Os policiais seguem a pista de um homem de 62 anos que alugou na Filadélfia um veículo encontrado no Brooklyn
O balanço mais recente do tiroteio provocado por um homem nesta terça-feira no metrô de Nova York dá conta de 23 feridos, 10 deles baleados, anunciou a polícia, que pediu a colaboração dos cidadãos para encontrar o atirador.
“Tivemos sorte por não ter sido muito pior”, declarou em entrevista coletiva a comissária da polícia de Nova York, Keechant Sewell. A polícia oferece uma recompensa de 50 mil dólares pelo autor do tiroteio.
Os policiais seguem a pista de um homem de 62 anos que alugou na Filadélfia um veículo encontrado na tarde de hoje no Brooklyn e cujas chaves estavam no local do tiroteio, informaram autoridades locais. Trata-se de um homem negro, cuja foto foi divulgada na coletiva de imprensa.
Usando uma máscara de gás, um homem espalhou pânico nesta terça-feira no metrô de Nova York, ao abrir fogo contra os passageiros no horário do rush após detonar uma bomba de fumaça.
“Essa pessoa é perigosa”, alertou a governadora do estado de Nova York, Kathy Hochul, que pediu cautela à população.
A polícia iniciou uma enorme operação de caça ao atirador, mas ressaltou que o incidente no Brooklyn não estava sendo investigado como um ato de terrorismo e que nenhum dos feridos corre risco de vida.
Keechant Sewell descreveu em coletiva de imprensa que o suposto atirador colocou a máscara de gás quando o trem chegava à estação da rua 36. “Ele acionou depois o recipiente que estava em sua mochila e o vagão logo se encheu de fumaça. Em seguida, começou a atirar”, afirmou.
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O Departamento dos Bombeiros informou que pessoas ficaram feridas enquanto passageiros em pânico tentavam sair do vagão, repleto de fumaça. O trem parou na plataforma pouco após os disparos.
Testemunhas descreveram o suspeito como um homem negro sentado no segundo vagão do trem vestindo um colete de nylon laranja e cinza usado por operários e um moletom cinza com capuz e máscara cirúrgica, que ativou duas bombas de fumaça quando o trem chegava à estação 36 Street.
Policiais foram avisados sobre o incidente pouco antes das 8h30 locais. “Ele empunhou uma pistola 9 mm e atirou 33 vezes, ferindo 10 pessoas”, informou a polícia, que encontrou no local uma pistola com essas características.
Fotos e vídeos de passageiros publicados nas redes sociais mostram sangue no chão e pessoas caídas no trem e na plataforma da estação 36th Street, localizada no distrito do Brooklyn.
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‘Planejado’
“Ao chegar à estação, vi uma nuvem de fumaça, vi pessoas em meio ao caos, pessoas caídas, três pessoas no chão. Imediatamente disse a mim mesmo que tinha que ir embora”, contou à AFP Threstan Ralph, 34. “As pessoas perguntavam aos gritos o que estava acontecendo.”
Outro passageiro, Yav Montano, descreveu à rede de TV CNN que houve a “explosão de uma bomba de fumaça cerca de dois minutos antes de chegarmos à estação. Parecia tudo planejado. Estávamos presos no vagão, havia muito sangue no chão.”
O departamento de polícia tuitou que não havia “nenhum dispositivo explosivo ativo neste momento”, depois que os bombeiros disseram à AFP que “diversos dispositivos não detonados” haviam sido recuperados no local do incidente.
A polícia de Nova York pediu que as pessoas se mantivessem afastadas do local e instou as testemunhas a entrarem em contato por telefone para oferecer qualquer informação.
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Proliferação de armas
Embora tenha divulgado fotos do homem que alugou o veículo, a polícia não confirmou se este é o suspeito. De acordo com vários meios de comunicação ele se chamaria Frank James, de 62 anos, e teria publicado diversos vídeos no YouTube com longas e às vezes violentas críticas políticas ao prefeito de Nova York, Eric Adams.
“Registramos publicações que poderiam estar relacionadas à pessoa de interesse, nas quais menciona os moradores de rua, menciona Nova York, menciona o prefeito Adams”, confirmou o chefe de polícia local.
“Não desistiremos até encontrarmos o autor do crime”, disse em Iowa o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que havia anunciado ontem novas medidas contra a proliferação de armas de fogo no país.
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Leis brandas sobre armas e o direito constitucional de portar armamento têm frustrado repetidamente as tentativas de reduzir o número de armas em circulação no país, apesar de a maioria da população americana ser favorável a controles mais rígidos.
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Três quartos de todos os homicídios nos EUA são cometidos com armas de fogo, e o número de pistolas, revólveres e outros armamentos comercializados não para de crescer.
A governadora Kathy Hochul prometeu oferecer atualizações regulares conforme as investigações vão se desenvolvendo.
Episódios violentos envolvendo atiradores acontecem com relativa frequência nos Estados Unidos, onde as armas de fogo têm relação com aproximadamente 40.000 mortes por ano, incluindo suicídio, de acordo com o site Gun Violence Archive.
Os tiroteios na cidade de Nova York cresceram este ano e o aumento dos crimes violentos com armas se tornou uma das prioridades do prefeito Eric Adams desde que ele assumiu o cargo em janeiro. Até o dia 3 de abril, incidentes com uso de arma de fogo subiram para 296, enquanto, no mesmo período do ano passado, foram registrados 260, segundo as estatísticas da polícia.
© Agence France-Presse