Tom Felton, 35, é mundialmente conhecido por interpretar Draco Malfoy, um dos vilões da saga “Harry Potter” nos cinemas. Mesmo com o primeiro filme, “Harry Potter e a Pedra Filosofal” sendo lançado em 2001, o sucesso dos longas reverbera até hoje, mais de 20 anos depois, e deixou uma marca na carreira do ator.
No entanto, as recentes declarações transfóbicas da autora J.K. Rowling pode causar dúvidas sobre o amor e devoção que os fãs mantém pelo título. Em entrevista a Splash, Felton explica que, para ele, o sentimento em relação às histórias continua o mesmo.
“A paixão por Harry Potter não diminuiu”, disse. Ao ser perguntado sobre as falas da escritora, o ator diz que não é muito antenado o que está acontecendo, pois passa a parte do seu tempo cuidando de Willow, sua cachorra.
“Ela ocupa muito do meu tempo, então não consigo ler o que todo mundo está dizendo ou fazendo, ou qual o time de futebol que torcem ou antecedentes políticos que as pessoas têm. Respeito a opinião de cada um para poder fazer suas próprias escolhas.”
“Eu me lembro todos os dias dos efeitos positivos que os filmes e os livros de Potter tiveram ao redor do mundo. Sou muito pró-discussão e muito pró-amor. Não sei o suficiente sobre as especificidades para poder comentar a opinião de outra pessoa, mas direi que há muito mais amor no mundo do que as pessoas acreditam.”
‘Pés no chão’
Em 2022, Tom Felton lançou a sua autobiografia, “Além da magia: O encanto e o caos de crescer como um bruxo”, lançada no Brasil pela Editora Buzz. No livro, o ator revive seus altos e baixos, desde os momentos de sucesso, até quando precisou lidar com depressão e abuso de álcool. Na obra, ele conta ter ido três vezes à reabilitação e explica que bebia como forma de “fuga” de seus problemas.
A Splash, Felton explicou sobre a importância de falar dos momentos ruins da sua vida. “Você não pode aproveitar o sol a menos que perceba a chuva. Quando falei sobre depressão, estava observando a chuva, mas não pretendo ficar me molhando para sempre.”
“Ignorar tristezas é irreal. Não acho que um sentimento deva ser celebrado sem que o outro seja discutido. Parecia bastante natural poder discutir aquela época da minha vida e entender se foi devido ao trabalho, hormônios ou relacionamentos, não sei. Essas respostas não estão realmente lá para serem respondidas. Eu apenas senti ser importante conseguir falar sobre.”
Perguntado se há uma estratégia para não entrar em depressão novamente, o ator diz que tenta se manter com “os pés no chão” e usa Willow como seu exemplo. “Sua empolgação pela mesma tigela, com a mesma comida que ela come todos os dias, é o suficiente para me fazer sorrir.”
Felton acredita também que “pular no oceano” e estar na natureza o ajudam a ficar centrado. “Sempre ma ajudou a me acalmar.”
Profissional de ioiô ou lutador
Na biografia, o ator relata que sempre contou com o apoio de sua família para fazer o que quisesse.
“Eu queria ser um profissional em ioiô, um pescador, um lutador de WWE, um violinista, um jogador de hóquei no gelo, um violinista. E minha mãe e meu pai sempre me apoiaram muito, mas especialmente minha mãe, ela me apoiou muito e me permitiu ir de uma paixão para outra.”
‘Crush’
Durante o “20 anos de Harry Potter: De Volta a Hogwarts”, da HBO Max, Emma Watson, a Hermione dos filmes, assumiu um amor platônico por Felton. Em sua biografia, o ator fala com muito carinho sobre a atriz e diz que a amava “como uma irmã”. A Splash, ele comentou sobre a diferença de idade e o fato de terem passado muitos anos lado a lado nas filmagens dos oito filmes.
“Não posso falar pelo que as outras pessoas pensam, mas Emma e eu crescemos juntos. Ela tinha nove anos quando o filme começou, eu tinha 12. É uma grande diferença. E obviamente, com o passar dos anos, ficamos muito mais próximos.”
“Éramos todos adolescentes, então muitas paixões e coisas assim eram obviamente aparentes”, disse ao justificar a comoção sobre um possível relacionamento entre os dois. “Eu acho que devido aos personagens de Hermione e Draco, há algum tipo de eu não sei o que é, se era uma fantasia, uma espécie de fascínio com a ideia desses dois opostos, eu acho.”
Anos se passaram e os dois não perderam a amizade. Ao contrário: Felton atribui à amiga uma influência positiva em sua vida, que o levou, por exemplo, a parar de beber.
“Emma e eu somos melhores amigos há muito tempo. Temos uma espécie de entendimento único um do outro, não apenas devido aos filmes, mas também pelo nosso senso de humor e por quem somos como pessoas”, concluiu.