Operação em setembro de 2023 afastou o então prefeito José Otávio Germano (PP). Político renunciou ao cargo em dezembro de 2023. José Otávio Germano, prefeito de Cachoeira do Sul
Divulgação/Prefeitura de Cachoeira do Sul
O Ministério Público (MP) denunciou, nesta segunda-feira (16), 27 pessoas por crimes licitatórios, de responsabilidade de prefeito, corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa em Cachoeira do Sul, na Região Central do Rio Grande do Sul. A acusação se refere à Operação Fandango, que investigou o pagamento de propina em contratos de serviços públicos.
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O MP não divulgou os nomes dos acusados. O g1 apurou que um deles é o ex-prefeito José Otávio Germano (PP). O político foi afastado do cargo em 28 de setembro de 2023. Na operação, agentes localizaram cocaína na casa do prefeito; Germano alegou que o pó encontrado seria talco. Ele renunciou ao cargo no dia 7 de dezembro do mesmo ano.
O advogado de José Otávio Germano, Vagner Sobierai, disse à RBS TV que não teve acesso à denúncia e que, por isso, ainda não poderia se manifestar sobre o assunto.
Além de Germano, foram denunciados um ex-procurador-geral do município, seis ex-secretários municipais, três ex-servidores, três atuais servidores, seis empresários e seis pessoas físicas.
“Isso decorre de uma organização criminosa que se estabeleceu dentro da Prefeitura Municipal de Cachoeira do Sul e contava com o apoio de empresários para cometerem seus ilícitos e desviarem recursos públicos, os quais chegam, pelo período investigado, a quase R$ 6 milhões”, diz o promotor João Beltrame.
O MP afirma ter identificado dois núcleos de atuação, um político e outro empresarial, entre meados de 2021 e setembro de 2023.
“Inegável que o chefe do Executivo municipal criou uma estrutura formada por servidores, incluindo secretários, empresários e agentes privados, cuja função precípua foi canalizar recursos, de forma sistemática, às suas próprias mãos, para atendimento de interesses pessoais próprios, incorrendo a organização criminosa na prática de inúmeros delitos”, diz a promotora Mariana de Azambuja Pires.
A investigação verificou o pagamento de propina para obras e serviços de iluminação pública, pavimentação, locação de veículos, transporte coletivo urbano, serviço de mecânica e na contratação de empréstimos.
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