Voo mais longo do mundo vai ligar Sydney a Londres em 20 horas

Para conseguir percorrer o trajeto -que hoje demanda pelo menos uma escala em Singapura, Hong Kong, Doha ou Dubai

Thiago Bethônico

A companhia aérea australiana Qantas anunciou nesta segunda-feira (2) planos para operar o voo comercial mais longo do mundo a partir de 2025. A rota Sydney-Londres, de 17.750 quilômetros, será feita sem escalas em aproximadamente 20 horas.

Para conseguir percorrer o trajeto -que hoje demanda pelo menos uma escala em Singapura, Hong Kong, Doha ou Dubai- a companhia encomendou 12 aviões Airbus A350-1000.

As aeronaves serão especialmente configuradas para carregar mais querosene e comportar uma área de bem-estar, permitindo que os passageiros façam as atividades necessárias para suportar uma viagem tão longa.

O anúncio integra o Projeto Sunrise (amanhecer, em inglês), que prevê realizar voos diretos partindo da Austrália para várias cidades do mundo, incluindo Nova York, Rio de Janeiro, Paris, Chicago e Frankfurt.

Segundo a companhia, o lançamento dos primeiros voos comerciais diretos ligando Sydney a Londres e Nova York para 2025 será uma solução para o que chama de “tirania da distância”.

Atualmente, o voo mais demorado do mundo liga Nova York a Singapura (15.343 km) em cerca de 18 horas. Já o trajeto mais longo em distância é feito pela Cathay Pacific entre Nova York e Hong Kong –que percorre 16.668 km em 17 horas.


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Há alguns anos, a Qantas já havia organizado voos de teste para longas distâncias, mas com quantidade limitada de passageiros. Em 2019, o trajeto Londres-Sydney durou 19 horas e 19 minutos, enquanto o voo de teste Nova York-Sydney (16.200 km) durou pouco mais de 19 horas.

Aposta bilionária Após a pandemia de Covid-19 atrasar os planos, a companhia aérea australiana finalmente oficializou o pedido das 12 novas aeronaves.

Com isso, a Qantas deve desembolsar mais de US$ 2 bilhões (R$ 10 bilhões). De acordo com o catálogo de 2018, último ano em que a Airbus publicou os preços indicativos de seus aviões, o A350-1000 era vendido a US$ 366,5 milhões (R$ 1,8 bilhão). No entanto, a empresa confirmou que conseguiu uma redução significativa no preço da aeronave.

O modelo encomendado é uma versão mais longa e espaçosa do A350-900, e será entregue à Qantas com 238 lugares, 100 a menos do que os normalmente instalados neste modelo.


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Os passageiros poderão escolher entre quatro classes (primeira, executiva, econômica premium, econômica), sendo que mais de 40% da cabine é dedicada a assentos premium.

Área para exercício, relaxamento e hidratação A companhia australiana também prometeu uma classe econômica mais espaçosa e com uma área projetada para movimentar, alongar e hidratar.

Os chamados “espaços de bem-estar” ficarão entre os assentos econômico e econômico premium. De acordo com a companhia, a ideia é que os passageiros possam relaxar, fazer ioga, se hidratar e permitir que o corpo tenha uma melhor circulação sanguínea.

Menos emissões A Qantas ainda destacou que todas as aeronaves são de última geração e, portanto, garantem uma emissão de CO2 mais baixa.


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Atualmente, uma viagem de Sydney a Londres, com escala em Singapura, gera cerca de 6.114 kg de CO2 por passageiro, de acordo com os cálculos da Atmosfair. “Essas aeronaves e motores mais novos reduzirão as emissões em pelo menos 15% se funcionarem com combustíveis fósseis, e significativamente melhor quando funcionarem com combustível de aviação sustentável [SAF, na sigla em inglês]”, afirmou Alan Joyce, CEO da Qantas, em comunicado.

“Este pedido nos aproxima de nosso compromisso de atingir zero emissões líquidas até 2050”, acrescentou.


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