Mercados avaliam elevação dos juros nos Estados Unidos

O dólar caía acentuadamente frente ao real nos primeiros negócios desta quinta-feira (22), acompanhando enfraquecimento da divisa

O dólar caía acentuadamente frente ao real nos primeiros negócios desta quinta-feira (22), acompanhando enfraquecimento da divisa norte-americana no exterior após forte disparada vista na véspera, enquanto investidores também reagiam positivamente à pausa no ciclo de aperto monetário do Banco Central do Brasil.

Às 9h10 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,89%, a R$ 5,1280 na venda.

Na B3, às 9h10 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,87%, a R$ 5,1385.

Nesta quarta-feira (21), Brasil e Estados Unidos ajustaram suas respectivas taxas de juros. As negociações também balançaram com novas preocupações sobre os rumos da economia mundial após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ter determinado pela primeira vez a mobilização de até 300 mil reservistas para lutar na Guerra da Ucrânia, além de ter ameaçado usar armas nucleares para garantir territórios dominados pelas tropas russas.

O índice que compara o dólar com as principais moedas globais atingiu o maior patamar em duas décadas.

No câmbio do Brasil, o dólar comercial fechou em alta de 0,36%, a R$ 5,1720. Na Bolsa de Valores, o índice Ibovespa caiu 0,52%, aos 111.935 pontos.

Parâmetro da Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 perdeu 1,71%. Dow Jones e Nasdaq cederam 1,70% e 1,79%, respectivamente.


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Os mais importantes mercados de ações globais chegaram a subir durante boa parte do dia, mas viraram para o negativo após declarações do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), Jerome Powell, indicarem que os juros dos Estados Unidos permanecerão em patamar elevado no próximo ano.

Nesta quarta, o Fed confirmou a terceira forte elevação de 0,75 ponto percentual no custo do crédito, ampliando a taxa anual para um patamar entre 3% e 3,25% ao ano.

No Brasil, o Banco Central local confirmou no início da noite o fim do ciclo de elevação da taxa Selic, sem reajuste, mantendo o patamar de 13,75% ao ano.

Apesar da queda da Bolsa nesta quarta, o mercado acionário brasileiro avança mais de 6% neste ano, resistindo a um ambiente desafiador para a renda variável.


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Analistas dizem que o Brasil é visto neste momento como destino interessante para investidores porque o país dá sinais de êxito quanto à sua política monetária. Enquanto isso, as principais potências econômicas também tentam domar a inflação acelerando juros, mas ainda aparentam não saber claramente o quanto precisarão apertar o crédito até que os preços ao consumidor comecem a cair.

Há consenso no mercado sobre a necessidade de tornar o crédito mais caro para retirar dinheiro de circulação. Essa é a principal medida adotada por bancos centrais na tentativa de frear a inflação mundial, um processo que teve início devido a falhas provocadas pela pandemia no abastecimento global de matérias-primas e bens de consumo. O problema se tornou ainda mais grave com a Guerra da Ucrânia elevando preços de energia e alimentos.

Existem receios, porém, de que o custo desse aperto monetário será uma grave desaceleração da atividade econômica em escala mundial.

Entre os efeitos de uma recessão estão a ausência de crescimento das empresas, aumento consistente do desemprego e queda exagerada do consumo.


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Sem perspectiva de crescimento das empresas, investidores tendem a abandonar os mercados de ações para buscar ganhos na renda fixa. A mais segura delas é a americana, onde os títulos soberanos dos Estados Unidos ficam cada vez mais vantajosos.

O rendimento dos títulos do Tesouro americano com vencimento em dez anos, referência para esse mercado, ronda o maior patamar em uma década.


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