Investigados foram acusados de latrocínio e organização criminosa. Facções de SP e RS se uniram para tentar roubar carga de dinheiro. Um policial e dois criminosos foram mortos durante o assalto, ocorrido em junho. Carros-fortes na pista do aeroporto de Caxias do Sul
Reprodução/RBS TV
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta terça-feira (10), 19 pessoas por envolvimento no assalto a carro-forte no Aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul. De acordo com a denúncia, o ataque uniu duas facções criminosas, uma de São Paulo e uma do Rio Grande do Sul. O crime, em 19 de junho, deixou um policial e dois criminosos mortos.
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O MPF denunciou os investigados por latrocínio e formação de organização criminosa com uso de arma de fogo, entre outros crimes. Do total de denunciados, 12 estão presos preventivamente e um está em prisão temporária.
De acordo com a acusação, o latrocínio não se refere apenas ao sargento Fabiano Oliveira, da Brigada Militar, mas a todos os demais 13 funcionários das empresas de segurança e oito policiais militares presentes na cena do crime, que não morreram, segundo o MPF, por circunstâncias alheias à vontade dos criminosos.
A denúncia aponta que uma carga com milhões de reais era transportada por um banco, do Paraná para Caxias do Sul. Os procuradores apontam que o plano dos criminosos era “adentrar o aeroporto com veículo disfarçados de viaturas da Polícia Federal, e, mediante emprego de armas de fogo de padrão militar, forçar o rendimento da equipe de segurança antes que os valores fossem alocados no carro-forte”.
Criminosos se disfarçam de policiais para assaltar carro-forte
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Participação de organização criminosa de SP
Conforme a Polícia Federal, membros de organização criminosa de SP chegaram ao RS dias antes do crime. Eles contaram com o apoio de criminosos do RS para a execução de etapas, como o planejamento, a execução e a fuga.
A ação envolveu o custeio e transporte de equipamentos como fuzis, pistolas, munições, explosivos, radiocomunicadores, roupas táticas, veículos, placas falsas, hospedagens e esconderijos.
A denúncia do MPF aponta que cinco imóveis foram disponibilizados para os criminosos, cada um deles escolhido e preparado pela organização criminosa para desempenhar um papel específico na operação. O objetivo dos criminosos, segundo a acusação, era evitar que os denunciados ficassem por longos períodos no mesmo local.
Polícia Federal conclui investigação de assalto no aeroporto de Caxias do Sul
O caso
Na noite de 19 de junho, assaltantes armados com fuzis e disfarçados de policiais federais entraram no aeroporto de Caxias do Sul, Hugo Cantergiani. A polícia afirma que, depois da troca de tiros, os criminosos fugiram, com parte do dinheiro roubado, para uma zona de matagal próxima ao terminal.
Na troca de tiros, dois homens morreram. O policial militar Fabiano Oliveira, de 47 anos, foi atingido por um tiro de fuzil e não resistiu. Ele era segundo sargento e integrava o 12º Batalhão de Polícia Militar e deixou esposa e dois filhos.
Um dos assaltantes, que não teve a identidade divulgada, também morreu, baleado.
A falsa viatura usada pelos criminosos para entrar no aeroporto simulava a da Polícia Federal. O carro foi encontrado e também foi periciado.
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