Segundo Ministério Público, mãe cometeu crime em retaliação ao pai da vítima. Anna Pilar Cabrera, de sete anos, foi morta no dia 9 de agosto em Novo Hamburgo. Pai de Anna Pilar Cabrera, menina morta a facadas em Novo Hamburgo, faz publicação em homenagem à filha
Reprodução/Instagram
O pai da menina Anna Pilar Cabrera, morta a facadas aos sete anos de idade em Novo Hamburgo, se manifestou em uma rede social nesta segunda-feira (9), data em que o crime completa um mês (relembre o caso abaixo). A mãe da criança está presa, ré por homicídio qualificado. Segundo o Ministério Público (MP), Kauana Nascimento cometeu o crime retaliação ao pai da vítima.
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O argentino Andrès Cabrera publicou um vídeo em que aparece abraçando a filha. Ele estava separado da acusada.
“Papai lembra de você todos os dias e, de momento, se sente triste de doer o peito e também afortunado por você ter existido e ter tantas lembranças nossas”, escreveu, na publicação
A Defensoria Pública do RS, que representa Kauana, informou que o caso tramita em segredo de Justiça e que só vai se manifestar nos autos do processo.
Ana Pilar Cabrera, de sete anos, morta a facadas em Novo Hamburgo
Reprodução
Acusação contra a mãe
O promotor Robson Barreiro foi responsável pela denúncia. De acordo com ele, o homicídio, que foi cometido com uma arma branca, possui quatro qualificadoras:
Motivo torpe, já que a mulher teria cometido o crime em retaliação ao pai da vítima. Ela acreditava que o genitor estaria em um novo relacionamento amoroso e negligenciava os cuidados com a família;
Meio cruel;
Recurso que dificultou a defesa da menina;
O fato de o crime ter sido cometido contra uma menor de 14 anos.
Robson Barreiro ressalta que a relação de coabitação, ou seja, que a vítima e a acusada viviam juntas, é uma causa de aumento de pena. A proximidade e o convívio diário entre mãe e filha adicionam um agravante significativo ao caso, segundo o MP.
Em manifestação no mês de agosto, a Polícia Civil já afirmava não ter dúvidas de que a mãe teria esfaqueado a menina. Segundo o chefe de polícia do RS, delegado Fernando Sodré, testemunhas viram a mulher retirando o corpo da filha do apartamento onde viviam.
“Nós temos pessoas que viram ela retirando o corpo da menina de dentro de casa e deixando no corredor. (…) Não temos nenhuma dúvida da autoria”, afirmou Sodré na época.
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O caso
Segundo a Brigada Militar (BM), a vítima teria sido atacada dentro do apartamento onde morava, no terceiro andar de um prédio na área central do município, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Vizinhos acionaram a polícia após ouvirem gritos. O local foi encontrado com os móveis sujos de sangue. Uma faca foi localizada em cima da cama. Quando os socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegaram, a criança já estava sem vida no corredor do prédio. As facadas atingiram a barriga e o peito da menina. Conforme a polícia, ela provavelmente tentava fugir.
Os policiais militares que atenderam a ocorrência perguntaram aos vizinhos como era o comportamento da mãe com a filha.
“Conforme o relato prévio dos vizinhos, não houve qualquer indício de briga ou fato que indicasse esse resultado no local”, afirma o capitão Gilson Borges Nunes, da BM.
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A mãe teve que ser levada para o hospital porque também estava ferida com golpes de faca. Inicialmente, ela recebeu atendimento no Hospital Municipal de Novo Hamburgo, depois foi transferida para uma unidade em Charqueadas.
Uma das linhas de investigação é de que ela teria se autolesionado após supostamente ter tirado a vida da filha. A outra possibilidade é de que ela tenha tentado se matar.
Conforme o Tribunal de Justiça do RS, a juíza Fabiana Pangel considerou que estão presentes indícios de autoria do crime e por isso, converteu o flagrante em prisão preventiva, sem prazo para soltura.
“A gravidade com que se deu o crime necessita de maiores investigações, indicando a necessidade de manutenção da segregação da custodiada, a fim de garantir a devida instrução criminal”, diz a magistrada
O corpo de Anna foi sepultado no dia 11 de agosto.
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