Representantes das equipes do atual e do futuro governo se reuniram em um edifício no centro histórico da capital. A escolha de Feder, que foi antecipada pelo Estadão, abriu a sequência de anúncios de nomes do primeiro escalão.
Depois de se reunir, pela manhã, com Guilherme Afif e o secretário Marcos Penido, coordenadores dos grupos de transição, Tarcísio reservou a tarde para encontrar reservadamente políticos que pleiteiam cargos no governo. Além de Eduardo, o deputado estadual Gil Diniz (PL) e o atual ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, que é cotado para assumir a mesma pasta em São Paulo, também foram recebidos pelo governador eleito, assim como Cezinha de Madureira (PSD-SP), um dos líderes da bancada evangélica na Câmara.
A definição dos nove eixos temáticos que vão nortear a transição ficou para amanhã. A ideia é que representantes das 23 secretarias sejam ouvidos e dialoguem com os nomeados pelo governo eleito. Entre os principais desafios para Tarcísio estão o assédio de apoiadores de Bolsonaro por cargos, a articulação com a Assembleia Legislativa para enquadrar questões orçamentárias e definição de postos ligados à área de segurança pública.
O governador eleito pretende deixar de lado, neste momento, polêmicas como o fim das câmeras nos uniformes dos policiais militares e a privatização da Sabesp, e deve priorizar temas ligados à estrutura de governo. Ele prometeu criar a Secretaria da Mulher e estuda desmembrar a da Segurança Pública, mas o atual número de pastas deve se manter.
Cobiça
Após a derrota de Bolsonaro na corrida pelo Palácio do Planalto, o Estado de São Paulo é visto com interesse por aliados do presidente. Entre os nomes citados estão o da deputada federal Rosana do Valle, cotada para administração portuária ou a Secretaria da Mulher. Uma ala do PL tenta emplacar nomes como os deputados eleitos Mário Frias e Ricardo Salles, mas aliados de Tarcísio resistem. Ao Estadão, Salles, que foi ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, disse que não tem interesse em cargos.
O entorno do governador eleito ecoa suas falas de que secretarias estratégicas serão blindadas. A decisão sobre a Segurança Pública ainda não foi tomada. Além da estrutura, o nome que vai chefiar as Polícias Civil e Militar segue indefinido. A área é prioridade.
Orçamento
Na quinta-feira passada, 17, Tarcísio disse que o primeiro passo de sua gestão será avaliar como inserir seu plano de governo na peça orçamentária do próximo ano. Ele receberá o Estado com um orçamento de R$ 317 bilhões, sendo R$ 32 bilhões em caixa. O valor, porém, será onerado a partir de 2023, por causa da lei sancionada por Bolsonaro que limita a cobrança de ICMS.
Da mesma forma, como mostrou o Estadão, Tarcísio terá de definir regras para aplicar o ICMS Educação, lei que prevê parte do repasse do imposto a municípios que tenham melhor desempenho entre alunos do 1.° ao 5.º ano.
O orçamento também será impactado por um projeto que tramita na Alesp para aumentar em 50% o salário do governador. A medida tem efeito cascata e pode custar R$ 1,5 bilhão ao ano. Sem detalhar uma porcentagem, Tarcísio se mostrou favorável à ideia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.