco. Considerando a média de 100 mil abortos por ano no estado de Nova York, estima-se que o número de casos no terceiro semestre de gestação seja de 1 mil por ano.

Após a nossa contestação, Santos pede para entrarmos no site do sistema público de saúde – o que já tínhamos feito enquanto conversávamos. Então, sem ter como contra-argumentar, ele diz: “Se você tivesse me dado essa preparação [falar sobre abortos durante a entrevista], eu teria trazido todas as linhas.”

 

Tudo mudou no dia 19 de dezembro, quando o New York Times publicou uma reportagem demolindo as fantasias criadas por Santos. Segundo o jornal, ele mentiu sobre sua origem familiar (seus avós maternos nasceram no Brasil), a formação acadêmica (nunca estudou no Baruch College) e seu currículo profissional (Goldman Sachs e Citigroup negaram que ele tenha integrado os quadros das empresas). Também mentiu sobre sua atuação com uma ONG de proteção animal, com a qual teria resgatado mais de 2,4 mil cães e 280 gatos (não há registro sobre a existência da ONG que ele citou, chamada Friends of Pet United).(1)

Outras farsas foram desmascaradas. Santos mentiu que quatro integrantes de seu quadro de funcionários morreram no massacre homofóbico na boate Pulse, em Orlando, em junho de 2016. Também não é verdade o que Santos disse em algumas ocasiões sobre sua mãe ter sido executiva de uma grande corporação (mas à piauí ele afirmou que ela trabalhou como faxineira, cozinheira e babá) e estar em uma das Torres Gêmeas, no Onze de Setembro, dia dos ataques terroristas que destruíram os dois prédios nova-iorquinos e mataram 2.996 pessoas.

A reportagem do New York Times levantou dúvidas sobre a suposta fortuna de Santos. Em 2020, quando disputou a eleição pela primeira vez, ele declarou ter um rendimento anual de 55 mil dólares (cerca de 280 mil reais) e não ser proprietário de nenhuma empresa. Já no pleito de 2022, protocolou uma companhia de sua propriedade, aberta em maio de 2021 e chamada Devolder Organization, de administração de patrimônios. Segundo ele, a empresa sediada na Flórida administra 80 milhões de dólares em ativos e lhe paga um salário anual de 750 mil dólares (cerca de 3,8 milhões de reais). Mas Santos nunca divulgou quais seriam os seus clientes. Como pessoa física, aliás, ele doou 700 mil dólares para a sua própria campanha. A prosperidade repentina diverge de fatos recentes ocorridos com ele: o New York Times mostrou que nos últimos anos ele foi alvo de ações de despejo por atrasar o pagamento de aluguéis.

 

Nas entrevistas que deu desde que entrou para a vida pública, Santos nunca falou sobre o fato de ter morado por um breve período no Brasil. Até porque o tempo em que viveu aqui coincide com o que deveria estar fazendo aulas no Baruch College.

Em 2008, quando tinha 19 anos, ele passou uma temporada com a mãe e a irmã, Tiffany, em Niterói. A família morou na casa modesta da avó materna, no bairro Santa Rosa. Foi naquele ano que Santos cometeu um crime de estelionato. No dia 17 de junho, gastou 2.144 reais na loja The Salt, multimarcas de grifes estrangeiras. Dividiu o pagamento em dois cheques de valores iguais, assinados com o nome de Délio da Câmara da Costa Alemão. Quando a loja foi depositar os cheques, descobriu que a conta fora encerrada porque o Alemão havia morrido. “Liguei para os números colocados no verso dos cheques e fui ao endereço, mas não existia Délio algum. Fiquei desesperado, até que surgiu uma esperança de resolver o caso”, diz Carlos Bruno de Castro Simões, que era vendedor da loja e atendeu Santos.

Alguns dias depois, o namorado de Santos na época, Thiago Almeida Ramalho, apareceu na The Salt com uma caixa de tênis da marca Ecko, querendo trocar o calçado. “Talvez não sabendo que tinha sido comprado através de uma fraude, ele foi, na inocência, trocar o tênis”, diz Simões. O vendedor contou sobre o estelionato a Ramalho, que disse não ter envolvimento naquilo. Simões, hoje dono de um restaurante japonês em Copacabana, registrou um Boletim de Ocorrência na 77ª DP de Niterói. O proprietário da The Salt não quis levar prejuízo e descontou o rombo do salário de Simões.

