Tony Awards: ‘Strange Loop’, com elenco LGBT, é o vencedor – 13/06/2022 – Ilustrada

“A Strange Loop”, musical sobre um autor negro e queer com elenco formado por atores LGBTQIA+, foi o principal venceder do Tony Awards, considerado o Oscar do teatro, na cerimônia de premiação realizada neste domingo (12). Uma peça sobre os Lehman Brothers —o trio de irmãos que fundou um banco nos Estados Unidos— e outra sobre Michael Jackson também estão entre os principais vencedores do prêmio.

A 75ª edição do Tony marca um momento de renovação dos teatros de Nova York, que reabriram no outono de 2021 após 18 meses fechados devido à pandemia de Covid-19.

“A Strange Loop” —ou “Um Laço Estanho” em traduçao literal—, que era favorito com 11 indicações, venceu dois Tonys, levando os prêmios das prestigiosas categorias de melhor musical e melhor libreto pelo trabalho de seu autor, Michael R. Jackson.

O musical conta a história dos tormentos de um jovem lanterninha de teatro e aspirante a artista. Negro e queer como o próprio dramaturgo Michael R. Jackson, o personagem quer se tornar um autor de musicais da Broadway.

“Eu me sentia invisível. Eu não me sentia ouvido. Eu me sentia incompreendido. E eu só queria criar um bote salva-vidas para mim como um homem gay negro”, disse Jackson no palco após uma grande ovação do público. “Strange Loop” é um dos primeiros musicais da Broadway a apresentar um elenco inteiramente negro e LGBTQIA+.

“The Lehman Trilogy” —ou “A Trilogia Lehman” em tradução literal—, espetáculo sobre a história da empresa financeira de Wall Street, saiu deste domingo com cinco prêmios, incluindo o de mlehor peça, melhor ator —pelo trabalho de Simon Russell Beale— e de melhor diretor —para Sam Mendes.

A peça do italiano Stefano Massini narra a londa vida do banco de investimentos Lehman Brothers, fundado no século 19 por três imigrantes alemães, cuja falência em 2008 acarretou uma crise financeira global.

“MJ – The Musical”, uma obra biográfica de Michael Jackson, recebeu a aprovação de seus herdeiros e uma recepção mista dos críticos porque a peça ignora as acusações de abuso sexual contra crianças, que acometeram o rei do pop. A obra venceu quatro prêmios, incluindo o de melhor ator de musical, dado a Myles Frost. Paris e Prince Jackson, dois dos filhos do artista morto em 2009 aos 50 anos, apareceram no palco.

Apresentadora da cerimônia no Radio City Music Hall, Ariana DeBose, vencedora do Oscar por seu papel como Anita no remake de “Amor, Sublime Amor” —versão cinematográfca do musical “West Side Story”—, disse que estava orgulhosa dos esforços da Broadway para ser mais aberta à diversidade.

Após a pandemia e o caso de George Floyd, um homem afro-americano morto pela polícia em junho de 2020, provocando um amplo movimento contra o racismo nos Estados Unidos, a Broadway reabriu no outono de 2021 com sete peças ou musicais escritos por autores negros, a primeira vez em que isso aconteceu.

“Houve mudanças incrementais, mas o trabalho continua”, disse o cantor e ator Darius de Haas, um dos fundadores do “Black Theatre United”, organização que defende mais representatividade nos palcos americanos. “Produtores e donos de teatros abriram os olhos e viram que não apenas podem ter histórias que refletem mais diversidade na Broadway, mas também que podem funcionar economicamente.”

Localizados ao redor da movimentada Times Square, os 41 teatros da Broadway não são apenas a lenda da cidade de Nova York, mas também um de seus pulmões culturais, econômicos e turísticos.

Antes da pandemia, as receitas ultrapassavam facilmente US$ 30 milhões por semana e US$ 50 milhões na semana do Natal.

Esta temporada 2021-2022 foi interrompida novamente, mas a Broadway está de volta, com um público de 230 mil pessoas na semana passada, em comparação com cerca de 300 mil na semana equivalente em 2019.

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