Balanço entre charme e nostalgia faz da adaptação de uma das franquias mais queridas da Sega uma ótima experiência para adultos e crianças —além de fazer você se sentir uma novamente
Se você procura um filme para assistir junto com as crianças durante uma tarde qualquer, ou ainda para se sentir novamente como uma criança, Sonic 2 – O Filme é a sua pedida. A aguardada sequência do longa-metragem Sonic: O Filme, lançado em 2020, estreia nesta quinta-feira (7) exclusivamente nos cinemas brasileiros e entrega uma adaptação assertiva e repleta de nostalgia de uma das mais queridas franquias de games do mundo.
Isso sem contar temáticas como família e amizade, regadas a muita fofura e acompanhadas de um excelente trabalho de dublagem, que captou e repassou muito bem as características de Sonic, Tails, Knuckles e cia. Abaixo, você confere a crítica completa da Tangerina sobre Sonic 2 – O Filme.
Uma ode à infância
Sonic 2 – O Filme | Trailer Final Oficial (Dublado)
Vídeo revela mais da aventura de Sonic e Tails contra Knuckles e Eggman
Independente de uma infância feliz ou triste, é inegável que essa fase é uma das —senão a mais— importante da vida. E a mensagem de Sonic 2: O Filme é transparente nesse aspecto, reforçando muitas vezes que Sonic, embora seja o ouriço azul mais veloz do mundo, ainda é uma criança. E como tal, ainda está em processo de aprendizagem.
Para piorar a situação, ele é o último de sua espécie e, até então, é a única criatura não humana do mundo. Para sair um pouco da rotina e até mesmo trazer um pouco mais de propósito à sua própria existência, Sonic começa a viver uma vida dupla: um ouriço azul descolado durante o dia e um super-herói que caça bandidos (e causa algumas confusões) à noite.
O comportamento do ouriço, claro, preocupa seus pais humanos, Tom (James Marsden) e Maddie (Tika Sumpter), que desejam que Sonic possa viver sem preocupações, além de ter amigos com quem compartilhar os bons e maus momentos. A socialização é, afinal, uma etapa importante da infância também —e nenhum jovem deveria carregar o fardo de se tornar um super-herói, por mais legal que esse papel possa parecer.
Caracterização acurada e mitologia muito bem-adaptada
A caracterização dos personagens conhecidos dos games em Sonic 2 – O Filme está no ponto certo. Alternando entre um jovem ora inconsequente e ora responsável, Manolo Rey entrega uma caracterização bastante fiel de Sonic que não perde em nada para Ben Schwartz, sua contraparte estadunidense na dublagem do ouriço.
O mesmo vale para o astuto Tails de Vii Zedek, cuja voz em inglês é da veterana Colleen O’Shaughnessey —intérprete do personagem nos jogos desde 2010. Embora suas motivações não sejam exatamente convincentes, resumidamente, a raposa amarela vem para a Terra para ajudar o lendário Sonic a deter os planos do vilão Dr. Ivo Robotnik, mais conhecido como Eggman (perfeitamente interpretado por Jim Carrey, mais uma vez).
Isso porque o vilão, novamente caricato e ainda assim em sua melhor versão, conseguiu retornar para o mundo dos humanos com a ajuda do poderoso Knuckles, aqui dublado por Ronaldo Júlio (e em inglês pelo astro Idris Elba). Nos games, o equidna vermelho aparece primeiramente como um rival de Sonic, apesar de estar sendo manipulado por Eggman. No segundo filme, o motivo de sua aparição é semelhante: ele é o último guerreiro de uma tribo e precisa restaurar sua honra derrotando o ouriço, já que o protagonista é um inimigo mortal de sua espécie.
Utilizando-se do velho provérbio “o inimigo do meu inimigo é meu amigo”, Eggman convence o equidna vermelho a juntar forças. Mas enquanto o cabeça dura Knuckles lida com tradições e segue preso ao próprio passado, o verdadeiro vilão vislumbra o futuro procurando por uma fonte de poder inimaginável: a Esmeralda Mestre. Cabe a Sonic e Tails deterem os dois, em uma jornada divertida, fofa e nostálgica.
Porr falar em nostalgia, vale ainda apontar que a mitologia da franquia Sonic foi muito bem-adaptada na sequência do longa-metragem, mesclando diversos elementos, citações, e localidades de diferentes jogos, mas de uma maneira que funciona sem parecer forçado. A melhor parte é que esses detalhes não estragam a experiência de quem não conhece muito sobre a história dos games.
Um bom exemplo disso é a sequência de abertura da fase Ice Cap Zone de Sonic 3 & Knuckles que ganha uma versão própria no segundo filme, ou a cafeteria The Mean Bean Coffee Co., local que esconde o esconderijo do vilão do filme e na verdade é uma alusão a um dos jogos mais obscuros da franquia: Dr. Robotnik’s Mean Bean Machine. Existem outras referências e homenagens, claro, mas é melhor que você assista para conferir.
Vale à pena?
A sequência de Sonic: O Filme (2020) promete ser mais eletrizante ainda
Reprodução/Paramount Pictures
Sonic 2 – O Filme brilha nas mensagens, incluindo as que estão nas entrelinhas sobre o amadurecimento, responsabilidade e socialização, além de dosar bem os momentos de nostalgia com referências e homenagens aos jogos do ouriço.
Com inúmeros momentos nostálgicos, mensagens bonitas para crianças e adultos e ainda mais segmentos divertidos e piadas bem colocadas do que no primeiro longa-metragem, Sonic 2 – O Filme é uma das adaptações mais charmosas dos videogames, e pode ser apreciado por todos os públicos, incluindo quem não é tão conhecedor da franquia da Sega.
Para os fãs, entretanto, Sonic 2 – O Filme é um prato cheio, que serve a seu propósito de apresentar os principais co-protagonistas das aventuras de Sonic, além de deixar uma ponta solta mais do que especial para a próxima sequência (ainda não confirmada pela Paramount Pictures).