Santos e sua mãe foram chamados a depor. Em 18 de novembro de 2010, ela disse à polícia que o talão, furtado por seu filho de dentro de sua bolsa, pertencia a um senhor para quem ela trabalhara como cuidadora. No mesmo dia, Santos confessou o crime e afirmou que, após ter usado algumas folhas, jogou o talão dentro de um bueiro. Na delegacia, declarou ser professor e ter dupla nacionalidade, brasileira e norte-americana. O Ministério Público do Rio de Janeiro entrou com uma ação por estelionato e, em setembro de 2011, a Justiça aceitou a denúncia. Três meses depois, um oficial de justiça tentou intimar Santos, mas ele não foi localizado. O vendedor da loja o procurou no Orkut, a rede social da época, e Tony Devolder – o nome que Santos adotava – respondeu, em uma mensagem: “Sei que pisei na bola e tall mais quero pagar.” A conversa consta no processo. A piauí enviou mensagens de WhatsApp, com pedidos de entrevista, à irmã de Santos, Tiffany, e a seu pai, mas a revista foi bloqueada por eles.

Não se sabe ao certo quanto tempo Santos passou em Niterói. O fato é que em 2008, ano do crime, e 2010, quando deu depoimento à polícia, estava no Brasil. Essas datas, aliás, não batem com o que o deputado disse na entrevista apresentada pela Rádio Novelo: “Pratico a minha carreira [como executivo do mercado financeiro] há quase catorze anos.” Catorze anos atrás, ele estava comprando roupas com folhas de cheque surrupiadas. Após a repercussão do caso, o MP do Rio anunciou que vai pedir a reabertura do caso.

 

George Santos foi eleito pelo Terceiro Distrito de Nova York, área que abarca partes do Queens e de Long Island. Localizada a uma hora de Manhattan, Long Island exala riqueza e prosperidade. Foi ali que o escritor F. Scott Fitzgerald ambientou o romance O Grande Gatsby (1925), sobre um milionário misterioso que se passava por alguém de origem refinada, formado na Universidade de Oxford, mas que de fato não passava de um mitômano, cujo dinheiro vinha do contrabando.

Long Island tem hoje 300 mil moradores judeus. Embora tenha dito ser um católico praticante, Santos propagandeou durante sua campanha, de olho nesses eleitores, que descendia de judeus que escaparam de Hitler. A piauí entrou em contato com o historiador Fábio Koifman, que há 25 anos pesquisa a imigração para o Brasil. Ele levantou a árvore genealógica do deputado. O bisavô materno de Santos, Leonardo Antônio Horta Devolder, era um engenheiro belga que se mudou para cá entre 1885 e 1890. “No Brasil, ele se casou com Maria Victória da Fonseca, nascida em 1879, em Niterói”, diz Koifman, que é professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e autor, entre outros, do livro Quixote nas Trevas: O Embaixador Souza Dantas e os Refugiados do Nazismo. Os avós de Santos nasceram em solo nacional.

Tanto do lado materno quanto do paterno, Santos tem inúmeros tios e primos que moram nos Estados Unidos desde os anos 1980. As relações familiares ajudaram a financiar parte de sua campanha eleitoral. De acordo com o Federal Election Comission, órgão que reúne dados de receitas e gastos dos candidatos, ele recebeu duas doações de seu pai (2,9 mil dólares para as eleições primárias e 2,9 mil dólares para as gerais). Os mesmos valores doaram seus tios Gesio dos Santos e Victoria Devolder, que aparecem no cadastro como “pintor” e “aposentada”. O total de doação dos parentes chega a 17,4 mil dólares (cerca de 88 mil reais). O valor de 2,9 mil dólares de cada doação não é coincidência. Essa quantia é o máximo que uma pessoa física pode doar, tanto nas eleições primárias quanto na geral.

A piauí entrou em contato com Santos para pedir o boletim de ocorrência do assalto na Quinta Avenida, mas não obteve resposta. Durante a campanha eleitoral, Santos adotou o combate à criminalidade como uma de suas bandeiras. A reportagem também pediu o histórico de vistos de seus pais, para saber se entraram nos Estados Unidos com permissão de trabalho. Mais uma vez, o deputado não respondeu. Outra mentira pode ser comprovada. Ele afirma na entrevista que nunca foi alvo de homofobia em sua vida, nem mesmo dentro do Partido Republicano, mas que a organização da Parada Gay de Nova York o impediu de participar do evento. Procurada pela reportagem, a entidade negou ter barrado Santos.

Após a reportagem do New York Times, vieram à tona mais mentiras e imprecisões contadas por Santos. E, paradoxalmente, passagens verdadeiras (devidamente escondidas) emergiram. Segundo o site The Daily Beast, entre 2012 e setembro de 2019, Santos foi casado com a brasileira Uadla Santos Vieira Santos – fato que o deputado nunca citou. Na entrevista para a piauí, ele disse ter tido relacionamentos heterossexuais. Mais tarde, o New York Times mostrou que o Partido Republicano havia feito um relatório sobre o candidato Santos alegando que a disputa em torno dele poderia causar “humilhação” devido ao histórico de mentiras. Também existe a suspeita, segundo fontes ouvidas pelo jornal, de que o casamento teria sido feito com propósitos de imigração. Casar com alguém tendo como objetivo obter visto de permanência nos Estados Unidos (às vezes mediante pagamento à pessoa com quem se casa) é crime federal no país.

