O deputado André Janones (Avante-MG) vai apresentar na próxima quinta-feira (4) ao ex-presidente Lula, em São Paulo, uma série de pedidos de incorporação de suas propostas ao programa de governo do presidenciável petista. Caso elas sejam aceitas, Janones vai retirar sua candidatura. Entre os compromissos que ele exigirá que o líder nas pesquisas assuma, há três inegociáveis, segundo o próprio parlamentar: a fixação em R$ 600 como valor permanente do Auxílio Brasil, sucessor do Bolsa Família, a inclusão na lista de beneficiários do programa de todas as pessoas inscritas no Cadastro Único e o pagamento em dobro do benefício para as mães solo. O valor de R$ 600 só está previsto até o final do ano.
“A gente vai pedir medidas concretas, que ele assuma esses compromissos não só com nossa candidatura, mas com todo o país publicamente. Caso esses pedidos sejam aceitos, mostrando-se inclusive a viabilidade de como implementá-los, passaremos a discutir de forma direta, efetiva e imediata a retirada da candidatura presidencial até aqui lançada”, disse o deputado em áudio enviado ao site. “Enquanto isso, a gente continua fazendo campanha normal”, acrescentou. O pré-candidato é o convidado da segunda rodada de entrevista do Conversa com Presidenciáveis, do Congresso em Foco, nesta segunda-feira (1), a partir das 18h. Saiba como acompanhar.
Janones está em São Paulo neste sábado, onde participa da convenção do diretório paulista do Avante. O pré-candidato ressalta que não vai paralisar suas atividades na expectativa da conversa que terá com Lula. “Com toda sinceridade, a gente pondera que a tendência maior é que a gente permaneça com a candidatura, porque não vamos poupar esforços na apresentação dessas propostas. A gente vai apresentar um leque muito grande de propostas e não pode suspender uma campanha sob a expectativa de que elas serão aceitas. Não há nada que garanta isso”, frisou.
O convite para a reunião foi feito pelo ex-presidente Lula, que interagiu com o deputado pelas redes sociais. Lula primeiro comentou uma mensagem em que Janones dizia que chegar à Presidência era “apenas o meio mais rápido” para “mudar a vida das pessoas”. “Fico feliz. Essa também é a causa que me motiva na política, estamos juntos nisso. Vamos conversar”, respondeu o petista. Os dois, em seguida, combinaram um encontro, também intermediado pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que anteriormente havia elogiado publicamente a entrevista dada por Janones à GloboNews.
Eleito após se destacar como um dos porta-vozes da greve dos caminhoneiros em 2018, o advogado mineiro começou sua militância partidária no PT, partido em que permaneceu entre 2003 e 2012. Antes de chegar ao Avante, passou pelo PSC. Aos 38 anos, o deputado aparece na última pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira, com 1% das intenções de voto. Antes chegou a figurar com 2%, destacando-se à frente de Simone Tebet (MDB).
Nas redes sociais, ele se queixou da forma com que foi tratado pelos demais adversários. Disse ter recebido manifestações de respeito apenas de Lula e Ciro Gomes (PDT).
Bolsonaro me bloqueou, Ciro não aceitou encontrar comigo, Tebet ignorou por completo minha existência, enquanto aquele que lidera as pesquisas pediu publicamente pra conversar comigo. Humildade e democracia andam lado a lado.
Convite aceito. Vamos conversar @lulaoficial.
— André Janones (@AndreJanonesAdv) July 29, 2022
Bolsonaro me bloqueou, Ciro não aceitou encontrar comigo, Tebet ignorou por completo minha existência, enquanto aquele que lidera as pesquisas pediu publicamente pra conversar comigo. Humildade e democracia andam lado a lado.
Convite aceito. Vamos conversar @lulaoficial.
— André Janones (@AndreJanonesAdv) July 29, 2022