O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse hoje ter conversado com a diretora-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional), Kristalina Georgieva, sobre a estabilidade financeira da Ucrânia e os planos de reconstrução do país após a guerra, que ainda não terminou.
“Temos planos claros para agora, bem como uma visão de perspectivas. Tenho certeza de que a cooperação entre o FMI e a Ucrânia continuará a ser frutífera”, disse Zelensky em seu Twitter.
O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, afirmou hoje mais cedo que, nesta semana, se reunirá com o FMI e com Banco Mundial em Washington, nos Estados Unidos, em busca de mais ajuda orçamentária aos ucranianos, conforme noticiou o jornal britânico Sky News.
Neste 53º dia de guerra, a Rússia exigiu a rendição dos soldados ucranianos que resistem em Mariupol e se comprometeu a poupar as vidas daqueles que abaixarem as armas. Mesmo após o horário limite para o ultimato, o primeiro-ministro da Ucrânia afirma que as forças armadas ‘lutarão até o fim’.
Em entrevista à CNN, publicada hoje, o presidente ucraniano afirmou que não abrirá mão da região de Donbas para acabar com a guerra contra a Rússia. Ele avalia que resistir aos ataques russos na região pode influenciar todo o curso da guerra. Além disso, não acredita que o Kremlin abrirá mão de Kiev, capital ucraniana, mesmo se vencer em Donbas.
O presidente ucraniano elenca, além de segurança, a efetividade do grupamento militar que atua na região de Donbas e “sobreviveu à guerra desde o início”, como outras razões para a importância de vencer na região. “A Rússia quer cercá-los para destruí-los”, define.
Leste ucraniano é importante para a Rússia
A região de Donbas é o centro industrial da Ucrânia, e onde estão as regiões separatistas Luhansk e Donetsk. A persistência de Vladimir Putin, presidente russo, é para dominar toda a extensão, desde a área próxima a Mariupol até a fronteira norte entre Ucrânia e Rússia.
Para Putin, a Ucrânia promove um genocídio na região leste — onde está Donbas —, que precisa ser libertada. Durante os mais de 50 dias de guerra até aqui, foram registrados ataques a cidades ainda controladas pela Ucrânia na região leste.
A conquista de Donbas significa uma vitória na guerra, que poderia resultar em um novo território anexado à Rússia, a exemplo da Crimeia, em 2014. Perdê-la indicaria um grande fracasso para a Ucrânia.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia avalia que uma enorme batalha pode acontecer em Donbas durante a guerra atual.
Rússia exige rendição em Mariupol
A Rússia exigiu a rendição dos soldados ucranianos que resistem em Mariupol, se comprometendo a poupar as vidas daqueles que abaixarem as armas. Mesmo após o horário limite para o ultimato, o primeiro-ministro da Ucrânia afirma que as forças armadas ‘lutarão até o fim’.
O premiê Denys Shmygal, em entrevista transmitida pela televisão americana ABC neste domingo (17), negou que os russos tenham dominado a cidade: “Nossas forças militares, nossos soldados ainda estão lá. Eles vão lutar até o fim”, disse.
Shmygal rejeitou as alegações de Vladimir Putin, presidente da Rússia, de que os russos estão vencendo a guerra.
“Nenhuma grande cidade caiu. Apenas [a cidade de] Kherson está sob o controle das forças russas, mas todas as outras cidades estão sob o controle da Ucrânia”, insistiu Shmygal, especificando que mais de 900 municípios, incluindo a capital Kiev, permanecem livre da ocupação russa.
O chefe do Centro de Controle de Defesa russo, coronel general Mikhail Mizintsev, disse que “a todos aqueles [ucranianos] que depuserem as armas é garantido que suas vidas serão poupadas”. De acordo com Mizintsev, combatentes ucranianos estão “numa situação desesperadora, praticamente sem comida e água”.