Nível do Guaíba chegou a 5,37 metros durante enchente de maio, aponta estimativa do Serviço Geológico do Brasil


Medição emergencial, aferida na Usina do Gasômetro na época da enchente, indicava 5,35 metros. Cota máxima foi alcançada no dia 5 de maio de 2024 no Cais Mauá. Porto Alegre inundada depois de cheia histórica do rio Guaíba
Renan Mattos/Reuters
O nível do Guaíba chegou a 5,37 metros durante a enchente do mês de maio, segundo relatório do Serviço Geológico do Brasil (SGB) divulgado nesta terça-feira (3). A cota máxima foi alcançada no dia 5 de maio de 2024, no Cais Mauá.
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O índice é dois centímetros superior aos 5,35 metros verificados na régua instalada na Usina do Gasômetro naquele mesmo dia, utilizada como referência na época. Essa medição era considerada emergencial, visto que, dois dias antes, em 3 de maio, a régua instalada no Cais Mauá – utilizada historicamente nas medições do Guaíba – deixou de operar em razão da cheia.
O desnível entre a estação do Cais Mauá e a régua da Usina do Gasômetro é de 78 centímetros, de acordo com o SGB. No Gasômetro, a cota máxima alcançada na enchente foi de 4,59 metros, sustenta o relatório.
Conforme especialistas, a dinâmica das águas do Guaíba, além de fatores como a largura, a profundidade, a vazão do lago e a influência dos ventos poderiam provocar diferenças na medição definitiva da altura alcançada pela inundação.
Até maio, a maior enchente da história de Porto Alegre havia sido em maio de 1941. Na ocasião, o lago chegou a 4,76 metros.
Na última segunda-feira (2), quatro meses após a enchente, o nível do Guaíba oscilou entre 1,72 (o número mais baixo desde maio) e 1,93 metro, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA).
Como a estimativa foi feita
Para determinar os níveis máximos observados durante a enchente, o SGB, junto com o Exército Brasileiro, realizou o levantamento de marcas de cheias na região do Cais Mauá e da Usina do Gasômetro. O levantamento utilizou a técnica de nivelamento geométrico, relacionando todas as medidas a um mesmo referencial vertical.
O levantamento foi realizado nos dias 29 de maio, 5 e 6 de junho, e complementado nos dias 17 de julho e 02 de agosto. “Os dados apresentados neste relatório têm potencial para subsidiar futuros estudos de modelagem hidrodinâmica da região permitindo o refinamento dos modelos de previsão, atualmente, adotados”, informa a nota técnica produzida pelo SGB.
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