Conhecida por interpretar a jovem princesa Diana (1960-1997) em The Crown, Emma Corrin é a protagonista de O Amante de Lady Chatterley (2022), novo filme da Netflix que adapta o romance erótico homônimo de D.H. Lawrence (1885-1930). Com muito romance e cenas quentes, o longa estreou na última sexta (2) e já figura entre os mais assistidos da plataforma.
Considerado um clássico da literatura britânica, o livro de Lawrence causou polêmica no início do século 20. Radical demais para a época por explorar erotismo e adultério, a obra chegou a ser proibida em vários lugares por decisões moralistas e conservadoras.
Quase 100 anos depois de sua publicação, O Amante de Lady Chatterley ganha uma adaptação que honra os principais elementos da obra original. Mais carnal do que suas contrapartes cinematográficas, o filme dirigido pela cineasta francesa Laure de Clermont-Tonnerre certamente também seria proibido caso tivesse sido lançado décadas atrás.
A trama conta a história de Connie Reid (Emma), jovem que se casa com o lorde Clifford Chatterley (Matthew Duckett) após se encantar por ele. O rapaz, no entanto, parte para lutar na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) um dia após o casamento e retorna paraplégico.
Emma Corrin em cena de O Amante de Lady Chatterley
Divulgação/Netflix
A necessidade de dar atenção quase constante ao marido torna Connie uma prisioneira em seu próprio casamento. Impedida de deixar a vasta propriedade da família Chatterley, ela passa seus dias explorando a região, até que começa a cruzar frequentemente o caminho de Oliver Mellors (Jack O’Connell), o guarda-caça contratado por seu marido para cuidar do local.
Com Clifford incapacitado de suprir suas necessidades sexuais, Connie começa a ver a felicidade de seu casamento derreter. O marido, ciente de que não consegue satisfazê-la, propõe um acordo: com a intenção de lhe dar um herdeiro, ela tem a liberdade de escolher alguém para se relacionar. Ele pede apenas que ela nunca revele a verdade e não lhe conte quem é o futuro pai da criança.
Apesar de horrorizada com a proposta, Connie se afunda cada vez mais em sua solidão. Ao perceber que se casou com um homem elitista e com pouca empatia pelos menos favorecidos, ela enxerga em Oliver alguém possível de se admirar. Após muitos encontros, os dois iniciam um romance tórrido e cheio de paixão.
A nova versão de O Amante de Lady Chatterley nunca é tímida em relação ao erotismo e ao sexo total, embora às vezes pareça extrapolar com cenas de nudez aparentemente gratuitas. Mas a visão de Laure de Clermont-Tonnerre nunca teve dúvidas de que a história original de Lawrence é, de fato, uma história de amor.
Emma Corrin e Matthew Duckett
Divulgação/Netflix
A diretora reserva tempo para construir a tensão sexual entre os dois amantes até que seus encontros em uma cabana remota nos terrenos sem limites da propriedade se tornem um refúgio regular para os dois. Ao lado do amado, Connie descobre que não quer ser uma lady, título do qual se ressente. Entre cenas quentes e ternas, O’Donnell e Emma atingem uma química palpável durante quase todo o filme, vendendo o desejo de um pelo outro e o crescente amor nascido dele de forma crível.
Entre histórias sobre amores proibidos ou relações extraconjugais recheadas de erotismo, O Amante de Lady Chatterley não reinventa a roda. Não há grandes reviravoltas surpreendentes ou cenas dramáticas inesquecíveis. É a boa e velha história de um amor que nasce do inesperado, daqueles que o público torce para que tenha um final feliz. O sexo e a nudez estão ali, mas é na paixão que o filme de Laure se apoia.
O Amante de Lady Chatterley
Trailer oficial legendado