Está chegando a hora! A 94ª cerimônia do Oscar acontece hoje, e terá três âncoras pela primeira vez desde 1987. As atrizes e comediantes Regina Hall, Amy Schumer e Wanda Sykes também são o primeiro trio de mulheres a comandar a noite considerada a mais importante da sétima arte, e têm a missão de entregar uma atração que conquiste a audiência.
Mas quem vai ganhar? Quem vai sair de mãos abanando? “Ataque dos Cães” larga na frente com 12 indicações, mas será que este número vai se converter em vitórias?
Melhor filme
A disputa na categoria está entre duas produções de streaming: “Ataque dos Cães” iniciou a temporada como o grande favorito, mas “No Ritmo do Coração” foi ganhando força e conquistou prêmios no SAG Awards, do sindicato dos atores, no BAFTA, e no PGA Awards, prêmio do sindicato dos produtores que é um dos principais termômetros — desde 2007, o PGA e o Oscar discordaram apenas três vezes.
Mesmo assim, tudo pode acontecer. São dois filmes do streaming (um da Netflix e outro da Apple), e ambos acumularam boas vitórias ao longo da disputa. Será que a Academia opta pelo caminho mais tradicional do faroeste ou vai escolher o “azarão”?
Melhor direção
A grande favorita para o prêmio é a única mulher que está na disputa este ano. Trata-se da neozelandesa Jane Campion, diretora de “Ataque dos Cães”. Ela venceu as principais disputas da temporada, incluindo o prêmio do sindicato dos diretores.
Caso Campion vença, este será seu segundo careca dourado. Em 1994, ela venceu a categoria de melhor roteiro original por “O Piano”. Além disso, será o segundo ano consecutivo com uma mulher escolhida pela categoria, já que em 2021 a vitória foi de Chloé Zhao, por “Nomadland”.
Melhor atriz
Se o 3 for o número da sorte de Jessica Chastain, este será o ano de sua vitória. A atriz já foi indicada por “Histórias Cruzadas” e “A Hora Mais Escura”, e sempre saiu de mãos vazias. Agora, protagonista de “Os Olhos de Tammy Faye”, ela vem acumulando vitórias e desponta como a favorita. Mesmo assim, ainda vale ficar de olho em Penélope Cruz, que concorre por “Mães Paralelas”, e em Kristen Stewart, nossa Diana de “Spencer”.
Melhor ator
Outra vitória que parece celebrar um legado, o prêmio de Will Smith por “King Richard – Criando Campeãs” é quase certo, já que ele anda praticamente invicto ao longo de toda a temporada. Apesar de o filme ter dividido opiniões, a consagração do ator de 53 anos vem também para destacar uma carreira que reúne obras populares, filmes consagrados e sucessos de bilheteria.
Melhor atriz coadjuvante
Não dá outra: o prêmio de Ariana DeBose, a Anita de “West Side Story”, é outro que não foi contestado ao longo da temporada de premiações. A atriz de 31 anos, latina, LGBT e saída dos palcos da Broadway, assumiu o papel que rendeu um Oscar a Rita Moreno em 1962 — e deve fazer o mesmo 60 anos depois.
Melhor ator coadjuvante
Troy Kotsur é um ator surdo de teatro descoberto por acaso pela diretora Siân Heder enquanto buscava referências para “No Ritmo do Coração”. Seu ótimo timing cômico rouba a cena no filme, e ele pode ser uma das surpresas da noite, caso sua vitória se concretize.
Melhor roteiro original
Apesar de suas 11 indicações e uma filmografia inigualável, o diretor Paul Thomas Anderson ainda não tem um Oscar para colocar na estante. Será que “Licorice Pizza” vai romper a maré de azar? Se depender do que já vimos dos prêmios dos sindicatos, infelizmente não. O favoritismo parece estar com o mais tradicional “Belfast”, do diretor, ator e roteirista Kenneth Branagh.
Melhor roteiro adaptado
Já o prêmio de melhor roteiro adaptado pode estar alinhado ao escolhido como o melhor filme, já que os dois favoritos ao grande prêmio disputam na categoria. Por isso, o bom é ficar de olho no filme que for premiado aqui. “No Ritmo do Coração” ou “Ataque dos Cães”?
Melhor filme internacional
O drama japonês “Drive My Car” está indicado em quatro categorias. Embora a disputa esteja mais apertada nas outras (melhor filme, melhor direção e melhor roteiro adaptado), o Oscar de melhor filme internacional provavelmente vai para o longa de Ryûsuke Hamaguchi.
Melhor filme animado
É o ano da família Madrigal. “Encanto” está “encantando” os charts da Billboard e “We Don’t Talk About Bruno” tomando o lugar de “Let it go” de hit grudento da Walt Disney Animation. Por isso, ainda que algumas cabeças estejam divididas com “A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas”, será difícil tirar este Oscar da Casa do Mickey Mouse.
Melhor documentário
A categoria de melhor documentário, tradicionalmente, não guarda muitas surpresas, e normalmente acaba seguindo o consenso. Se o favoritismo já era de “Summer of Soul” pela onda de críticas positivas, as vitórias do filme no BAFTA e no PGA também ajudaram muito.
Mesmo assim, vale ficar de olho em outro que corre por fora: esta é a categoria em que o triplamente indicado “Flee” tem mais chances de vitória.