Santos diz personificar o “sonho americano”, uma vez que nasceu de família humilde e se tornou executivo de sucesso. Ele alegou para amigos e conhecidos ter diferentes profissões, até mesmo a de funcionário da Rede Globo. Mas sobre sua vida profissional o que se sabe de concreto é que, em 2011, quando um oficial de Justiça tentou achá-lo em Niterói, ele trabalhava em uma empresa que fornece serviços de tevê digital e internet chamada DishNetwork, no Queens. Em novembro de 2019, atuava na empresa de investimentos LinkBridge, com sede em Manhattan. Recentemente, Santos assumiu ter “floreado” o currículo, mas negou ter cometido estelionato em Niterói – apesar de ele próprio ter confessado o crime na delegacia.

O Fantástico exibiu reportagens em que um ex-namorado e uma ex-amiga contaram ter sido vítimas de golpes financeiros dados pelo deputado, como tomar dinheiro emprestado e não pagar.

 

Santos não foi o primeiro nem o único político a fazer da mentira uma estratégia de comunicação. Sérgio Cabral disse que só usava o helicóptero a que tinha direito como governador do Rio para executar jornadas de trabalho, mas um paparazzi registrou duas empregadas de sua casa, membros de sua família e o cão Juquinha entrando em um helicóptero bancado com dinheiro público para passar o final de semana em um condomínio em Mangaratiba, no litoral fluminense. João Doria jurou inúmeras vezes que jamais desistiria da Prefeitura de São Paulo para disputar o governo do estado. Paulo Maluf afirmou não ter conta na Suíça antes de ser preso por desviar dinheiro público para o país europeu.

A diferença é que Santos criou fábulas para se eleger, e os outros depois que foram eleitos. As lorotas do deputado norte-americano emplacaram em parte porque a imprensa nos Estados Unidos e em todo o mundo está enfraquecida. Há poucos repórteres e recursos para investir em jornalismo investigativo em diários de cidades pequenas e médias, deixando as autoridades e políticos em geral nadando de braçada, sem nenhuma fiscalização. E um candidato a deputado nem sempre acaba sendo alvo do escrutínio e atenção da grande imprensa, que com redações cada vez mais enxutas estão concentradas em realizar coberturas de impacto nacional. Olham para Washington ou Brasília, mas esquecem o quintal de casa. A exceção foi o New York Times, que botou uma lupa na história de Santos e, ao fazê-lo, não parou de revelar as mentiras do deputado.

Um jornalismo bem executado traz impactos imediatos e relevantes. Santos tomou posse no dia 7 de janeiro não apenas com a reputação manchada, mas com muitos problemas pela frente. Seus gastos de campanha serão alvo de investigações nos âmbitos federal e estadual. Basicamente, querem saber como ele conseguiu doar 700 mil dólares à sua própria campanha. Outra suspeita recai sobre ter usado ou não dinheiro para pagar despesas pessoais, o que é proibido pela justiça eleitoral. Sua prestação de contas mostra que pagou quase 11 mil dólares (cerca de 56 mil reais) ao longo de quatro meses para uma empresa chamada Cleaner 123. Os gastos foram justificados como “aluguel de apartamento para equipe”. O endereço da Cleaner 123 era uma casa no bairro de Huntington, em Long Island. De acordo com vizinhos do imóvel, servia de fato como residência de Santos. 

O fato de ele ter mentido sobre o currículo talvez não ameace seu cargo de deputado, mas enganar o sistema eleitoral norte-americano sobre o financiamento de campanha pode levar à cadeia. A pena por ocultar a origem das receitas pode chegar a cinco anos de prisão. Os deputados democratas Daniel Goldman e Ritchie Torres, ambos de Nova York, apresentaram um pedido junto ao Comitê de Ética do Congresso dos Estados Unidos de investigação.

Como se não bastassem todos os problemas já existentes, Santos conseguiu criar outro. Em uma sessão na Câmara, ele fez um gesto associado aos supremacistas brancos: três dedos levantados e um círculo feito com o indicador e o polegar representam as letras W e P, de White Power. Santos não se manifestou em suas redes sobre a foto que flagrou o gesto.

A pressão da imprensa, da sociedade e dos colegas de Congresso levou Santos a fazer um tuíte, dizendo: “I will not resign” (eu não vou renunciar). O deputado republicano Joseph Cairo, porém, pediu a renúncia do colega. Em entrevista coletiva, enumerou algumas mentiras que escutou da boca de Santos. Uma delas provocou o riso dos ouvintes. Cairo contou que Santos dissera ter sido uma estrela do time de vôlei do Baruch College ­– escola onde nunca pôs os pés.

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(1) Já em novembro de 2020, quando deu uma entrevista para a piauí, George Santos mentiu sobre seu currículo: https://piaui.folha.uol.com.br/391403-2/.

 

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