Segundo chefe de polícia, testemunhas viram mulher retirando corpo da criança do apartamento onde viviam. Suspeita está sob custódia em hospital, presa preventivamente. Ana Pilar Cabrera, de sete anos, morta a facadas em Novo Hamburgo
Reprodução
A Polícia Civil afirma não ter dúvidas de que a menina Ana Pilar Cabrera, de sete anos, encontrada morta em Novo Hamburgo, na sexta-feira (9), foi esfaqueada pela própria mãe. A suspeita, de 31 anos, está sob custódia policial em um hospital e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça.
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Segundo o chefe de polícia do RS, delegado Fernando Sodré, testemunhas viram a mulher retirando o corpo da filha do apartamento onde viviam.
“Nós temos pessoas que viram ela retirando o corpo da menina de dentro de casa e deixando no corredor. (…) Não temos nenhuma dúvida da autoria”, afirma.
A criança foi morta com uma faca de cozinha, de acordo com a investigação. O objeto foi apreendido. A Polícia Civil ainda não descobriu a motivação do crime. A mulher se manteve em silêncio em todos os depoimentos.
“Ainda não está muito claro se essa motivação se deu por alguma questão de caráter interno dela ou se foi algum tipo de surto, alguma coisa nesse sentido”, diz Sodré.
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Segundo a Brigada Militar (BM), os indícios são de que a vítima teria sido atacada dentro do apartamento onde morava, no terceiro andar de um prédio na área central do município.
Vizinhos acionaram a polícia após ouvirem gritos. O local foi encontrado com os móveis sujos de sangue. Uma faca foi localizada em cima da cama. Quando os socorristas do Samu chegaram, a criança já estava sem vida no corredor do prédio. As facadas atingiram a barriga e o peito da menina. Conforme a polícia, ela provavelmente tentava fugir.
Os policiais militares que atenderam a ocorrência perguntaram aos vizinhos como era o comportamento da mãe com a filha.
“Conforme o relato prévio dos vizinhos, não houve qualquer indício de briga ou fato que indicasse esse resultado no local”, afirma o capitão Gilson Borges Nunes, da BM.
A mãe teve que ser levada para o hospital porque também estava ferida com golpes de faca. Uma das linhas de investigação é de que ela teria se autolesionado após supostamente ter tirado a vida da filha. A outra possibilidade é de que ela tenha tentado se matar.
A Polícia Civil esteve no prédio, conversou com moradores e levou imagens de câmeras de segurança para análise.
Conforme o Tribunal de Justiça do RS, a juíza Fabiana Pangel considerou que estão presentes indícios de autoria do crime e por isso, converteu o flagrante em prisão preventiva, sem prazo para soltura.
“A gravidade com que se deu o crime necessita de maiores investigações, indicando a necessidade de manutenção da segregação da custodiada, a fim de garantir a devida instrução criminal”, diz a magistrada.
O pai da criança foi avisado do crime, segundo a Justiça. O homem é argentino e estava separado da mãe da criança. O corpo de Ana foi enterrado no domingo (11).
A tia-avó de Ana, Luciana Regina Nunes da Silva, se emocionou ao lembrar da menina.
“Era uma criança muito meiga, muito querida, sabe, educada. Não é porque era minha sobrinha, mas, que nem eu disse, quando eu recebi a notícia: ‘o que fizeram com o meu mosquitinho?’, que eu chamava ela assim, de ‘meu mosquitinho'”, fala.
David Nascimento, primo da suspeita, disse que a família foi pega de surpresa.
“Ela era uma mãe, vamos dizer, uma mãe normal, assim. A gente nunca soube que ela levantou a mão para ela, para a Aninha. Isso que pegou a gente mais de surpresa”, conta.
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