Unidade militar serve de pista de pousos e decolagens após fechamento do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, em razão da cheia. Casa próxima à Base Aérea destelhada em Canoas
Arquivo pessoal
Uma família de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, afirma que teve a casa destelhada após a passagem de um avião na Base Aérea do município. Desde maio, a unidade militar recebe voos comerciais em razão do fechamento do Aeroporto Salgado Filho, na capital, após a enchente.
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O episódio ocorreu por volta das 11h30 do dia 13 de agosto, segundo a família. A casa fica no bairro Niterói, a cerca de 600 metros do fim da pista da Base Aérea de Canoas. Não há relatos de outros imóveis danificados na região.
“Eu nunca imaginei que podia ser um avião que tivesse passado, e o vento dele, muito forte. Nunca tinha passado [por isso]”, diz Adriana Ramos Lombardo, moradora do imóvel.
A Defesa Civil informou à RBS TV que esteve no local e entrou em contato com a Base Aérea de Canoas para averiguação dos fatos. A pasta acrescentou que fez a entrega de lona para cobrir o telhado de modo provisório.
A Força Aérea Brasileira (FAB) não se posicionou sobre o caso até a mais recente atualização desta reportagem.
O fluxo de aviões de grande porte não era comum em Canoas até o fechamento do Salgado Filho e a transferência das operações do terminal para a Base Aérea. Os aviões militares que operam no local, como os caças, são menores.
“Os aviões das companhias [aéreas], que são um pouco mais pesados, eles estão passando a 30 metros acima da casa”, fala o vizinho, Marco Antônio Sonaglio.
Pista preparada para aviões menores
Em entrevista ao g1 em julho, o professor Felipe Brasil Viegas, coordenador do curso de Engenharia Civil da PUCRS, explicou que a Base Aérea tem uma pista preparada para receber aviões mais leves.
As pistas de aeroportos têm a resistência medida pelo índice PCN (abreviatura em inglês de “número de classificação de pavimento”). Já os aviões são medidos pelo índice ACN (sigla em inglês de “número de classificação da aeronave”), que expressa o efeito de uma aeronave com uma determinada carga sobre um pavimento.
O PCN do Aeroporto Salgado Filho, preparado para receber aviões maiores, era de 72 antes da enchente. Já o PCN da Base Aérea de Canoas é de 46.
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“A Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] tolera um conjunto de operações acima desse limite, sabendo que depois, lá adiante, [o aeroporto] terá que fazer manutenções. Você pode extrapolar o limite, eventualmente, não pode ser a rotina”, explica Viegas.
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