Remédio na comida do marido e morte misteriosa de gatos reforçam suspeita de que mãe envenenou gêmeas em Igrejinha


Gisele Beatriz Dias, de 42 anos, está presa temporariamente. Manuela e Antônia Pereira, de 6 anos, morreram em intervalo de 8 dias. Médicos não identificaram lesões aparentes e alegaram suspeita de intoxicação por medicamento ou veneno. Polícia suspeita que mãe envenenou filhas gêmeas em Igrejinha
A Polícia Civil trouxe novos elementos, nesta sexta-feira (18), que reforçam a suspeita de que as gêmeas Manuela e Antônia Pereira, de 6 anos, foram vítimas de envenenamento em Igrejinha, cidade a 90 km de Porto Alegre. A mistura de remédios na comida do marido da investigada e a morte misteriosa de três gatos das crianças estão sob investigação.
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As duas irmãs morreram em um intervalo de oito dias, em circunstâncias parecidas. A mãe das crianças, Gisele Beatriz Dias, de 42 anos, está presa temporariamente sob suspeita de envolvimento nos crimes. A prisão tem prazo de 30 dias. O g1 tenta contato com a defesa dela.
Polícia suspeita que mãe envenenou filhas gêmeas
Médico: mãe tinha ‘ideias perversas’ para filhas
O delegado Ivanir Caliari afirma que diversos fatos apurados pela investigação fazem com que a suspeita de responsabilidade pelas mortes recaia sobre Gisele. Entre eles estão: coincidências de curto espaço de tempo entre as duas mortes; o fato de a mãe estar sempre sozinha com as meninas nos momentos das mortes e aparente causa idêntica entre os dois óbitos. (Saiba mais abaixo)
Túmulos de Manuela e Antonia
Reprodução/ RBS TV
Veja, ponto a ponto, os indícios:
Discussão por ciúmes da mãe em razão da boa relação do pai com as filhas: Segundo a polícia, a mãe reclamava que o marido sempre ficava no lado das filhas quando havia conflito entre elas.
Relato de profissionais da saúde no atendimento à mãe: Equipes médicas afirmaram à polícia que a mulher era afetuosa apenas com o filho já falecido, e não demonstrava emoção ou preocupação com as gêmeas. Um profissional contou à polícia que a mãe tinha ‘ideias perversas’ para as filhas.
Relato de profissionais da educação: Conforme testemunhos aos investigadores, o pai era presente, atencioso, amoroso e preocupado com o desempenho das filhas, enquanto a mãe era distante aparentando indiferença.
Denúncia caluniosa de estupro: De acordo com o delegado, a mãe teria registrado ocorrência afirmando que o pai abusava das crianças, em 2023, quando ela e o homem estavam separados. Ao término das investigações, ficou constatado pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) que as meninas não sofreram o abuso e que foram induzidas a falar. Em depoimento na delegacia, por ocasião da morte das filhas, a mãe confessou que denunciou o marido para poder ficar com a guarda das crianças.
A investigação segue tomando depoimentos para esclarecer os fatos. Os celulares dos pais das gêmeas foram apreendidos e passarão por análise. Laudos do IGP confirmarão as causas das mortes.
Mortes das gêmeas Antonia e Manuela Pereira são investigadas pela Polícia Civil
Arquivo pessoal
Entenda o caso
As gêmeas de 6 anos morreram em um intervalo de oito dias, em 7 e 15 de outubro, no município de Igrejinha.
De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de Igrejinha, Graciano Ronnau, que atendeu o caso mais recente, Antonia “estava em parada cardiorrespiratória e urinada, os mesmos sintomas da irmã gêmea”. As duas foram socorridas em casa.
Na noite de 15 de outubro, a Polícia Civil prendeu a mãe das crianças. Em depoimento, ela negou que “tenha feito algo contra as filhas” e afirmou que “sempre fez de tudo para cuidar e amar as filhas”.
Comissão apura se houve falha na rede de proteção de gêmeas de Igrejinha
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