Preço da cesta básica apresenta recuo em 14 capitais, diz Dieese – Notícias


Em maio, o preço da cesta básica caiu em 14 das 17 capitais brasileiras, na comparação com o mês anterior. A queda mais expressiva, de 7,30%, foi observada em Campo Grande, e a segunda maior, de 6,10%, foi registrada em Brasília. O valor total dos produtos que compõem a cesta também diminuiu no Rio de Janeiro (5,84%) e em Belo Horizonte (5,81%), mas a mais barata foi encontrada em Aracaju, onde o custo médio foi de R$ 548,38.


Os dados são da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada mensalmente pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Na comparação anual, entre maio de 2021 e maio de 2022, o preço subiu em todas as capitais brasileiras analisadas pelo estudo. O Recife teve a maior variação, de 23,94%, enquanto em Vitória o aumento foi de 13,17%, o menor observado.


Produtos


Dos 13 produtos que compõem a cesta básica, 10 tiveram aumento nos preços médios em maio, na comparação com o mês anterior: farinha de trigo (5,58%), feijão-carioquinha (4,13%), óleo de soja (2,94%), pão francês (2,58%), leite integral (2,07%), manteiga (1,90%), batata (1,87%), carne bovina de primeira (0,94%), arroz-agulhinha (0,75%) e café em pó (0,37%). Apenas o açúcar refinado não teve alteração de valor. Já o tomate e a banana ficaram mais baratos, com recuos de 29,02% e 2,63%, respectivamente.


O tomate teve o preço reduzido em quase todas as capitais, exceto em Belém, onde subiu 5,42%. As quedas mais importantes foram vistas em Campo Grande (40,04%), Rio de Janeiro (37,77%), Brasília (31,48%) e Belo Horizonte (31,16%). A maior oferta do fruto se deve ao avanço da safra de inverno e à rápida maturação.



No acumulado dos últimos 12 meses, foram registrados aumentos em 12 dos 13 produtos da cesta: batata (76,08%), café em pó (69,81%), tomate (54,37%), açúcar refinado (42,33%), óleo de soja (33,97%), farinha de trigo (26,09%), feijão-carioquinha (24,42%), manteiga (21,70%), leite integral (21,54%), banana (20,20%), pão francês (18,43%) e carne bovina de primeira (9,06%). Apenas o arroz-agulhinha acumulou taxa negativa, de 7,55%.


Cesta mais cara


Em março e abril deste ano, as cestas básicas sofreram aumentos de preço seguidos em todas as capitais. Agora, a maior alta, de 2,99%, ocorreu em Belém, seguida pelo Recife, com 2,26%, e por Salvador (0,53%).


A cesta básica mais cara do país continua sendo a da cidade de São Paulo, mesmo com uma queda de 3,24% em relação a abril – na capital paulista, ela está com custo médio de R$ 777,93. Na comparação com maio de 2021, a cesta teve elevação de 22,24%, e, na variação acumulada ao longo do ano, a alta foi de 12,66%.  


Florianópolis fica em segundo lugar na lista das capitais onde o conjunto dos alimentos básicos pesa mais no bolso do consumidor, com R$ 772,07, seguida por Porto Alegre (R$ 768,76) e Rio de Janeiro (R$ 723,55).



Segundo cálculos realizados pelo Dieese, o trabalhador de São Paulo que recebe o salário mínimo de R$ 1.212,00 precisou trabalhar 141 horas e 13 minutos para conseguir comprar uma cesta básica em maio. Em abril, ele teve que dedicar mais tempo à vida profissional: 145 horas e 56 minutos. No entanto, em maio de 2021, com 127 horas e 17 minutos de expediente, ele já podia comprar os alimentos básicos.


Com base no valor da cesta básica de São Paulo, o órgão calculou que o salário mínimo necessário para suprir as despesas de um trabalhador e de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência deveria ser de R$ 6.535,40, o que equivale a 5,39 vezes o valor do salário mínimo atual.


O Dieese diz, em nota: “Considerando o salário mínimo líquido, em maio de 2022, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o trabalhador precisou comprometer 69,39% da remuneração para adquirir os produtos da cesta básica, que é suficiente para alimentar um adulto durante um mês. Em abril de 2022, o percentual foi de 71,71% e, em maio de 2021, ficou em 62,55%”.


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