O filme “Como se tornar o pior aluno da escola”, produção de 2017 de Danilo Gentili, voltou a ser associado à pedofilia por perfis bolsonaristas na última semana. Além dele, o ator Fabio Porchat também se tornou alvo das acusações.
O apresentador e humorista tem usado as redes sociais para rebater os ataques, Porchat também se pronunciou e o Ministério da Justiça e Segurança Pública chegou a determinar a suspensão da disponibilização, exibição e oferta do longa. Entenda o caso:
Acusação de pedofilia
Os nomes dos humoristas Danilo Gentili e Fabio Porchat ficaram entre os assuntos mais comentados do Twitter com acusações de incentivo à pedofilia pelo filme “Como se Tornar o Pior Aluno da Escola”.
Quando lançado, em 2017, o longa-metragem mirim já havia sido alvo de polêmica por uma cena de cunho sexual que envolve Porchat. Agora, o longa voltou a ser assunto nas redes sociais, dentro de um contexto político, com perfis bolsonaristas e de políticos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) criticando a produção.
Logo no início da polêmica, no Twitter, Gentili disse que sente “orgulho” de ter conseguido “desagradar” em um mesmo nível de intensidade tanto os petistas quanto os bolsonaristas, e falou em “falso moralismo”.
“O maior orgulho que tenho na minha carreira é que consegui desagradar com a mesma intensidade tanto petista quanto bolsonarista. Os chiliques, o falso moralismo e o patrulhamento vieram fortes contra mim dos dois lados. Nenhum comediante desagradou tanto quanto eu. Sigo rindo”, escreveu.
Suspensão e mudança de classificação indicativa
O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou a suspensão da disponibilização, exibição e oferta de “Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola” nas plataformas digitais Netflix, Telecine, Globoplay, YouTube, Apple e Amazon. O despacho foi publicado no Diário Oficial da União.
Depois da determinação, o ministério também mudou a classificação indicativa do filme — agora apenas para maiores de 18 anos por conter, segundo a pasta, “coação sexual, estupro, ato de pedofilia e situação sexual complexa”. Antes, o filme era indicado para maiores de 14 anos.
Gentili e Porchat se posicionam
Em entrevista a Splash, Gentili voltou a comentar o caso. O humorista disse que o propósito do filme era “retratar o vilão como hipócrita e pedófilo.”
“A frase que resume tanto o livro quanto o filme é: ‘questione antes de obedecer’. O vilão do filme que comete esse ato abjeto é uma sátira aos que posam de moralistas e politicamente corretos em público, mas que escondido fazem essas coisas horríveis. O recado da cena é que não importa a sua idade, você deve sempre questionar antes de obedecer uma ordem. Se não tivessem cortado propositadamente a cena antes de compartilhar, daria para perceber com clareza”, disse.
Já Porchat, em nota enviada pela assessoria de imprensa, relembrou vilões que marcaram alguns filmes e novelas para explicar a cena e o contexto do longa.
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Filme entre os mais vistos
Em meio às acusações, Danilo Gentili comemorou o sucesso que “Como se Tornar o Pior Aluno da Escola” tem feito na plataforma de streaming da Netflix.
Por meio de seu perfil no Twitter, o artista compartilhou o print que mostra o filme entre os mais assistidos pelos assinantes da plataforma, e debochou ao simular uma risada.
Deputado estadual acusado
O deputado estadual André Fernandes, aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL) e responsável por trazer à tona a polêmica de pedofilia no filme, teve uma postagem antiga recuperada por Gentili.
No post, o bolsonarista parece ironizar pedofilia. O parlamentar cearense também foi questionado por Porchat.