A corrida eleitoral à Presidência da República já tem os principais nomes definidos, mas quase todos os pré-candidatos anunciados até agora ainda não escolheram quem vão ter de vice na chapa. Como o registro oficial deve ser feito no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) somente em 15 de agosto, os presidenciáveis querem aproveitar o tempo para consolidar o próprio nome. A escolha do vice, na avaliação da maioria, é preocupação para um momento posterior.
A exceção até o momento é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lançou chapa com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Ambos apresentaram o plano de governo e têm feito viagens ao longo do país.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), que chegou a sinalizar o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto como vice, recuou no anúncio. A equipe que coordena a pré-campanha dele entende que o chefe do Executivo precisa conquistar mais votos do eleitorado feminino, e, por isso, duas ex-ministras do governo surgiram como alternativas. Tereza Cristina tem a preferência no momento, mas Damares Alves também é cogitada pelo presidente.
Os demais pré-candidatos, que aparecem longe de Lula e Bolsonaro nas pesquisas eleitorais, ainda não tratam a escolha do vice com prioridade. Justamente por terem intenções de voto baixas, os presidenciáveis acreditam que precisam aumentar a popularidade antes de qualquer outra decisão.
Presidente do PDT, que tem Ciro Gomes como pré-candidato, Carlos Lupi diz que o partido ainda busca alianças com outras siglas. Segundo ele, a legenda conversa com União Brasil e PSD para tentar encorpar a chapa de Ciro. “O diálogo está aberto. O importante é encontrar um vice que não atrapalhe”, opina.
Para Lupi, Ciro tem conseguido um bom desempenho, visto que tem aparecido sempre na terceira colocação nas pesquisas eleitorais. “Nós estamos conseguindo resistir. Estamos há um ano no processo de discussão de processo eleitoral. Já vimos passar João Doria, Eduardo Leite e Sergio Moro, e nós estamos aqui. Estamos resistindo. O desafio é crescer para ir para o segundo turno”, avalia.
Bivar não abre mão de concorrer
Apesar do interesse do PDT em se aliar ao União Brasil, o partido ainda quer concorrer ao pleito com Luciano Bivar, deputado federal e presidente nacional da agremiação. O político cogita duas mulheres do próprio partido como vice: a senadora Soraya Thronicke e a mulher de Moro, Rosângela Moro.
“Essa é uma decisão que precisamos resolver mais para a frente, mas são duas mulheres qualificadíssimas e que contam com o respaldo da executiva nacional do partido”, afirma Bivar.
De acordo com ele, o nome de Rosângela passou a ser cogitado em razão da popularidade que ela trouxe ao partido desde a filiação, em março. No entanto, Bivar diz que outros membros do União Brasil não estão descartados, nem mesmo Moro. Além disso, ele não descarta alianças.
“O partido tem quadros e pessoas muito interessantes. Ainda estamos abertos para fazer coligação com outros partidos. O fato é que o União Brasil tem luz própria e quadros próprios, mas qualquer partido que seja democrático e que se identifique com o nosso plano econômico é bem-vindo”, afirma.
De todo modo, ele reconhece a importância de fortalecer o próprio nome. “Estamos com uma campanha crescente, que começou a militar nos estados por agora. Vamos passar a mostrar o nosso nome ao eleitorado. Estamos confiantes, pois mais de 50% ainda não escolheram o seu candidato. O importante é chegar nessas pessoas.”
Coligação de Tebet busca mais eleitores
Pré-candidata de uma coligação formada por MDB, PSDB e Cidadania, a senadora Simone Tebet (MDB) também trata a escolha do vice em segundo plano. Presidente do Cidadania, Roberto Freire frisa que é mais importante confirmar a candidatura da parlamentar antes de pensar em quem vai completar a chapa.
“Quando chegar no momento apropriado, nós vamos discutir sobre o vice. Pelo que temos sentido, o trabalho de Tebet tem sido muito bom. Ela tem grandes perspectivas de crescer naqueles eleitores que querem superar esse clima de polarização. E é disso que precisamos cuidar agora, visto que a sociedade já percebeu que quer um caminho diferente para o país”, afirma.