Em busca de apoio para o segundo turno da disputa pelo Planalto, em 30 de outubro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciaram novas alianças e consolidaram outras que já eram esperadas.
Lula confirmou que terá ao seu lado a senadora Simone Tebet (MDB), fechando parcerias com os principais presidenciáveis derrotados, e também angariou apoio o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Já Bolsonaro teve a adesão dos governadores reeleitos Ibaneis Rocha (MDB-DF), Ratinho Jr (PSD-PR) e Ronaldo Caiado (União-GO), o que amplia ainda mais seus palanques nos estados.
No saldo final dos apoios 25 políticos afirmaram estar ao lado de lula e 27 para Bolsonaro.
Veja qual a força do apoio de cada lado:
Apoios a Lula
Já sinalizado desde domingo, o embarque de Tebet na campanha lulista foi selado na quarta-feira (5), após um encontro da parlamentar com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice na chapa petista. O contato entre Lula e Tebet foi mediado por Janja, esposa do ex-presidente.
Em pronunciamento após a confirmação do apoio, Tebet declarou que Lula tem “compromisso com a democracia e a Constituição”, algo que ela não vê em Bolsonaro.
O MDB, partido da senadora, liberou os filiados “para que cada um se manifeste conforme sua consciência” na disputa presidencial.
Com os endossos de Tebet e do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), Lula tem a seu lado os dois candidatos à Presidência mais bem votados que não foram ao segundo turno. Juntos, Tebet e Ciro tiveram mais de 8,5 milhões de votos no primeiro turno.
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, reafirmou o apoio unânime do partido, e disse que “está pronto para combater o mal maior da sociedade brasileira, que é Bolsonaro, e reafirmar a democracia ao lado de Lula no segundo turno”.
Os ex-ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa e Celso de Mello, e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-ministro da Justiça Nelson Jobim demonstraram apoio ao ex-presidente.
Divisão no PSDB
Aos 91 anos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) anunciou por meio do Twitter que votará em Lula. O tucano, que derrotou o petista em duas eleições nos anos 90 e depois foi sucedido por ele na Presidência, fez duas publicações na rede social para manifestar apoio ao petista.
Em uma delas, FHC postou duas fotos dele com Lula em momentos distintos, antes e depois dos respectivos governos. Na segunda publicação, o tucano exibiu uma imagem da época da ditadura militar, que mostra ambos distribuindo panfletos em defesa da democracia.
A decisão de FHC reforça o posicionamento de quadros veteranos do PSDB a favor de Lula.
Enquanto prefeitos tucanos do interior paulista e o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), têm se alinhado com Bolsonaro, o petista teve a adesão dos senadores Tasso Jereissati (CE) e José Serra (SP), além dos ex-senadores Aloysio Nunes (SP) e José Aníbal (SP).
Em entrevista ao UOL, Aníbal disse considerar a aliança com Bolsonaro “incompatível com o PSDB”.
Outros nomes da sigla, como a senadora Mara Gabrilli (SP) e o ex-governador de São Paulo João Doria, declararam que não votarão em nenhum dos dois no segundo turno.
Governadores com Lula
Em reunião no dia (5), em São Paulo, Lula reuniu oito governadores e 16 senadores para reagir à crescente mobilização de chefes do Executivo em torno de Bolsonaro nos últimos dias. Dos governadores eleitos ou reeleitos no domingo do primeiro turno, seis já declararam apoio a Lula:
- Clécio Luís (Solidariedade) – Amapá
- Elmano Freitas (PT), do Ceará
- Carlos Brandão (PSB), do Maranhão
- Helder Barbalho (MDB), do Pará
- Rafael Fonteles (PT), do Piauí
- Fátima Bezerra (PT), do Rio Grande do Norte
Senadores com Lula
Dos 27 senadores eleitos, oito são apoiadores do ex-presidente:
- Renan Filho (MDB) – Alagoas
- Omar Aziz (PSD) – Amazonas
- Otto Alencar (PSD) – Bahia
- Camilo Santana (PT) – Ceará
- Flávio Dino (PSB) – Maranhão
- Beto Faro (PT) – Pará
- Teresa Leitão (PT) – Pernambuco
- Wellington Dias (PT) – Piauí
Apoios a Bolsonaro
Os governadores reeleitos do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e do Paraná, Ratinho Jr (PSD), visitaram Bolsonaro, no Palácio do Alvorada, e declararam apoio pela reeleição do presidente.
Ibaneis, que teve atritos com Bolsonaro na pandemia, declarou que o apoio ao atual mandatário no segundo turno é “natural” e “vem de coração”. O emedebista criticou Tebet por ter se alinhado a Lula, afirmando que a posição da senadora é isolada no MDB.
Outros nomes do partido tendem a apoiar Bolsonaro. O presidente nacional da sigla, deputado Baleia Rossi (SP), e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, declararam apoio ao ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) no segundo turno da disputa pelo governo estadual, e tendem a se alinhar a Bolsonaro.
Bolsonaro confirmou também o apoio de Ronaldo Caiado (União-GO), reeleito governador de Goiás, com quem também teve atritos devido à gestão da pandemia.
Ao todo, o presidente já tem o apoio de oito chefes de Executivo estaduais, o que inclui vários dos maiores colégios eleitorais do país.
- Gladson Cameli (PP), do Acre
- Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal
- Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás
- Mauro Mendes (União Brasil), de Mato Grosso
- Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais
- Ratinho Jr (PSD), do Paraná
- Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro
- Antonio Denarium (PP), de Roraima
Senadores com Bolsonaro
Dos 27 senadores eleitos, 16 são apoiadores do atual presidente:
- Alan Rick (União Brasil) – Acre
- Damares Alves (Republicanos) – Distrito Federal
- Magno Malta (PL) – Espírito Santo
- Wilder Morais (PL) – Goiás
- Wellington Fagundes (PL) – Mato Grosso
- Tereza Cristina (PP) – Mato Grosso do Sul
- Cleitinho (PSC) – Minas Gerais
- Sergio Moro (União Brasil) – Paraná
- Romário (PL) – Rio de Janeiro
- Rogério Marinho (PL) – Rio Grande do Norte
- Hamilton Mourão (Republicanos) – Rio Grande do Sul
- Jaime Bagattoli (PL) – Rondônia
- Dr. Hiran (PP) – Roraima
- Jorge Seif (PL) – Santa Catarina
- Marcos Pontes (PL) – São Paulo
- Laércio (PP) – Sergipe
Posições neutras
O ex-presidente Michel Temer (MDB), antecessor de Bolsonaro no cargo, não se posicionou apoiando nenhum dos dois candidatos nominalmente.
O governador reeleito do Tocantins, Ronaldo Dimas (PL), declarou que não vai escolher entre Lula (PT) e Bolsonaro.
Dos senadores eleitos, três se mantiveram neutros, sem demonstram apoio a nenhum dos dois candidatos: Davi Alcolumbre (União Brasil) – Amapá, Efraim Filho (União Brasil) – Paraíba e Professora Dorinha (União Brasil) – Tocantins.