Em “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre”, conhecemos um novo herói, mas o filme não era realmente sobre isso
Aguardada sequência do longa de 2018, “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” chegou aos cinemas em novembro deste ano com a difícil missão de dar continuidade à história do herói sem o seu protagonista, após a morte de Chadwick Boseman, em 2020.
Dá para aproveitar a sequência sem pensar muito sobre ela, já que o filme tem mais pontos positivos do que negativos. Porém, ao propor uma obra tão majestosa quanto a anterior, qualquer tijolo fora do lugar é um grande problema.
Ao esmiuçarmos o roteiro do segundo “Pantera Negra”, fica evidente o quanto a ausência de Boseman afetou a história. Ryan Coogler, diretor do longa, já confirmou que, caso o ator tivesse participado do longa, veríamos T’Challa se conectando com o filho que teve com Nakia (Lupita Nyong’o) antes de desapecer por cinco anos, por causa do blip provocado por Thanos (Josh Brolin).
Com Boseman fora de cena, Coogler – junto ao roteirista Joe Robert Cole – se inspirou na história “Deadliest of the Species” (“A Espécie Mais Mortal”, em tradução livre) para continuar a trama. Nela, T’Challa fica gravamente ferido após uma batalha, correndo o risco de morrer, e Wakanda precisa encontrar um novo Pantera Negra para não ficar desprotegida.
É a partir desse ponto que os problemas começam: na HQ, Shuri é a escolha óbvia para assumir o manto do herói, já que é tão qualificada quanto o irmão. Porém, no filme, Coogler escolheu afundar a personagem em seu luto, fazendo com que ela mergulhasse em suas invenções ao invés de se preparar para o seu inevitável destino.
Em “Pantera Negra”, a Shuri de Letitia Wright ficou conhecida por sua inteligência, mas ela não deixou de se armar para a luta quando necessário. Ela não era uma guerreira, mas poderia ser. No entanto, para a construção do seu roteiro, Coogler decidiu reduzi-la à condição de uma irmã em luto.
A escolha é justificável, mas faria ainda mais sentido se “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” fosse apenas o caminho para um fim. Shuri teria que passar por tudo que passou no filme para, então, perceber que deveria assumir o legado deixado por seu irmão, mesmo sofrendo por sua morte. Mesmo porque o filme não era sobre ter um novo Pantera Negra, mas sobre passar por um processo doloroso de superação e reconstrução.
Não é só Shuri que está sofrendo no segundo “Pantera Negra”. Wakanda inteira está desestabilizada após a morte de seu protetor e precisa passar por esse processo de luto antes de ser a grande nação que era antes da partida de T’Challa. Por isso, o longa é uma história de empoderamento da própria Wakanda.
Shuri nunca é a protagonista de “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” e não havia como elevá-la à condição de novo Pantera Negra sem que o herói também se transformasse em coadjuvante.
Isso é tão forte no filme que, infelizmente, a escolha da cientista para se tornar o herói nem mesmo parece válida. A introdução do pequeno T’Challa, filho do personagem de Boseman, invalida ainda mais essa decisão, fazendo parecer que, na verdade, Suri nunca foi digna de assumir o legado do irmão e só está aquecendo o assento até que a criança tenha idade suficiente para se tornar o novo Pantera Negra.
Sobre “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre”
Na história, Wakanda está sem o seu rei e protetor T’Challa (Chadwick Boseman), que sucumbiu a uma misteriosa doença, e se vê sob ameaça do mundo inteiro, interessado em suas reservas de vibranium.
No entanto, quando uma cientista desenvolve um detector do metal mais poderoso do mundo e faz com que o minério seja descoberto no fundo do mar, Namor (Tenoch Huerta), líder da nação subaquática Talocan, precisa se mover para impedir que o seu povo, escondido há centenas de anos, seja descoberto e destruído.
Por esse motivo, ele coloca a rainha Ramonda (Angela Bassett) contra a parede e demanda que ela repare as consequências da exposição de Wakanda e do metal ao mundo. No entanto, quando os líderes da poderosa nação discordam sobre a solução, o perigo de uma guerra entre Wakanda e Talocan se torna cada vez mais real.
Com Ryan Coogler novamente responsável pela história e a direção do longa, “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” ainda conta com os retornos de Letitia Wright como Shuri, Danai Gurira como Okoye, Lupita Nyong’o como Nakia, Winston Duke como M’Baku e Martin Freeman como Everett Ross.
As novidades incluem Tenoch Huerta Mejía (“Narcos: Mexico”) como Namor, Michaela Coel (“I May Destroy You”) como Aneka, membro da guarda feminina de Wakanda, as Dora Milaje; e Dominique Thorne (“E Se a Rua Beale Falasse…”) como Riri Williams, a Coração de Ferro. #CineBuzzJáViu “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” e, para conferir a crítica, é só clicar aqui.
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