Tire suas dúvidas sobre a interação entre pets e crianças – 12/10/2022 – Bom Pra Cachorro

São muitos os benefícios da convivência com um animal de estimação. Companheiros, eles deixam o dia a dia mais leve e fazem bem à saúde.

Quando essa relação envolve criança, vai além da fofura. Importante amparo emocional, pets ajudam os pequenos a desenvolverem responsabilidades, afirmam especialistas.

“O cuidado com o pet é um compromisso diário. Outros pontos benéficos dessa relação é que ter um animalzinho em casa é associado a uma menor probabilidade de ansiedade na infância e um sistema imunológico mais forte”, diz a veterinária Gisele Starosky, da rede de farmácias Fórmula Animal.

Para Cleber Santos, especialista em comportamento animal e CEO da Comportpet, essa interação auxilia também no caso de crianças portadoras de necessidades específicas. Isso porque o suporte emocional facilita maior desenvolvimento cognitivo e habilidades sociais, além de oferecer mecanismos para a redução e a prevenção de crises de estresse.

Para isso, afirma, os responsáveis devem considerar questões como a raça que melhor se adapta à necessidade de cada criança. Porém, é importante buscar orientação do pediatra e de um adestrador.

“A maioria das raças —ou mesmo os cães sem raça definida— podem ser treinadas a dar assistência na realização de tarefas do dia a dia dessa criança. Existem raças consideradas mais ‘colaborativas’, como os goldens, que usam muito a boca, mas de maneira suave, e têm a pele bem resistente à dor, portanto podem atuar bem com os pequenos que precisam de contenção corporal durante crises —de pânico, ansiedade, epilepsia, entre outras”, afirma.

Mesmo diante de benefícios, famílias com crianças podem hesitar em ter um animal, e dúvidas são frequentes: como apresentar pet ao bebê? Quais cuidados com a higiene? A criança pode ter alergia?

A veterinária Gisele Starosky, da Fórmula Animal, listou dez perguntas e respostas para uma convivência feliz e para fazer com que essa relação com o pet se torne memória afetiva.

Existe algum cuidado especial com a saúde do pet para que ele possa conviver com crianças? É importante manter as visitas periódicas ao veterinário para que seja realizado o controle preventivo de doenças, através de vacinas e vermífugos, por exemplo. Além disso, é preciso ficar atento à higiene do animal, mantendo uma frequência adequada de banhos e mantendo as unhas cortadas, para evitar acidentes.

Com a chegada de um bebê, o bichinho precisa ser colocado em algum cômodo específico da casa ou levado para a casa de algum parente? O contato entre animais e crianças é muito importante para o desenvolvimento e, até mesmo, para a saúde dos pequenos. Porém, as crianças, principalmente nos primeiros meses de vida, demandam muito cuidado e, consequentemente, maior atenção dos pais. Assim, para que a convivência entre crianças e pets se torne confortável para todos, é fundamental garantir que o bichinho se torne mais independente e confiante. Uma forma de contribuir para isso é investir em adestramento e enriquecimento ambiental, para que o animal se distraia quando o tutor não puder dar total atenção.

Como apresentar o bebê ao pet? Nos casos em que o pet chega depois do bebê, é importante, primeiro, socializar o animal para que ele se acostume com o ambiente e para que o tutor observe o seu comportamento e, somente após isso, apresentar a criança a ele. Quando é o bebê que chega depois, é importante permitir que o pet se aproxime primeiro da criança, sinta seu cheiro e se familiarize. Lembrando que essa interação depende do temperamento do animal. Em animais ansiosos ou hiperativos vale a pena realizar adestramento antes dessa apresentação.

Famílias com crianças devem se atentar a quais pontos ao decidir adotar/comprar um pet? É importante que os pais se atentem que os animais também exigem muitos cuidados, como consultas periódicas no veterinário, vacinação, cuidados com higiene e interação social, entre outros. Todas essas questões devem ser levantadas antes de trazer um pet para a família.

Existe alguma forma de escolher o pet ideal para a família? Antes da chegada de um animal na família, é extremamente importante avaliar o espaço físico que ele terá, assim os tutores conseguirão avaliar se o porte do animal que está chegando será compatível com o espaço fornecido. Além disso, é necessário avaliar como o animal adotado se comporta com crianças, com outros animais, com carinhos e a interação com outras pessoas.

Crianças que convivem com animais precisam de cuidados extras em relação à higiene? Os cuidados são os mesmos de higiene diária geral. É importante incentivar a criança a lavar as mãos após brincadeiras com os pets, principalmente antes das refeições, e evitar que os animais deem lambeijos muito próximos à boca. Lembrando que é importante, da mesma forma, manter a higiene do animal em dia, com banhos regulares e escovação dos pelos, bem como a administração de vermífugos, vacinas e outros tratamentos preventivos.

Os gatos podem fazer com que bebês e crianças desenvolvam asma? Gatos normalmente perdem muitos pelos ao longo do dia e é possível que a pessoa tenha crises alérgicas ao inalá-los —assim como qualquer outro tipo de sujidade ou poeira. Dessa forma, os gatos não podem ser os culpados pelo desenvolvimento das crises asmáticas. É necessário que o local seja limpo e aspirado frequentemente, além de manter a escovação dos bichinhos em dia, a fim de reduzir os pelos que caem no ambiente. É importante frisar que alguns estudos já demonstraram que o convívio com animais de estimação pode reduzir as chances de desenvolvimento da doença.

O que fazer caso a criança apresente alergia ao pet? Há formas de amenizar o problema? De forma geral, é importante somente manter o ambiente sempre limpo e arejado para evitar a inalação dos pelos e, consequentemente, reduzir as crises alérgicas. Além disso, é preciso escovar a pelagem do animal sempre que possível.

Cães grandes e de raças consideradas bravas, como pit bull e rottweiler, podem conviver com crianças? Animais de porte grande, apesar de terem fama de agressivos, são animais muito carinhosos e sociáveis. É importante frisar que o comportamento do animal é muito relacionado com a forma em que é criado, ou seja, se o animal crescer em um ambiente amável e carinhoso, muito provavelmente se tornará um animal dócil. Porém, é importante também lembrar que às vezes animais maiores e mais fortes podem perder a noção da própria força e acabar machucando sem querer. Portanto, brincadeiras com crianças muito pequenas devem ser sempre acompanhadas de um adulto.

O que os pais podem fazer para evitar que as crianças acabem machucando os bichinhos na hora da brincadeira? É importante sempre conversar com as crianças e explicar que os animais não são brinquedos e que devem ser sempre respeitados. Além disso, a criança deve saber dosar a força ao fazer carinho, por exemplo, sempre entendendo os cuidados que deve ter com o animal. Uma dica é incentivar a criança a interagir com o bichinho dando comida, água e banho, para que ela entenda a importância do cuidado com o pet.

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